A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, por meio do Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre Vranjac” – CVE, informou que em 17 de junho de 2014 recebeu a confirmação do Laboratório de Enterovírus – IOC/FIOCRUZ, de que o vírus isolado pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB, de amostragem ambiental realizada em março de 2014 no esgoto sanitário do Aeroporto de Viracopos em Campinas (SP) foi caracterizado como Poliovírus do tipo 1 (PV1) Selvagem.
Os testes realizados no laboratório de Enterovírus do IOC/FIOCRUZ confirmaram os achados iniciais da CETESB, os quais caracterizam, após sequenciamento completo do gene VP1 e pesquisa efetuada no Banco de dados do GeneBank, o isolado como Poliovirus do tipo 1 (PV1) Selvagem, apresentando identidade nucleotídica de 95% com um poliovírus selvagem, isolado no Chad (CHA1011675) no ano de 2010.
Constatou-se que o vírus pertence a um genótipo de poliovírus selvagem do Oeste da África, característico da Nigéria (WEAF-B).Estes dados foram enviados para o laboratório global de referência de poliomielite da OMS, o qual caracterizou que o poliovírus circula em algumas regiões da África Central, sendo originário da Guiné Equatorial. Destaca-se que esse achado não significa mudança na situação epidemiológica da poliomielite no estado de São Paulo ou ameaça à condição de doença erradicada no Brasil, não havendo até o presente momento registro de qualquer caso suspeito de poliomielite no Estado.
Os laudos da CETESB, de abril, em amostras de esgoto de todos os pontos, inclusive de Viracopos, foram negativos. Desde 1990, não há registro de casos de poliomielite no país, fato que levou o Brasil a obter da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) o certificado de área livre do poliovírus selvagem em seu território, em 1994, juntamente com os demais países das Américas. Entretanto, como ainda há circulação de poliovírus selvagem em alguns países do mundo, o risco de importação de casos ou do vírus permanece.
Em 05 de maio de 2014, a OMS emitiu a Declaração de Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) devido à situação atual da poliomielite no mundo, relacionando 10 países com potencial de exportação do vírus: Afeganistão, Camarões, Etiópia, Guiné Equatorial, Iraque, Israel (somente circulação ambiental do poliovírus selvagem), Nigéria, Paquistão, Síria e Somália.Foto: GPEI – Global Polio Eradication Initiative