Você está visualizando atualmente Poluição ‘invisível’ ameaça o meio ambiente

A conscientização é uma ferramenta importante para preservação ambiental e a saúde humana

O Sistema Ambiental Paulista comemorou, na terça-feira, 5/6, o Dia Mundial do Meio Ambiente, com diversas ações. Uma delas foi a exibição do documentário POPs: uma ameaça invisível (Underkastelsen – 2010 – Suécia), de Stefan Jarls, seguido de debate com especialistas. O objetivo foi conscientizar o público sobre a existência e o risco que os poluentes orgânicos persistentes (POPs) oferecem à saúde humana e ao meio ambiente, além de reforçar a atuação pioneira da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) no tema.

Os POPs são substâncias químicas resistentes à degradação ambiental. Os agrotóxicos são exemplos desses compostos, que são facilmente transportados pelo ar, água e solo, por longas distâncias.  O documentário científico afirma que os POPs estão em toda parte do nosso ambiente e seus efeitos na saúde humana e na formação de futuras gerações exige atenção.

Depois da exibição do filme, a gerente de Divisão de Acordos Multilaterais da CETESB Lady Virgínia Traldi Meneses  comandou o debate, que contou ainda com as presenças das gerentes de Divisão de Toxicologia Humana e Saúde Ambiental Rúbia Kuno e da Divisão de Análises Físico-Químicas Maria Yumiko Tominaga.

A CETESB participa da Convenção de Estocolmo, um tratado internacional que visa a proteção da saúde humana e do meio ambiente, contra os efeitos das substâncias químicas dos POPs.

“A CETESB é um Centro Regional para América Latina e Caribe, que compartilha sua expertise na área ambiental e segurança química.  Nosso trabalho, dentre outros,  aborda a capacitação e assistência técnica,  junto ao Brasil e países  do GRULAC para que as metas da Convenção sejam cumpridas”, destacou Lady Virgínia.

De acordo com Rúbia Kuno, os POPs preocupam porque estão em toda a parte. “Podem entrar nos alimentos que ingerimos, se bioacumulam no nosso organismo e causam transtornos nos órgãos reprodutores. Também afetam a biota aquática”, explica.

Por ser parte da Convenção de Estocolmo, a CETESB assumiu a responsabilidade de adotar medidas de controle e restrição aos POPs. “Há um Plano de Monitoramento com o objetivo de reduzir em 50% a concentração de POPs em 10 anos”, contou Maria Yumico Tominagua.

Diante da problemática dos POPs, a segurança química também foi destaque no debate, assim como a necessidade de criar políticas regulatórias para o tema.

Convenção de Estocolmo

Para reduzir ou mesmo eliminar a emissão dos POPs no meio ambiente foi estabelecida a Convenção de Estocolmo (CE), adotada em 2001, e que entrou em vigor em 2004. A Convenção é administrada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e é baseada em Genebra, na Suíça.

A Convenção determina que os governos promovam as melhores tecnologias e práticas no seu campo tecnológico e previnam o desenvolvimento de novos POPs em suas plantas industriais. Indo mais além, define como objetivo final a eliminação total dos POPs.

Documentário

POPs: uma ameaça invisível (Underkastelsen) – Suécia, 2010
Direção: Stefan Jarl

Texto: Luciana Reis
Foto capa: still do filme Underkastelsen
Foto interna: Pedro Calado
Revisão: Cris Leite