foto: (Fabio Luiz A. Silva CC BY SA 2.0)

A presença de produtos farmacêuticos, de cuidado pessoal, bem como de drogas ilícitas em ambientes aquáticos tem sido avaliada em pesquisas ao redor do mundo. Vários estudos apontam para a presença de medicamentos, além de cocaína e seus metabolitos, associados ao lançamento de esgotos, porém em concentrações muito baixas, em águas doce e marinhas, inclusive na região da Antártida.

Embora nas concentrações normalmente encontradas não sejam evidenciados efeitos na saúde humana, existem estudos para avaliar eventuais efeitos crônicos desses produtos, inclusive para a fauna aquática, como peixes, crustáceos e moluscos.

O estudo realizado pela Unisanta/Unifesp, identificou a presença de algumas dessas substâncias nas proximidades do lançamento do emissário submarino de Santos, a cerca de 4,5 km da praia. Foram realizados também ensaios ecotoxicológicos em mexilhões, em laboratório, com diferentes concentrações de crack/cocaína. Nesse estudo observou-se algum efeito aos organismos apenas em concentrações muito superiores às encontradas no ambiente. Portanto, mesmo que fosse utilizada a concentração máxima encontrada na água da Baía, nenhum dos ensaios indicaria efeito aos mexilhões.

A Cetesb também monitora sistematicamente a qualidade das águas costeiras do Estado, incluindo a área de influência do emissário submarino de Santos e realiza ensaios ecotoxicológicos com ouriço-do-mar e microcrustáceos, com amostras dessa área para avaliar possíveis efeitos de contaminantes na fauna aquática. Todos os resultados desse monitoramento podem ser acessados nos nossos relatórios (https://cetesb.sp.gov.br/aguas-interiores/publicacoes-e-relatorios/).

O estudo em questão contribui com informações para o melhor conhecimento da região, e com base em seus resultados, pode-se concluir que as concentrações encontradas na água do mar da Baía de Santos não causariam efeitos no mexilhão estudado, e, além disto, também não implicam em risco para os banhistas.