Os acidentes ambientais que ocorrem em plantas químicas e no armazenamento de produtos perigosos podem ser de proporções variáveis, desde incêndios e explosões até vazamentos de produtos no estado líquido e gasoso.

A Associação Brasileira da Indústria Química – ABIQUIM, entidade que congrega cerca de 150 indústrias químicas de grande, médio e pequeno porte, mantém o Pró-Química, serviço de utilidade pública que opera 24 horas por dia, inclusive sábados, domingos e feriados, através do telefone de discagem direta gratuita 0800 110 8270.

O Pró-Química oferece orientações sobre precauções e ações de socorro em caso de emergências com produtos químicos, bem como aciona entidades públicas como Defesa Civil, corpo de bombeiros e órgãos ambientais.

Algumas regiões do Estado de São Paulo que concentram importantes instalações industriais dispõe de PAM – Planos de Auxílios Mútuos, como ocorre em Capuava, Paulínia, Cubatão, Guarujá e Vale do Paraíba.

O Plano de Auxílio Mútuo visa estabelecer diretrizes básicas para Coordenação, Planejamento e atuação das diversas entidades participantes em situações de emergências, envolvendo incêndios, vazamentos de substâncias tóxicas ou qualquer outro evento que possa acarretar danos a pessoa, patrimônio e ao meio ambiente, em áreas internas e externas às empresas filiadas ao PAM.

Apesar das empresas possuírem seus próprios sistemas de respostas frente aos acidentes industriais, é de suma importância a troca de experiências e o uso de recursos humanos e materiais, que visa a atuação conjunta em situações de emergência. Dessa forma as empresas ganham uma força extra para o controle das emergências. Esses planos prevêem ações junto à comunidade existentes no seu entorno em casos de acidentes.

Nos casos em que o acidente provoca incêndios, com geração de produtos tóxicos, o primeiro atendimento é em geral prestado por equipes de combate a emergências da própria empresa e pelo corpo de bombeiros. Atenção especial deve ser dada as águas de combate ao incêndio, que muitas vezes não são coletadas por sistemas próprios de drenagem. Essas águas, estão via de regra, contaminadas com os produtos envolvidos e portanto devem ser contidas no interior da empresa.

Um procedimento adequado nessas situações são medidas de contenção no interior da instalação, como a construção de diques com material absorvente, areia, mantas oleofílicas ou outro material com capacidade para neutralizar materiais corrosivos, a fim de evitar a liberação das águas contaminadas para fora dos limites da instalação. A contenção também poderá ser realizada no próprio sistema de drenagem, por meio de kits específicos.

Alguns procedimentos emergenciais podem ser desencadeados por equipes de atendimento à emergências durante a fase de avaliação da ocorrência como o monitoramento ambiental de substâncias voláteis, a fim de avaliar o grau de contaminação do ambiente.

Se o cenário acidental apresenta vazamentos de substâncias perigosas, poderão ser adotadas medidas emergenciais visando a contenção temporária das embalagens avariadas, como por exemplo, a utilização de “kit de emergência” para conter vazamentos que ocorrem mais freqüentemente, como por exemplo, as válvulas de cilindros de cloro.

Acidentes ambientais gerados em indústrias químicas e instalações de armazenamento de produtos químicos abandonadas, criam sérias dificuldades para o atendimento emergencial, uma vez que a ausência dos responsáveis por esses empreendimentos e a falta de suporte técnico para auxiliar na identificação de produtos químicos armazenados ou processados torna a operação mais prolongada, uma vez que dependerá de recursos humanos e materiais externos e que muitas vezes não estão prontamente disponíveis.

Em qualquer uma das situações envolvendo acidentes ambientais em indústrias químicas, deve-se dar atenção especial a fase final do atendimento, ou seja, aos eventuais resíduos químicos perigosos gerados por conseqüência do acidente. Todo o resíduo gerado deverá ser disposto de forma adequada e em concordância com o órgão ambiental competente.

O armazenamento de solventes orgânicos na indústria em tanques subterrâneos pode causar a contaminação ambiental pela perda de estanqüeidade do SASC (Sistema de Armazenamento Subterrâneo de Combustíveis Líquidos) em tanques e tubulações. O vazamento dessas substâncias pode atingir os sistemas de galerias subterrâneas de concessionárias públicas, acarretando em confinamento de atmosferas inflamáveis por meio de infiltração de seus vapores. Como na maioria dos casos não há um controle de estoque rígido, o vazamento muitas vezes só é detectado, durante trabalhos rotineiros efetuados no interior dessas galerias.