A captação de água no Rio Corumbataí para o abastecimento da população dos municípios de Rio Claro e Piracicaba já está se normalizando, após a paralisação provocada pela mancha de lama proveniente dos diques de decantação de uma mineradora, em Analândia. O vazamento, ocorrido na terça-feira, 18.01, aumentou a turbidez da água impossibilitando o tratamento para torná-la potável.

O Departamento Autônomo de Água e Esgoto – DAEE, de Rio Claro, paralisou as operações da Estação de Tratamento de Água 2, no Bairro de Ajapi, às 20h00, do dia 18 de janeiro, quando a turbidez da água chegou a 40.000 UNT – Unidade Nefelométrica de Turbidez, que avalia a dificuldade de um feixe de luz atravessar uma certa quantidade de água. Ontem, 19.01, esse índice havia baixado para 1.800 UNT, às 9h00, e para 1.700 UNT, às 11h00, e a captação voltou a ser retomada às 16h00.

Em Piracicaba, a captação foi suspensa às 02h00 de hoje, 20.01, mas com a melhoria da qualidade das águas, foi retomada às 9h00. Segundo o engenheiro José Ferreira Assis, da Agência Ambiental de Piracicaba, a turbidez no Rio Corumbataí, na altura da Estação de Tratamento de Água de Capim Fino, que abastece a totalidade da população local, era de 1.500 UNT, às 02h00, passando a 4.800 UNT, às 06h00, e caindo para 1.700 UNT, às 9h00. Às 14h00, já havia caído para 1.300 UNT.

O engenheiro explica que uma estação de tratamento, em condições normais, pode operar com água com turbidez em torno de 800 UNT. Em um rio, a turbidez situa-se, usualmente, em torno de 17 UNT. Por causa das condições adversas, a estação de tratamento de Piracicaba estava operando abaixo de sua capacidade de produção, que é de 1.300 litros de água por segundo. Às 14h00, a estação estava produzindo 1.100 litros por segundo.

O rompimento dos diques de decantação da CRS Mineração, Indústria e Comércio Ltda., em Analândia, ocorreu na terça-feira, 18.01, por volta das 12h00. São três tanques de 500 m2 cada um, cujo volume ainda não foi estimado. A lama atingiu inicialmente o Córrego do Veado, localizado 40 m a jusante, seguindo por 5 km até atingir o Rio Corumbataí.
As operações da mineradora estão paralisadas, para que sejam feitos os reparos emergenciais necessários para conter a lama que não escorreu para o rio. A CETESB, após a conclusão do atendimento, vai avaliar as causas do acidente e a extensão dos impactos ambientais, inclusive o volume de material vazado, para definir possíveis autuações e as medidas a serem tomadas pela empresa para evitar novas ocorrências.

Texto
Newton Miura
Fotos
Agência Ambiental de Piracicaba