“Cinco dias atrás, a Polícia Militar recebeu uma denúncia informando que tambores de produtos químicos foram encontrados, no subsolo de um prédio abandonado. A descoberta foi feita por duas crianças que brincavam no local. A PM informou ao Corpo de Bombeiros, que foi até o lugar mencionado e constatou a existência de cerca de 30 tambores, além de outros recipientes contendo produtos químicos. Durante a investigação, não foram realizadas medições com qualquer tipo de equipamento. Segundo os bombeiros, não se tratava de fogo, porém existia uma situação de risco em virtude de pequenos vazamentos e emanação de vapores. Então, para uma investigação mais detalhada, foi acionado o Grupo de Investigação de Resíduos Tóxicos…”

Este trecho inicial do roteiro do exercício prático dá bem uma ideia do que aconteceu nesta sexta-feira (12/08) em uma dependência da sede da Cetesb, no bairro de Pinheiros, em São Paulo. O simulado fez parte do curso “Atendimento a Emergências Químicas”, ministrado pelos experientes técnicos do Setor de Atendimento a Emergências da agência ambiental paulista.

O “Grupo de Investigação de Resíduos Tóxicos” citado acima, na realidade foi formado pelo grupo de alunos do curso, ao todo 29 participantes, entre bombeiros, funcionários de órgãos de Defesa Civil, consultores e técnicos envolvidos com o assunto, que vieram do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Pernambuco, além de São Paulo. O evento consta da agenda anual de cursos e treinamentos 2016 da Escola Superior Cetesb.  A coordenação técnica foi do químico Edson Haddad e do também químico Jorge Gouveia, gerente do Setor de Atendimento a Emergências.

O objetivo do curso era a aquisição de conhecimentos teóricos e práticos sobre atendimento a emergências com substâncias químicas, incluindo técnicas de avaliação, controle e monitoramento nessas situações. O conteúdo programático incluiu, entre outros, os temas, “Responsabilidade Civil Ambiental”, “Perigos químicos”, “Equipamentos de proteção individual”, “Equipamentos portáteis de detecção”, “Comunicação de riscos em emergências químicas”, “Técnicas de contenção de vazamentos”, “Planejamento de exercício simulado”, “Exercício simulado” e “Avaliação do exercício simulado”.

O exercício simulado que aconteceu nesta sexta-feira justamente fez parte do último dia do treinamento especializado e ocorreu no subsolo de um dos prédios da sede da Companhia, incluindo vários ingredientes de uma emergência real. Para tornar o simulado mais dramático e mais próximo da realidade, na continuação do roteiro previamente escrito, menciona-se que, “em contato realizado com os proprietários do prédio, estes afirmaram que não tinham conhecimento da presença do material naquele local e que a edificação encontrava-se abandonado há cerca de 10 anos. E que eles não possuíam uma planta do prédio”. Complementarmente, descreveu-se que as instalações (água, luz etc.) estavam todas desligadas e que, na sequência, o Corpo de Bombeiros forneceram um croqui (“feito de memória”) e uma lista de informação a partir das etiquetas das embalagens. “Agora, os homens do Corpo de Bombeiros estão aguardando notícias do seu Grupo. Estão são as informações disponíveis”, assim se encerra o roteiro.

Os alunos do curso, que formaram o Grupo de Investigação de Resíduos Tóxicos, receberam este roteiro previamente ontem (11/08), junto com a lista dos produtos químicos identificados pelos bombeiros (pelo menos um tambor de cada): ácido perclórico, ácido fluorídrico, ácido nítrico, ácido clorídrico, acetona, hidróxido de amônio, tolueno, cal, peróxido, aldrin, TDI e outros (substâncias classificadas como perigosas). A ideia é que eles pudessem se planejar, baseados nos conhecimentos já adquiridos durante a semana. Hoje (12), eles entraram em ação…

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Texto: Rose Ferreira e Mário Senaga

Fotografia: José Jorge