Um dos principais assuntos em 2015 é a realização da 21ª Conferência do Clima, na cidade de Paris em dezembro. O objetivo da Organização das Nações Unidas (ONU), para os próximos anos, é limitar a elevação do aquecimento global, em até 2ºC.
Hoje, 29/09, no auditório Augusto Ruschi, da Secretaria Estadual do Meio Ambiente/Cetesb, especialistas ambientais explanaram, para uma plateia atenta, os temas mais importantes a serem discutidos na reunião Mundial do Clima, com ênfase na participação dos Estados Unidos da América.
Para Bráulio Pikman, que atua no Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), os americanos iniciaram os debates atrasados, mas com uma evolução significativa na sua carteira de leis ambientais, principalmente após o ano de 2013.
Nelson Bugalho, vice-presidente da Cetesb, afirma que o tema “mudanças climáticas” está sendo discutido nos quatro cantos do planeta. “A nossa esperança é que a Conferência de Paris traga avanços, mas que principalmente as leis e metas ambientais sejam cumpridas.”
Um fato elucidado na reunião foi um tipo de planejamento, que começa a ser feito pelas indústrias e empreendimentos existentes ou em construção, o qual leva em consideração as variáveis climáticas. A ideia é não só reduzir a emissão dos gases de efeito estufa, mas iniciar uma previsão dos custos de operação, em razão de possíveis acidentes climáticos.
Um exemplo, que foi destacado, é a iniciativa do governo americano, que lançou um rascunho sobre o tema, que poderá ser tornar um documento legal dentro da sua política ambiental. Foram descritos casos de planejamento e implantação de grandes empresas, nos Estados Unidos, que estão se mobilizando com a intenção, inclusive, de se adiantar a uma provável legislação sobre o assunto.
Luiz Carlos Xavier, representante da Braskem, relata que a empresa apontou cenários de riscos e oportunidades, considerando os aspectos físicos e regulatórios, entre outros, para suas plantas no Brasil, Estados Unidos e Alemanha, com foco em 2040. “A meta é identificar os principais riscos e criar um plano adaptado às mudanças climáticas.”
Em consonância, Sofia Shellard, da Vale, informou que as variações climáticas afetam as operações das empresas e o setor de mineração é susceptível aos impactos causados pelo clima. “A Vale estuda o tema há alguns anos e busca a melhor forma de incorporar o fator de risco climático a estratégia de gerenciamento da empresa.”
O encontro, foi coordenado pelo Departamento de Cooperação Institucional e Internacional, por meio da Divisão de Mudanças Climáticas. “Uma movimentação americana sinaliza que a implantação de grandes empreendimentos vai avançar rapidamente e a variável climática deve ser incorporada. No Brasil, já existem relatos de empresas que estão se adiantando a uma provável regulamentação.” – conclui Josilene Ferrer, gerente da Divisão de Mudanças Climáticas.
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Texto – Cris Couto
Foto – José Jorge