“O lixo é uma invenção do homem; na natureza não existe” – Descarte, documentário de Leonardo Brant, 2021.
Na noite de quarta-feira, 31/03, a diretora-presidente da CETESB, Patrícia Iglecias, foi uma das vozes femininas a discutir a questão dos resíduos na live “Descarte em debate – Lixões”, promovida pela Deusdará Filmes, com mediação de Leonardo Brant e Gianna Toni.
A live é resultado de uma reflexão sobre o documentário Descarte, de Leonardo Brant, e uma tentativa de ampliar o debate com especialistas na busca de soluções e alternativas para a geração de resíduos.
Patrícia Iglecias ressaltou a importância do documentário “que traz uma reflexão não só dos lixões, mas do descarte e, em especial, do consumo”.
Em sua fala, a dirigente abordou primeiramente que, apesar de o Estado de São Paulo ter eliminado os lixões, 40% de áreas destinadas ao descarte de resíduos no Brasil são lixões, ou seja, apesar de a Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS ser de 2010, ainda não se conseguiu atingir o que seria necessário no que diz respeito a resíduos. Isso significa que “temos que avançar muito. O Estado de São Paulo possui atualmente 97,8% de gestão adequada de resíduos, mas não quer dizer que não tenhamos que avançar”, ponderou Patrícia Iglecias.
Nesse sentido, é que se insere o papel das políticas públicas. Como exemplo, a valorização da compostagem. A publicação da Resolução nº 69 simplificou o licenciamento de casos de compostagem de menor escala e “com isso trouxe algo que é tão importante – a redução do volume de resíduos que são levados a aterro”. Outro exemplo é a valorização energética dos resíduos conforme previsto na PNRS.
A diretora-presidente comentou ainda sobre Logística Reversa. Prevista na PNRS, a Logística Reversa desempenha uma função de gestão compartilhada, com outras figuras responsáveis, “mas sem deixar de lado o papel da indústria na destinação dos resíduos”. Salientou a vinculação, desde 2015 quando estava à frente da Secretaria de Meio Ambiente, dos licenciamentos com a Logística Reversa. “Hoje, aqui no Estado, nós não permitimos, não renovamos licença ou concedemos nova licença se aquela indústria estiver na lista daqueles que tiverem que fazer Logística Reversa e não o faz”.
Por último, a diretora ressaltou a importância do Poder Público, dos órgãos ambientais, na regulamentação das políticas públicas. “Não basta uma legislação, não basta a Política Nacional de Resíduos Sólidos, precisamos de ações concretas que possam viabilizar a redução de resíduos, e consequentemente de áreas tidas como lixões”. Sem contar, nas palavras de Patrícia Iglecias, “que individualmente fazemos a diferença; individualmente, podemos pensar em gerar menos resíduos, em como trabalhar o consumo, enfim, na produção e no consumo sustentáveis”.
O debate contou com participação de Mariana Rico, da Estre Ambiental, de Heliana Kátia Campos, da ABES-Brasília e de Edilainne Muniz Pereira, do Instituto Limpa Brasil.
Todas as especialistas foram unânimes em abordar a questão social envolvida com o tema, com a figura dos catadores. Debateram, também, a responsabilidade social na produção do lixo, a compostagem, a incineração, a reciclagem, as cooperativas e a criação de uma possível taxa pela geração dos resíduos.
Veja na íntegra o debate no canal do YouTube:
www.youtube.com/watch?v=346OO9YsyhI
E assista ao documentário Descarte
nas plataformas:
– Amazon Prime: http://bit.ly/DescarteAmazon
– Vimeo On Demand: http://bit.ly/DescarteVIMEO
– Video Camp: http://bit.ly/DescarteVCAMP
– Vivo Play: http://bit.ly/DescarteVivo
– Net NOW: http://bit.ly/DescarteNOW
Texto: Cristina Leite
Printe: José Jorge
Programação visual site: Kissy Harumi