O relatório Emissões Veiculares no Estado de São Paulo, com dados referentes a 2015, que está sendo divulgado pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), aponta que os índices de poluentes lançados por automóveis, utilitários, ônibus e caminhões para a atmosfera continuam em decréscimo. O estudo marca os avanços do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores, o Proconve, nascido há 30 anos dentro da Cetesb.
A estimativa é de que, em 2015, foram emitidas no Estado 366 mil toneladas de monóxido de carbono (CO), 197 mil toneladas de óxidos de nitrogênio (NOx), 5,5 mil toneladas de material particulado (MP), 4,7 mil toneladas de dióxido de enxofre (SO2) e 80 mil toneladas de Compostos Orgânicos Voláteis (COV), que é a soma de hidrocarbonetos (NMHC) e aldeídos (RCHO). Em 2014, as emissões foram de 416 mil toneladas de CO, 214 mil toneladas de NOx, 6.159 mil toneladas de MP, 6.562 mil toneladas de SO2, e 88 mil toneladas de COV.
Todos esses indicativos da qualidade do ar mostram tendência declinante nos últimos dez anos (veja no gráfico abaixo).
Segundo o estudo da Cetesb, 60% dessas emissões estão concentradas na Macrometrópole Paulista, área geográfica que reúne as regiões metropolitanas de São Paulo, Campinas, Baixada Santista, Vale do Paraíba e Sorocaba.
Os automóveis e as motocicletas foram os maiores responsáveis pelas emissões de CO e de NMHC, enquanto os caminhões contribuíram com as de MP, NOx e SO2. A participação dos veículos mais antigos e tecnologicamente defasados, com mais de 20 anos, responde por 10% da frota e 42% das emissões totais.
As emissões veiculares de gases de efeito estufa, medida em CO2eq (dióxido de carbono equivalente), foi da ordem de 40,9 milhões de toneladas de CO2eq, contabilizando uma redução de 9% em relação ao ano anterior, em decorrência do aumento do uso do etanol em substituição à gasolina e pela redução do consumo de diesel. A maior contribuição vem dos caminhões, com cerca de 15 milhões de toneladas de CO2eq, seguido dos automóveis com cerca de 12 milhões de toneladas.
Frota circulante
O estudo da Cetesb para estimar a frota circulante no Estado adota um critério diferente do Detran- SP, que não exclui os veículos efetivamente fora de uso. Por esse critério, em 2015, havia em operação um total 15,4 milhões de veículos nas vias paulistas, menos de 1% acima da estimativa do ano anterior. Desses, 10,2 milhões são automóveis, 2 milhões são comerciais leves, 600 mil ônibus e caminhões e 2,6 milhões de motocicletas.
Em 2015, o consumo de gasolina e de diesel diminuiu em relação ao ano anterior, enquanto o de etanol subiu cerca de 25% (veja gráfico a seguir).
Proconve
Técnicos da Cetesb lembram que o Proconve – Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores está completando 30 anos, tendo representado um passo fundamental para os ganhos conquistados na melhoria da qualidade do ar.
Concebido pela Cetesb na década de 1980, o programa estabeleceu um conjunto de regulamentos para reduzir a emissão de poluentes, obrigando a indústria automobilística a introduzir tecnologias e combustíveis de menor impacto ao meio ambiente.
Novas etapas do PROCONVE estão sendo estudadas, como a nova fase para veículos pesados equivalente à Euro VI e o controle do abastecimento de combustíveis para automóveis.
O Plano de Controle de Poluição Veicular, com validade para o período de 2014 a 2016, já se encontra em revisão prevendo-se novas ações e recomendação a partir de 2017. As recomendações incluem a intensificação da fiscalização da emissão de fumaça preta, para a qual a Cetesb adquiriu duas viaturas equipadas com opacímetros, utilizadas já nas operações realizadas em 2016.