Elas dominam a linha de frente do combate ao coronavírus. Mas também foram as que mais perderam os empregos ou tiveram que largá-lo para cuidar dos afazeres de casa e da família. A Covid-19 impôs muitos desafios à população feminina, mas na CETESB, onde 44% das posições de comando são ocupadas por mulheres, elas se adaptaram bem a esses novos tempos e enfrentam positivamente os desafios, dividindo o trabalho remoto com as tarefas domésticas e cumprindo com que as espera, quando termina a sua jornada.

Por ocasião do Dia Internacional da Mulher, nesta quarta-feira, 10 de março, cinco mulheres que ocupam cargos de gerência na Companhia, sob moderação da diretora-presidente Patrícia Iglecias, se encontraram em uma live, transmitida pelo canal da CETESB no Youtube e Facebook, para falarem sobre suas angústias, conflitos, desafios, mas também sobre solidariedade e cumplicidade de seus parceiros, familiares e parceiros de trabalho na empresa.

“Uma oportunidade de compartilhar situações comuns a todos e como cada uma vêm administrando suas várias funções”, observação feita por Viviam Marrani, gerente da Divisão de Coordenação Setorial do Departamento de Desenvolvimento Estratégico e Institucional da CETESB, em sua postagem na rede, enquanto assistia à live.

O evento virtual contou com as participações de Cristina Couto, gerente do Setor de Imprensa; Ednéa Parada, gerente da Agência Ambiental de Limeira; Fernanda Sobral Sobral, gerente do Departamento de Avaliação Ambiental de Empreendimentos; Maria Inês Sato, gerente do Departamento de Análises Ambientais; Tatiana Pereira Campos, Analista Ambiental do Setor de Avaliação de Empreendimentos de Transporte Não Rodoviário e atual representante dos funcionários no Conselho de Administração (CAD) e Vânia de Andrade Ramos Olichwir, gerente da Divisão de Desenvolvimento de Recursos Humanos, Higiene, Segurança e Medicina do Trabalho da CETESB.

Antes de passar a palavra às protagonistas do encontro, a presidente Patrícia Iglecias citou um importante estudo internacional. Segundo dados da OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, publicados antes da atual pandemia da COVID-19, a igualdade de gênero poderia agregar 12 trilhões de dólares ao PIB global até 2025. “O efeito seria especialmente benéfico para os países menos desenvolvidos, que hoje são mais impactados diretamente pela limitada participação feminina no mercado de trabalho”, afirmou, lembrando, ainda, que a ONU – Organização das Nações Unidas estima que a igualdade entre homens e mulheres só será totalmente alcançada daqui a 81 anos.

Todas as participantes da live foram unânimes em afirmar que, com a pandemia, foram obrigadas a se reinventarem em seus afazeres domésticos e profissional. “Um grande desafio lidar com multitarefas e ter que encontrar alternativas para enfrentar as dificuldades”, frisou Vânia Olichwir.

Para Maria Inês Sato, “uma grande versatilidade de se adaptar a diferentes situações e um momento de valorização humana”, observou. A mesma opinião foi compartilhada por Cristina Couto, ao acrescentar que, mais do que uma adaptação, foi a necessidade de se reinventar no trabalho diário. “Fugindo de horários padrão, se desdobrando para manter a produtividade, mas um momento que possibilitou uma maior aproximação com a equipe e que acabou dando muito certo, mesmo com o aumento da carga de trabalho”, disse.

Ednéa Parada, da agência de Limeira, teve a mesma percepção. Cada um buscou uma forma de se adaptar ao meio organizacional e familiar “e com o comprometimento de executar o melhor de si, que foi muito motivador para superar os desafios”. Para Fernanda Sobral, que conta com o predomínio de mulheres em seu Departamento, apesar de toda a carga emocional que o momento requer, “está havendo um grande comprometimento e esforço de equipe para manter a produtividade”.

E, corroborando com tudo o que foi colocado pelas demais participantes, Tatiana Campos, uma das quatro mulheres que integram o Conselho de Administração da CETESB – lembrando que a Companhia foi recentemente agraciada pelo Women on Board (WOB), uma associação que reúne um grupo de executivas, conselheiras, advogadas e empresárias engajadas na causa da promoção da mulher a postos com tomada de decisão, com um selo especial para as companhias no Brasil com mais de duas mulheres em seus conselhos de administração – , lembrou que, apesar de todas as dificuldades do momento e com todo o aparato tecnológico imposto pelas novas condições de trabalho,” estamos conseguindo ser valorizadas”.

Enfim, são todas protagonistas, incluindo a dirigente maior, que sentem em diferentes postos de direção, os efeitos específicos deste primeiro ano de crise sanitária sobre a vida das mulheres. Elas estão de fato na linha de frente. Mulheres cujas vidas refletem milhares de outras deste país e, principalmente, do universo da CETESB e que também lutam para reduzir a disparidade de gênero.