A Cetesb concluiu dois estudos sobre qualidade dos solos na Bacia Hidrográfica do Piracicaba-Capivari-Jundiaí e monitoramento de espécies vegetais na região de Cubatão.
O primeiro traz as concentrações de diversos metais, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos e pesticidas organoclorados, além de PCBs, dioxinas e furanos obtidos pela Cetesb, por meio de coleta e análises de amostras do solo em todos os municípios da bacia dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí.
O outro estudo apresenta as conclusões de um biomonitoramento da vegetação para avaliar a influência de emissões atmosféricas de fluoreto, cádmio, chumbo, mercúrio e níquel sobre as plantas.
Qualidade dos solos
O relatório “Qualidade dos Solos no Estado de São Paulo: Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí – UGRHI 5”, elaborado pelo Setor das Águas Subterrâneas e do Solo, da Cetesb, tem o objetivo de aprofundar o conhecimento sobre as características dos solos paulistas, visando à gestão regional de sua qualidade e subsidiar as ações de controle de poluição.
As Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos da Bacia do Alto Tietê – UGRHI 6, que engloba a Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), e da Bacia dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) – UGRHI 5 foram selecionadas como prioritárias para essa investigação.
Este relatório de qualidade dos solos baseia-se em dados de análises de cento e trinta e nove amostras de solo coletadas em fragmentos de mata e áreas agrícolas distribuídas nos municípios que compõem a UGRHI 5.
Foram determinadas as concentrações de metais, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) e pesticidas organoclorados, sendo o primeiro estudo regional de solo a englobar bifenilas policloradas (PCBs), dioxinas e furanos.
Os solos selecionados nessa investigação apresentaram boa qualidade ambiental, quando comparados aos Valores Orientadores para Solos publicados pela CETESB em 2014. Arsênio, bário, crômio e chumbo apresentaram concentrações mais elevadas do que os Valores de Referência de Qualidade – VRQ, enquanto as concentrações de cobre, níquel, vanádio e zinco foram menores.
Biomonitoramento
O relatório “Biomonitoramento da Vegetação na Região de Cubatão – Fluoreto, Cádmio, Chumbo, Mercúrio e Níquel: 2012-2013” foi também elaborado pelo Setor das Águas Subterrâneas e do Solo, da Cetesb, utilizando metodologia adotada internacionalmente para avaliar deposições de poluentes aéreos.
O estudo tem a finalidade de subsidiar as ações de controle mapeando áreas onde a poluição atmosférica pode afetar a vegetação da Serra do Mar. Iniciado na década de 1990, verificou-se que as emissões de fluoreto gasoso pelas indústrias do Polo Petroquímico de Cubatão são o principal agente fitotóxico na região.
O biomonitoramento é realizado em 22 pontos, dos quais um no Vale do Pilões, cinco no Caminho do Mar, dois na confluência dos rios Perequê e Cubatão, um na Vila Parisi e 13 no Vale do Mogi. As espécies utilizadas no biomonitoramento passivo são o lírio do brejo, philodendron e manacá-da-serra, consideradas resistentes à poluição; embaúba, que apresenta pouca tolerância; e goiabeira, sensível à poluição.
Pela primeira vez, na campanha de 2012, a Cetesb realizou análises de amostras foliares dos principais elementos metálicos: cádmio, chumbo, mercúrio e níquel. Os resultados obtidos mostraram bioacumulação, quando comparados aos valores adotados como referência.
As concentrações de mercúrio, em sua maioria na confluência dos rios Perequê e Cubatão, foram superiores ao valor de fitotoxicidade para espécies sensíveis descrito na literatura.