Com uma visita realizada à Represa do Guarapiranga, na zona sul da cidade, dez representantes da Autoridade Nacional de Águas – ANA do Peru, especialistas em qualidade de recursos hídricos, encerraram um programa de visitação técnica, que ocorreu entre 07 e 09.11, às dependências da CETESB.

Nos três dias, a missão peruana teve a oportunidade de conhecer, na prática, a experiência acumulada pela Agência Ambiental Paulista, ao longo de seus mais de 40 anos, nos diversos setores de análises de águas. “Isto demonstra que a CETESB, cada vez mais, tem confirmado a sua posição de destaque na transferência de tecnologia”, destacou Carlos Roberto dos Santos, diretor de Engenharia e Qualidade Ambiental.

O grupo foi recepcionado por técnicos dos Departamentos de Qualidade e de Análises Ambientais, que na oportunidade assistiram palestras relacionadas ao tema e visitaram alguns laboratórios. “O conhecimento sobre a qualidade das águas no continente sul-americano é primordial para que seja feita uma gestão adequada, que contemple seus múltiplos usos, de acordo com o preconizado pela Política Nacional de Recursos Hídricos”, frisou Nelson Menegon, gerente da Divisão de Qualidade das Águas e do Solo.

A visita monitorada aos laboratórios de análises ambientais proporcionou aos técnicos latinos americanos o contato com a prática de calibração e utilização de equipamentos de campo, com os instrumentos de coleta, a preparação de frascarias, reagentes e instrumentos de medição. Na aula prática, que aconteceu durante a visita na Represa do Guarapiranga, os peruanos conheceram a estação de monitoramento on line da CETESB e receberam informações sobre a caracterização dos pontos da rede em campo.

“A existência de água limpa é um requisito essencial para a manutenção dos ecossistemas aquáticos, do abastecimento público, da irrigação, do uso industrial, da pesca e do turismo. Por esse motivo a missão Peruana veio em busca dos conhecimentos adquiridos pela CETESB ao longo dos mais de 30 anos de operação da sua rede de monitoramento de qualidade das águas superficiais”, ressaltou a geógrafa Carmem Lúcia Midaglia.

Os técnicos Peruanos foram recebidos no Setor de Amostragem, quando tiveram a oportunidade de acompanhar o manuseio dos mais modernos equipamentos de amostragem de água, de sedimento, da biota aquática e conhecer as sondas multiparametros, que realizam ensaios de campo no número de até sete parâmetros como explica o técnico Ambiental Paulo Sérgio Gonçalves Rocha.

“Os componentes da missão tiveram muito interesse nos controles de qualidade dos equipamentos de ensaios de campo acreditados e nas análises de laboratórios para macro e micro organismos. Podemos perceber o quanto os trabalhos realizados pela CETESB são referência no exterior. A troca de informações com representantes de outras culturas é gratificante”, complementam os funcionários do Setor de Amostragem.

Outro ponto unânime entre os presentes foi à atenção e o respeito pelos componentes da missão pelo conhecimento que estava sendo transferido. “O interesse em se capacitar na área de coleta e análise de amostras para compor sua futura rede nacional é um objetivo da equipe presente na CETESB. O grupo teve interesse pelos índices de avaliação utilizados, em especial pelo IQA – Índice de Qualidade das Àguas e pelos testes de ecotoxicidade”, informou a técnica ambiental Beatriz Durazo Ruiz.

O Peru compartilha com vários países da América do Sul a parte superior da bacia amazônica. No total, a bacia compreende uma área de sete milhões de km², sendo considerada a maior área fluvial do mundo. Do total, cerca de 3,8 milhões de km², encontram-se no Brasil, abrangendo os estados do Acre, do Amazonas, de Roraima, de Rondônia, do Mato Grosso, do Pará e do Amapá.

“Neste sentido, é primordial o intercâmbio entre os técnicos de recursos hídricos e de meio ambiente dos dois países, com a finalidade de promover uma troca de informações sobre a qualidade dos recursos hídricos para se tomar as medidas de conservação e, se necessário, de recuperação desse bem essencial para o ser humano”, concluiu Carlos Roberto dos Santos.

A coordenação técnica do curso coube ao biólogo Carlos Jesus Brandão, gerente do Setor de Amostragem, e a coordenação executiva ficou a cargo de Fátima Carrara, Gerente do Departamento de Cooperação Internacional.

Texto: Cristina Couto