Programa “Alô, CETESB!”, de 02/12, teve como tema um ano do Acordo Ambiental São Paulo

O Acordo Ambiental SP, completando um ano de criação, foi tema do programa “Alô CETESB!”, transmitido pelo canal oficial da agência ambiental paulista no YouTube, em 02/12.

Conforme lembrou Patrícia Iglecias, seu lançamento, no final de 2019, teve o objetivo de incentivar as empresas que atuam no estado de São Paulo a assumirem compromisso voluntário de redução de gases de efeito estufa. Na ocasião, 55 aderentes assinaram o documento, número que subiu, atualmente, para 184, entre empresas e associações de variados setores produtivos.

“Para celebrar um ano de existência nada melhor que mostrar os avanços, no período”, afirmou a dirigente, na abertura do “Alô, CETESB!”. Segundo ela, o Acordo representa o posicionamento do Estado de São Paulo no cumprimento do seu papel de governo subnacional, que, por meio de suas políticas públicas ambientais, contribui para o sucesso das metas assumidas pelo Brasil no Acordo de Paris, de 2015, de participar do esforço mundial para conter o aquecimento global abaixo de 2°C.

A presidente explicou que o Acordo SP também prevê o reconhecimento dos seus signatários como membros da comunidade de líderes em mudanças climáticas, além de disponibilizar apoio técnico, por meio da Câmara Ambiental de Mudanças Climáticas, da CETESB. Objetiva, ainda, incentivar o surgimento de tecnologias inovadoras que possam reduzir os impactos das atividades dos setores produtivos.

“Para a equipe técnica da CETESB, o Acordo é motivo de muito orgulho”, festejou, ressaltando que o tema precisa ser tratado com urgência. Observou que o novo presidente eleito dos EUA, Joe Biden, anunciou o retorno do país ao Acordo de Paris e enfatizou: “Nós, como governo subnacional, continuaremos a trabalhar em cooperação com outros governos estaduais, municipais, o setor privado, a sociedade civil, de forma a ampliar e fortalecer as ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas, no Estado de São Paulo”.

O programa contou com três convidados: Josilene Ferrer, assessora da Presidência da CETESB e secretária-executiva da Câmara Ambiental de Mudanças Climáticas; Pedro Fittipaldi, gerente de Investimentos e Meio Ambiente do INVEST-SP, agência de promoção de investimentos do Estado de São Paulo; e Artur Villela Ferreira, sócio-fundador da Global Forest Bond, “startup” que atua com soluções financeiras para preservação de biomas nativos.

Josilene Ferrer recordou que o governo estadual começou a trabalhar com a agenda das mudanças climáticas em 1995, assim que a Convenção do Clima entrou em vigor, com a criação do Programa Estadual de Mudanças Climáticas. “Desde então, essa agenda vem se desenrolando. Por exemplo, iniciamos com o mapeamento das emissões do Estado de São Paulo. Hoje, estamos em outro momento, buscando ações. Como ainda existem limitações na legislação brasileira quanto a emissão de gases de efeito estufa (GEE), é possível desenvolver iniciativas voluntárias, como o Acordo SP, em que as empresas aderentes estão engajadas num esforço de redução de emissão de GEE.”, esclareceu.

Conforme a especialista, os atuais 184 aderentes do Acordo Ambiental SP são “instituições dispostas a se engajar no esforço de redução voluntária de emissões”. Ela informou que alguns segmentos já anunciaram metas de redução, que já são do conhecimento da CETESB e serão tornadas públicas em 2021, sendo que, no momento, a fase é de organização no âmbito técnico.

Pedro Fittipaldi destacou indicadores que mostram o quanto o Estado tem avançado na questão. “Temos 60% de renováveis na matriz energética, um resultado incrível, que levou décadas para se constituir, com a introdução do etanol na matriz de transporte, que é muito própria de São Paulo. Temos também a energia elétrica com alto índice de renováveis, o crescimento da vegetação nativa e a redução de carbono per capita, com crescimento econômico de 2,5% no ano passado”, celebrou.

E mostrou seu contentamento com o Acordo: “A INVEST SP acredita nos fundamentos do Acordo Ambiental São Paulo, como estratégia de desenvolvimento de uma temática tão importante e tão complexa quanto à questão climática. E, mesmo indo além da questão do clima, também os aspectos sociais e, no sentido mais amplo, a sustentabilidade”.

No que Artur Villela Ferreira, da GFBond, complementou: “A gente vê a questão ambiental como um grande diferencial competitivo, tanto para o Brasil como para os governos subnacionais”. E finalizou: “O Acordo Ambiental São Paulo é uma ferramenta fantástica para ajudar quem atua, no Estado de São Paulo, especificamente, a se posicionar, buscando esse diferencial competitivo”.

Texto: Mário Senaga.
Revisão: Cristina Leite.