O papel dos governos locais no tocante às mudanças climáticas é essencial. Para ressaltar a importância do envolvimento e ações dos municípios com relação ao tema, a presidente da CETESB, Patrícia Iglecias, participou em 11/11 do curso de “Capacitação em Adaptação às Mudanças Climáticas sobre os Recursos Hídricos”, que está sendo realizado na sede da AGEM – Agência Metropolitana da Baixada Santista. Fazem parte do treinamento membros das nove prefeituras litorâneas integrantes do Comitê da Bacia Hidrográfica da Baixada Santista.

O litoral paulista é uma região de alta vulnerabilidade às mudanças climáticas devido a concentração de população, ecossistemas e suscetibilidade aos riscos ambientais. Estudos indicam a possibilidade de agravamento nas inundações costeiras causadas por um aumento anormal do nível do mar e ressacas na costa geradas por tempestades oceânicas.

Por estas e outras razões, a Baixada Santista foi escolhida para iniciar os treinamentos para os municípios paulistas. Conforme explicou a gerente da Divisão de Mudanças Climáticas da CETESB, Maria Fernanda Pelizzon Garcia, a iniciativa começou como um projeto que visava basicamente uma publicação, mas evoluiu para uma capacitação. Futuramente, a experiência deverá ser replicada para outras regiões do Estado.

A presidente Patrícia Iglecias enfatizou o papel dos governos subnacionais no assunto, sejam eles estaduais ou municipais: “Não precisamos aguardar ações do governo federal”. A dirigente lembrou que a agenda da ONU relativa aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs), de 2015, “tem evoluído graças aos governos subnacionais” e destacou a frase do então secretário-geral da Organização em 2012, Ban Ki-moon, para reforçar a importância desse envolvimento local: “Nossa luta pela sustentabilidade será ganha ou perdida nas cidades”.

Ela também mencionou o ODS n° 17, que fala das parcerias: “Precisamos fazer o trabalho em conjunto, para ter cidades sustentáveis”. E pediu o envolvimento dos municípios no tema: “Vocês precisam se envolver, para que possamos conectar as metas globais às realidades locais”. Falou, ainda do papel da CETESB e suas atribuições, projetos e programas, que podem contribuir para as prefeituras desempenharem suas tarefas, como o Sigor e a CETESB para Todos, entre outros.

A SIMA também esteve presente, por meio de sua coordenadora de Assessoria Internacional, Jussara Carvalho, que também elogiou a iniciativa: “Hoje, em vez de mudanças climáticas, já falamos em ‘urgências climáticas’, pois estamos sofrendo com os efeitos das mudanças”. Nesse sentido, ela lembrou a criação, neste ano, pela Secretaria, do Comitê de Integração de Políticas Globais de Desenvolvimento Sustentável, e o pioneirismo do Estado, com a PEMC, instituída em novembro de 2009.

Compuseram a mesa de abertura da capacitação em Santos a diretora-adjunta técnica da AGEM, Fernanda de Faria Meneghello; o vice-presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica da Baixada Santista, Celso Garagnani; o secretário de Meio Ambiente de Praia Grande, Israel Lucas Evangelista; o secretário-executivo do ICLEI (Governos Locais pela Sustentabilidade), Rodrigo Perpétuo; e o presidente do Conselho Diretor do ICLEI, prof. Pedro Jacobi.

Além da gerente da Divisão de Mudanças Climáticas da CETESB, a organização do curso conta com o apoio e envolvimento de vários profissionais e especialistas da Companhia, como Maria Emília Botelho, assessora da Presidência; Jorge Gouveia, gerente do Departamento de Desenvolvimento Institucional Estratégico; Josilene Ferrer, também assessora da Presidência; e Lina Aché, da ESC – Escola Superior da CETESB. Os recursos financeiros para o treinamento vieram do FEHIDRO (Fundo Estadual de Recursos Hídricos).

Fotografia: José Jorge.