Dentro do painel “Agenda Urbana do Clima – desafios e oportunidades dos próximos gestores municipais para saúde, emprego e mobilidade”, Patrícia Iglecias, diretora-presidente da CETESB, apresentou as estratégias do governo do Estado de São Paulo.

A diretora-presidente da CETESB, Patrícia Iglecias, participou, em 05/11, da segunda edição da Conferência Brasileira de Mudança do Clima – CBMC, que reuniu especialistas, atores políticos e da sociedade civil, voltados para a construção de soluções para a crise climática no país. O encontro virtual e interativo, organizado pelo Instituto Clima e Sociedade – iCS, com apoio da Bloomberg Philanthropies e colaboração do Instituto Ethos e diversas organizações que elaboraram a Agenda Urbana do Clima, foi transmitido pelo canal do YouTube do Instituto Ethos.

Dentro do painel “Agenda Urbana do Clima – desafios e oportunidades dos próximos gestores municipais para saúde, emprego e mobilidade”, Patrícia Iglecias apresentou as estratégias do governo do Estado de São Paulo na implementação da ação climática subnacional, abordando desde a implantação do Plano de Redução de Emissão de Fontes Estacionárias – PREFE, que estabeleceu novos padrões de emissões de poluentes industriais na atmosfera, passando pelos programas de redução de emissões veiculares, pelo incentivo à criação de políticas para a oferta de combustíveis renováveis e pelo estímulo à eficiência energética em toda a cadeia produtiva do Estado.

Segundo Patrícia Iglecias, atualmente 59% da matriz energética do Estado de São Paulo é originária de fontes renováveis, como os derivados de cana-de-açúcar (35,4%), etanol (19,5%), gás natural (4,7%) e querosene (11%).

Anunciou que há uma demanda crescente na CETESB para o licenciamento de empreendimentos de geração de energia com usinas fotovoltaicas, unidades de recuperação de energia – URE e de usinas termelétricas e movidas a gás natural.

A dirigente da agência ambiental paulista falou sobre o Protocolo Etanol Mais Verde, modelo de cooperação realizado entre governo, usinas e fornecedores de cana-de-açúcar, pautado na necessidade de organização da atividade agrícola e industrial com ações que estimulem a sustentabilidade da cadeia produtiva de açúcar, etanol e bioenergia. A primeira fase do programa, assinado voluntariamente em 2007, previa a antecipação de prazos para o fim do fogo nos canaviais, proteção de matas ciliares, recuperação de nascentes e outras medidas de conservação.

Desde o início do Protocolo, segundo ela, deixou-se de emitir autorizações de queima de palha de cana-de-açúcar que resultariam na emissão de mais de 9,27 milhões de toneladas de CO2 – dióxido de carbono – e mais de 56 milhões de toneladas de poluentes atmosféricos – monóxido de carbono, material particulado e hidrocarbonetos.

Ressaltou, ainda, o lançamento do Acordo Ambiental São Paulo, que incentiva empresas paulistas a assumirem compromissos voluntários de redução de emissão de gases de efeito estufa, atualmente com 134 aderentes, e o trabalho das Câmaras Ambientais, que reúne representantes dos setores produtivos e de infraestrutura do Estado, para discutir e propor uma melhor gestão ambiental no Estado, hoje, com 14 Câmaras em plena atividade.

“As iniciativas, que precisam ser compartilhadas, são avanços significativos, que trazem benefícios a todos, em consonância com ODS 17 – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – Parcerias e Meios de Implementação, da ONU”, afirmou Patrícia Iglecias, referindo-se ao compromisso, que nasceu na Conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável no Rio de Janeiro, em 2012, para suprir os desafios ambientais, políticos e econômicos mais urgentes que o mundo enfrenta.

Com a participação de um time de palestrantes estrangeiros e brasileiros, que com base em experiências de gestores públicos e agentes políticos, abordaram caminhos para recuperação das cidades no contexto climático, o painel contou, também, com as presenças de Adriana Campelo, diretora de Resiliência na prefeitura de Salvador; Antha Williams, líder do Programa Ambiental da Bloomberg Philanthropies; Luiz Alberto Sabóia, secretário executivo de Conservação e Serviços Públicos da prefeitura de Fortaleza; Rodrigo Perpétuo, secretário executivo do ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade e do deputado federal Rodrigo Agostinho. Como moderadora, Amanda Costa, ecofeminista e mobilizadora da Youth Climate Leaders.

Texto – Renato Alonso
Revisão: Cristina Leite