Webinar de fórum de mulheres executivas teve apresentação da diretora-presidente da CETESB
A live desta terça-feira, 29/09, organizada pelas mulheres do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças – IBEF teve a participação da diretora-presidente da CETESB, Patrícia Iglecias, que fez uma apresentação sobre o tema “Desafios e Oportunidades: Sustentabilidade”. A mediadora foi Maria José Cury, líder do IBEF Mulher e sócia da PWC.
O IBEF, entidade criada em 1971, reúne executivos e empresários de todo o país, abrigando também autoridades públicas, acadêmicas e profissionais liberais, com cerca de 5 mil associados, tem no seu segmento Mulher o compromisso de maximizar o valor da diversidade, incentivando uma maior integração entre gêneros no ambiente de negócios, entre outros, considerando a visão e a perspectiva da mulher executiva, assim como a representação do seu pensamento e a ampliação de sua participação nas esferas de decisão.
Patrícia Iglecias iniciou e terminou sua explanação destacando a mesma palavra: equilíbrio. Ela começou comentando sobre a Agenda ESG, sigla em inglês para as questões ambientais, sociais e de governança, que tem recebido muita atenção no mundo e aponta para a necessidade do equilíbrio, por um lado, dos seres humanos, meio ambiente e atividade econômica, e por outro, da prevenção e da precaução.
Ela lembrou que a CETESB, que tem sua primeira presidente mulher em seus 52 anos de existência, conta com 46 agências ambientais no Estado de São Paulo e cerca de 1.700 colaboradores. Apresenta uma gama diversificada de atuação, desfazendo a imagem de uma empresa apenas de fiscalização e licenciamento.
A despeito do número surpreendente de 130 mil empreendimentos licenciados no estado até o momento – atestando o trabalho intenso que, de fato, a Companhia Ambiental paulista realiza – , ela ilustrou a diversidade e complexidade das atuações praticadas pelos seus técnicos, como nos campos de análises laboratoriais ambientais, atendimentos a emergências químicas, monitoramento da qualidade do ar, das águas e balneabilidade das praias.
Destacou os êxitos da Companhia em cooperação internacional com outras grandes agências ambientais, como a norte-americana EPA e a japonesa Jica. Ressaltou as ações de vanguarda do Estado de São Paulo na gestão de resíduos sólidos, incluindo a eliminação dos lixões, a logística reversa, as recentes resoluções estaduais regulamentando e estimulando o uso de Combustíveis Derivados de Resíduos para a geração de energia e a compostagem e a vermicompostagem.
Falou, ainda, do projeto de despoluição do Rio Pinheiros, do programa CETESB de Portas Abertas e do Acordo Ambiental SP, com mais de 100 empresas aderentes, visando a redução da emissão de gases de efeito estufa.
Patrícia Iglecias falou sobre sua vida pessoal e os desafios como esposa, mãe e profissional. Contou, que atua há quase 30 anos na área ambiental, tendo se interessado pelo assunto quando iniciou sua pesquisa de mestrado na Faculdade de Direito da USP, sobre a responsabilidade civil-ambiental. Apoiada pelo marido, pela mãe e familiares, ela desenvolveu sua carreira, tendo ocupado, entre outros, antes da CETESB – onde ocupa o posto máximo desde o início de 2019 – , o cargo de secretária estadual de Meio Ambiente, em 2015 e 2016, e à frente da Superintendência de Gestão Ambiental na USP, contribuiu com o progresso da universidade paulista no “ranking” mundial de sustentabilidade no tocante às ações internas.
Observou, no entanto, que os desafios para as mulheres são grandes e que muito tem que ser feito para avançar. Chamou atenção para a diminuição do número de docentes mulheres na Faculdade de Direito da USP. Porém, enfatizou o fato positivo do Governo de São Paulo ter quatro secretárias estaduais e várias mulheres compondo os conselhos de administrações. “Acredito que o gênero feminino apresenta percepção e sensibilidade diferenciada para encarar e agir em relação a temas e problemas delicados, como o assédio sexual, por exemplo. Além disso, as mulheres agregaram conhecimento técnico, que tem feito diferença na prática”.
Ao final propôs um desafio: “Vamos ter uma atuação pessoal em prol da sustentabilidade. Promovendo microrevoluções individuais, que farão a diferença. Como mulheres, assumirmos essa responsabilidade, buscando uma atuação que traga uma mudança efetiva, para nossas famílias, empresas e, afinal, para as futuras gerações, com o intuito de uma qualidade de vida melhor e um ambiente ecologicamente equilibrado.”