O Relatório de Qualidade das Águas Costeiras/2018 publicado pela CETESB, mostra que houve melhora nos índices de qualidade em relação ao ano anterior. O IQAC (índice estatístico de classificação) médio registrado em 66 pontos das 20 áreas distribuídas ao longo do litoral do Estado de São Paulo apresentou aumento das áreas boas e ausência de áreas classificadas como péssimas.

Os resultados desse último ano confirmam o que já havia sido verificado em anos anteriores: as áreas monitoradas com melhor qualidade estão localizadas no Litoral Norte e correspondem a ambientes marinhos pouco influenciados pela água doce continental, além de possuírem baixa ocupação urbana e apresentarem atividade industrial pouco significativa. No ano de 2018, todas as áreas com classificação média “ótima” estavam nessa região. As áreas classificadas como “boa” foram 40%, a maioria no litoral norte e duas (10%) no litoral sul. As classificadas como “regular”, 25%; e “ruim”, 20%, estão todas localizadas na Baixada Santista.

Na Baixada Santista, observou-se as maiores alterações na qualidade das águas, na região do estuário de Santos e São Vicente, com as quatro áreas classificadas com IQAC “ruim”. Nesses ambientes salobros, os principais parâmetros responsáveis pela alteração da qualidade foram as altas concentrações de matéria orgânica e nutrientes. Além disso, foram registradas cerca de 38% de não conformidades para o oxigênio dissolvido. Esses resultados indicam poluição principalmente por esgotos domésticos. Deve-se considerar, também, que na região do estuário de Santos e São Vicente, existe grande influência do polo industrial e das atividades portuárias.

O Índice de Estado Trófico Costeiro (IETC), que avalia o nível de eutrofização (processo por meio do qual um corpo de água apresenta níveis altos de nutrientes, especialmente fósforo e nitrogênio, com consequente aumento da densidade de algas planctônicas), diminuiu significativamente na porcentagem de ambientes considerados eutrofizados, de 52 para 31%.

Em relação à qualidade dos sedimentos, as variáveis que indicam a presença de matéria orgânica e nutrientes nos canais do estuário santista foram as que apresentaram teores mais elevados. Quanto aos ensaios ecotoxicológicos com amostras de sedimentos, 98% não apresentaram toxicidade, melhor índice registrado desde 2014. Apenas 2% das amostras apresentaram efeito tóxico, muito semelhante ao que ocorreu no ano anterior, cujo resultado foi de 3%.

Monitoramento

A rede de monitoramento da qualidade das águas costeiras da CETESB possui 66 pontos e abrange 20 áreas distribuídas ao longo do litoral do Estado de São Paulo, sendo oito no Litoral Norte, 10 na Baixada Santista e duas no Litoral Sul. A amostragem das águas costeiras e dos sedimentos é realizada semestralmente. As medições em campo são feitas por meio de sonda que avalia o perfil da coluna de água de cada um dos pontos, coletando dados como oxigênio dissolvido, temperatura, pH, condutividade, salinidade, turbidez e profundidade.

Além disso, realiza-se a coleta de amostras de água do mar em três profundidades (superfície, meio e fundo), pois pode haver diferenças na qualidade das várias camadas da coluna de água e de amostras de sedimento superficial que são encaminhadas aos laboratórios da CETESB. Nessas amostras de água do mar e de sedimentos, são realizadas cerca de 30 determinações de variáveis microbiológicas, físicas, químicas e ecotoxicológicas.