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Técnicos da Agência Ambiental de Cubatão da Cetesb retornaram em 16/06 ao local do acidente ocorrido em 15/06 na Via Anchieta, km 43+800, sentido litoral, envolvendo um caminhão carregado com 43 mil litros de etanol que tombou e se incendiou. Em 16/06, inicialmente, atendendo a uma denúncia de que moradores do bairro Cota 200, em Cubatão, estariam sentindo forte odor de combustível e que a água que saía das torneiras se apresentava esbranquiçada e com espuma – o que poderia estar relacionado ao acidente – , os técnicos da Cetesb percorreram pontos do bairro, mas não constataram o problema do odor, nem tampouco o da água nas torneiras. Durante as vistorias, vários moradores do bairro foram consultados e, afinal, não se verificou a confirmação das reclamações. Os técnicos também percorreram vários trechos do Rio Cubatão, porém não constataram problemas de odor, nem alteração de cor da água, presença de espuma ou mortandade de peixes. Por seu lado, a Sabesp não comunicou à Cetesb sobre qualquer anormalidade ou problema com a captação de água na Estação de Tratamento de Água – ETA 3 da Sabesp, em Cubatão.

O atendimento inicial à ocorrência

A Agência Ambiental de Cubatão da Cetesb havia sido acionada pela Ecovias por volta das 14h00 de 15/06, por conta do acidente. Um técnico da agência se dirigiu imediatamente para o local, permanecendo até o final da noite, acompanhando as ações emergenciais, principalmente com relação ao controle e extinção dos focos de incêndio.

Quando o técnico da Cetesb chegou ao local do acidente, a Polícia Rodoviária e o Corpo de Bombeiros, assim como funcionários da Ecovias, prestavam os primeiros atendimentos emergenciais. A principal ação se dava por parte dos homens do Corpo de Bombeiros, porque ao tombar, o caminhão começara a pegar fogo e uma fissura no tanque, provavelmente aberta com o impacto da queda, permitia o vazamento de quantidade contínua e não estimada do etanol, cujo vapor alimentava focos de incêndio.

O foco era pequeno, se restringindo à área mais próxima da fissura e estava controlado pelos bombeiros, mas como a contenção do vazamento do produto poderia gerar risco de explosão, a estratégia foi permitir o escoamento integral da carga de 43 mil litros de etanol do tanque. Os bombeiros combatiam a chama e diluíam o álcool com bastante água, que escoava para a canaleta de drenagem da pista. Como a ação de segurança era primordial e estava focada no combate primeiro ao foco de incêndio, a área mais próxima ao caminhão tombado estava isolada e a pista interditada. Segundo o Corpo de Bombeiros, cerca de 75% do volume total teria vazado até por volta das 20h00 e o restante da carga levaria ainda pelo menos mais uma hora e meia para escoar. Também por isso, a Cetesb não conseguia estimar ou avaliar melhor a extensão de eventuais danos ambientais em função da ocorrência. De qualquer modo, por precaução, os técnicos da Estação de Tratamento de Água – ETA 3 da Sabesp em Cubatão foram avisados e monitoravam a água captada do Rio Cubatão, que não havia apresentado até então qualquer alteração, que motivasse a paralisação da captação.

É importante lembrar que o etanol é bastante volátil, o que favorecia sua evaporação e diminuição de sua concentração na água. Por outro lado, também, a Cetesb não registrara reclamação de incômodo da população por emissão de odor do produto, que ficara praticamente restrito à área mais próxima do caminhão acidentado.

Ainda noite adentro, o técnico da Agência Ambiental de Cubatão continuou acompanhando as ações emergenciais. O último foco de fogo foi finalmente extinto pelos bombeiros por volta das 19h45. Pouco depois das 21h00, o caminhão foi destombado, pela Ecovias, só aí, então, em seguida, permitindo a retirada, da cabine, do corpo do motorista, que havia morrido carbonizado. Finalmente, por volta das 22h30, o veículo foi removido para um local seguro, uma área de escape próxima conhecida como “Curva da Onça”, e às 22h45 teve início a limpeza da pista, com a orientação da Cetesb para que os resíduos fossem devidamente separados e protegidos, para sua posterior destinação adequada. O caminhão-tanque pertencia à Transpanorama Transportes Ltda. e se dirigia à empresa Ageu Norte, no Guarujá.

 

Texto: Mário Senaga

Fotos: Rodrigo Martins dos Santos/Agência Ambiental de Cubatão