Com o objetivo de compartilhar e comparar metodologias adequadas para o monitoramento de qualidade de águas de rios e reservatórios, a CETESB abriu hoje, no auditório Augusto Ruschi, o seminário científico internacional sobre “Bioindicadores para Avaliação da Qualidade da Água”. Reunindo especialistas brasileiros e franceses do setor, como Paul Joseph Dale, da Comissão Paulista de Biodiversidade, o evento coroa a semana São Paulo/França, com um destaque para discussão dos bioindicadores.
Com duração até o dia 9 de maio, o seminário integra o evento “Desenvolvimento Sustentável: Qualidade e Caminhos da Água”, que comemora um acordo feito entre o Estado de São Paulo e a região de Île – de France, onde se debate técnicas sobre o monitoramento das águas, abordando as suas realizações e expectativas para o futuro.
Veronique Pascal, consultora da ASCONIT – Consultants Bureau d’ Etudes em Environnement, frisa que “a ocasião é um momento para a reflexão da importância e de como atualizar a gestão dos recursos hídricos.”
A primeira palestra do dia foi ministrada pela representante da Agência Nacional de Águas – ANA, Renata Bley Silveira de Oliveira, que ressaltou a importância da CETESB como organismo de referência na definição der parâmetros ou normas para se aplicar na avaliação nacional das águas. Para Renata Bley, a publicação feita pela Agência Ambiental paulista – Guia Nacional de Coleta Preservação de Amostras – é uma referência no trabalho de monitoramento.
Segundo a palestrante, a avaliação dos corpos d’água é um tema que está ganhando espaço e a troca de informações se torna fundamental para evolução do monitoramento dos recursos hídricos. “Não se faz gestão das águas sem dados dos corpos d’água que cortam o nosso País”, argumentou.
Renata salientou, ainda, que existem 2.400 pontos de qualidade da água na rede federal, dispersos e não padronizados, e que “somente 17 Estados realizam um monitoramento sistemático.”
Pascale Clochard, representante do Ministério do Meio Ambiente da França, ressaltou a importância do Brasil no campo ambiental. “As experiências dos técnicos brasileiros são fundamentais em uma rede de informações.” Nelson Menegon Júnior, que falou sobre a situação legal em São Paulo das redes de monitoramento, salientou que no Estado existem 384 pontos de monitoramento, incluindo a utilização de ensaios ecotoxicológicos e avaliações das comunidades aquáticas. “Temos 175 pontos ligados à rede federal de monitoramento e a expectativa é que o número aumente.”
Menegon explicou que o investimento em saneamento básico, feito pelo Estado, colaborou com a melhoria da qualidade das águas, de 2008 a 2013. Outro dado ressaltado pelo especialista foi que as substâncias orgânicas monitoradas, os agrotóxicos, não tiveram resultados que ultrapassaram os limites estabelecidos pela legislação ambiental. Outro dado importante é que em 2012 foi constatado pelo monitoramento da Companhia que as águas subterrâneas na sua maioria estão classificadas como Boa.
Carlos Roberto dos Santos, Diretor de Engenharia e Qualidade Ambiental da CETESB, frisou que o monitoramento é uma ferramenta importante dentro da gestão das águas e, como exemplo, mencionou o trabalho que a agência realiza semanalmente nas águas litorâneas. “O monitoramento executado pela CETESB inclui o uso de indicadores biológicos, que refletem os diversos componentes dos ecossistemas, como a qualidade da água, a sua quantidade, a biodiversidade, a sua contaminação e a poluição.”
Texto: Cristina Couto.
Foto: José Jorge