Relatório anual da CETESB mostra que índice de qualidade não apresentou alterações significativas em relação a 2016

O Relatório de Águas Costeiras da CETESB, que acaba de ser disponibilizado na página da Companhia, apresenta os resultados do monitoramento feito pela agência ambiental paulista, obtidos na avaliação ao longo do ano de 2017, e mostra que não houve alteração significativa na qualidade das águas costeiras em relação a 2016. Isso pode ser verificado pelo IQAC (Índice de Qualidade de Águas Costeiras), que na maioria das áreas permaneceu com a mesma classificação média do ano anterior.

Os resultados desse último ano confirmam o que já havia sido constatado em anos anteriores: que as áreas monitoradas com melhor qualidade estão localizadas no Litoral Norte e correspondem a ambientes marinhos pouco influenciados pela água doce continental. Nesse ano, 15% delas receberam classificação média “Ótima”, todas nessa região. As áreas classificadas como “Boa” foram 30%. As classificadas como “Regular”, 35%; e “Ruim”, 15%, a maioria localizada na Baixada Santista.

Aliás, na Baixada Santista foi onde se observaram as maiores alterações na qualidade das águas, na região do estuário de Santos e São Vicente, com três áreas classificadas como Ruim e uma como Péssima. Nesses ambientes salobros, os principais parâmetros responsáveis pela piora da qualidade foram as altas concentrações de matéria orgânica e nutrientes. Além disso, foram registradas cerca de 30% de não conformidades para o oxigênio dissolvido e enterococos (bactérias fecais). Esses resultados indicam poluição principalmente por esgotos domésticos. Deve-se considerar, também, que na região do estuário de Santos e São Vicente, existe grande influência do polo industrial e das atividades portuárias.

No que se refere ao IETC (Índice de Estado Trófico Costeiro), que avalia o nível de eutrofização – processo por meio do qual um corpo de água apresenta níveis altos de nutrientes, especialmente fósforo e nitrogênio com consequente aumento da densidade de algas planctônicas nota-se que, houve diminuição das áreas consideradas eutrofizadas.

Em relação aos sedimentos, nesse ano as variáveis que indicam a presença de matéria orgânica e nutrientes nos canais do estuário santista foram as que apresentaram teores mais elevados. No Litoral Norte, notam-se alguns locais com tendência de acúmulo de nutrientes, como a Baía de Itaguá e o Saco da Ribeira.

Quanto aos ensaios ecotoxicológicos agudos com amostras de sedimentos, foram registrados 97% das amostras sem toxicidade em 2017, enquanto que em 2016 essa porcentagem tinha sido de 87%. Apenas 3% das amostras apresentaram efeito tóxico, o menor percentual obtido desde 2013.

Monitoramento em 66 pontos e 20 áreas

A rede de monitoramento da qualidade das águas costeiras da CETESB possui 66 pontos e abrange 20 áreas distribuídas ao longo do litoral do Estado de São Paulo, sendo oito no Litoral Norte, 10 na Baixada Santista e duas no Litoral Sul. A amostragem das águas costeiras e dos sedimentos é realizada semestralmente. As medições em campo são feitas por meio de sonda que avalia o perfil da coluna de água de cada um dos pontos, coletando dados como oxigênio dissolvido, temperatura, pH, condutividade, salinidade, turbidez e profundidade.

Além disso, realiza-se a coleta de amostras de água do mar em três profundidades (superfície, meio e fundo), pois pode haver diferenças na qualidade das várias camadas da coluna de água e de amostras de sedimento superficial que são encaminhadas aos laboratórios de CETESB. Nessas amostras de água do mar e de sedimentos, são realizadas cerca de 30 determinações de variáveis microbiológicas, físicas, químicas e ecotoxicológicas. Mais detalhes podem ser obtidos na Página de Águas Costeiras, no site da CETESB.

Caso haja interesse na qualidade das praias, veja o Relatório de Qualidade das Praias Litorâneas no Estado de São Paulo – 2017.