Na manhã de 19/11/1984, por volta das 5h35 ocorreu a explosão de uma nuvem de vapor e uma série de BLEVEs na base de armazenamento e distribuição de Gás Liqüefeito de Petróleo (GLP) da empresa PEMEX, localizada no bairro de San Juanico, Cidade do México.

A base recebia GLP de três refinarias diferentes por meio de gasoduto. A capacidade principal de armazenamento da base era de 16.000 m³ (aproximadamente 8.960.000 kg) de GLP, distribuídos em: duas esferas com capacidade individual de 2400 m³, quatro esferas menores de 1.600 m³ de capacidade individual e 48 cilindros horizontais (capacidades individuais variando de 36 m³ a 270 m³). No momento do acidente, a PEMEX estava com o armazenamento em torno de 11.000 m³ de GLP.

A catástrofe iniciou-se com o vazamento de gás devido à ruptura de uma tubulação de 8 polegadas de diâmetro que transportava o gás de uma das esferas para os reservatórios cilíndricos. A sala de controle da PEMEX registrou por volta das 5h30 uma queda de pressão em suas instalações e também em um duto localizado a 40 km de distância, porém, a sala de controle não conseguiu identificar a causa desta queda de pressão. A liberação aconteceu por 5-10 minutos, formando uma imensa nuvem de gás inflamável, a qual foi levada por um vento de destino sudoeste, ajudado pela inclinação do terreno, até encontrar a fonte de ignição e explodir. Neste caso, a fonte de ignição direta foi o “flare” instalado inadequadamente ao nível do solo pois, no entendimento da empresa, dado a força dos ventos no local, a instalação do “flare” a uma altura mais elevada comprometeria a sua eficiência.

A explosão da nuvem atingiu cerca de 10 residências e iniciou o incêndio nas instalações da base. A vizinhança pensou tratar-se de um terremoto devido ao forte barulho da explosão. Por volta das 5h45 da manhã ocorreu o primeiro BLEVE, após um minuto outro BLEVE aconteceu, sendo o mais violento desta catástrofe, gerando uma bola de fogo com mais de 300 m de diâmetro. Ocorreram mais de 15 explosões, BLEVE nas quatro esferas menores e em muitos dos reservatórios cilíndricos, explosões dos caminhões-tanque e botijões, chuva de gotículas de GLP, transformando tudo que atingiam em chamas; alguns reservatórios e pedaços das esferas transformaram-se em verdadeiros projéteis atingindo edificações e pessoas.

Os trabalhos de extinção do fogo e prevenção de novas explosões terminaram às 23 horas. As conseqüências deste acidente foram trágicas: morte de 650 pessoas, mais de 6.000 feridos e destruição total da base.