Entre os dias 9 e 18/6, a Prodesp realizou a 5ª Semana do Meio Ambiente. O evento promoveu quatro encontros virtuais e teve como tema ‘Meio Ambiente, Tecnologia e Informação: Integração Vital’
Convidada pela Prodesp para proferir palestra de encerramento da 5ª Semana do Meio Ambiente abordando o tema ‘O uso da Tecnologia na Gestão Ambiental da CETESB’, a diretora-presidente do órgão, Patrícia Iglecias, destacou as várias tecnologias utilizadas na empresa para alcançar uma gestão ambiental integrada e mais efetiva.
A diretora administrativo-financeira da Prodesp, Izabel Monteiro, afirmou que nas palestras anteriores foi possível ver como as estatais podem contribuir com ações de sustentabilidade envolvendo o cidadão. “Hoje, vamos conhecer como a CETESB, em seu papel de controle, monitoramento e licenciamento das atividades geradoras de poluição usa as tecnologias para auxiliá-la nessas ações.”
O evento foi aberto pelo coordenador do comitê de sustentabilidade da Prodesp, Celso Monastero, que abordou a importância de contextualizar a tecnologia da informação (TI) no âmbito de práticas de gestão e de políticas púbicas. “Queremos estimular a percepção da importância da TI tanto quanto a responsabilidade socioambiental, além das possibilidades que se abrem no segmento de TI no governo, porque essa é uma ferramenta relevante para a transição da economia global para o baixo carbono.”
Em sua fala, Patrícia afirmou que o trabalho da companhia ambiental está sempre em evolução. “A tecnologia, cada vez mais, dará o suporte necessário para o avanço das questões ambientais, algo que é fundamental. O acesso a TI será, a meu ver, um grande fundamentador para que possamos atingir um meio ambiente ecologicamente equilibrado”, disse.
Segundo ela, no Brasil, o meio ambiente é tratado de forma ampla. “Nossa legislação trata questões que envolvem não só os aspectos de meio ambiente natural, mas também o meio ambiente artificial, como a ocupação urbana e o meio rural modificado.”
Para fazer a gestão ambiental nesse cenário complexo, Patrícia afirma que a companhia realiza trabalho integrado do ponto de vista tecnológico. “Nosso escopo de trabalho é amplo e vai além do licenciamento e fiscalização. Atendemos a emergências químicas, fazemos análises de risco, cuidamos da prevenção de poluição e da questão da qualidade ambiental do ar e das águas. A tecnologia nos ajuda bastante em tudo isso.”
Criada em 1968 como centro tecnológico de saneamento básico, a CETESB teve suas atribuições ampliadas no decorrer dos anos. “Hoje somos a principal companhia de meio ambiente do Brasil e a maior da América Latina. Temos mais de 142 mil empreendimentos licenciados no Estado, 50 mil só na Região Metropolitana”, ressalta.
Ao iniciar sua gestão, em 2019, Patrícia dividiu o trabalho em cinco linhas principais. O programa ‘CETESB para Todos’ envolve a questão de inovação e tecnologias, produzindo informação de forma dinâmica para gerar eficiência no licenciamento e avançar nas boas práticas.
Também foi criada a ‘Célula de Inteligência’ formada por técnicos com vasta experiência em licenciamento ambiental, para padronizar as informações e os procedimentos internos de acompanhamento de processos de licenciamento e de monitoramento das metas de produtividade.
“Esse trabalho nos levou a adequações sistêmicas, tínhamos solicitações abertas desde 1998. Isso nos levava a uma série de inconsistências internas e gerava erro nos indicadores. O saneamento interno trouxe números reais, para que nossa eficiência seja verificada e as metas estabelecidas.”
O resultado dessa ação fez de 2019 o ano mais produtivo da companhia, com mais de 60 mil pedidos de licenciamento analisados. “2020 foi nosso segundo melhor ano, mesmo com a pandemia.”
O ‘Portal de Licenciamento’ está entre as linhas principais da gestão de Patrícia. O sistema contém questões preestabelecidas e uma árvore de decisão que responde perguntas feitas pelo usuário, indicando o caminho a seguir para efetuar a solicitação de licenciamento.
Já o ‘Via Rápida Ambiental – VRA’ é o licenciamento simplificado. “Temos uma emissão automática via portal de licenciamento. Em 20 minutos a licença é emitida sem custo, nos casos de baixo impacto que representam 10% das licenças emitidas pela CETESB.”
A Sala de Cenários, por sua vez, é uma tecnologia introduzida em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). “A partir da inserção de um projeto a ser licenciado à ferramenta verifica a interface com eventuais restrições ambientais e aponta áreas de preservação permanente, cursos de água e tipo de vegetação, além de alternativas locacionais para a implantação do empreendimento.”
O sistema ‘Logística Reversa’, por sua vez, vincula a destinação correta, por parte dos fabricantes, dos resíduos gerados por eles e dos produtos pós-utilizados, com o licenciamento ambiental. “Para licenciar e renovar licenças o empreendedor precisa fazer logística reversa. Se não estiver integrado ao sistema, não obtém licença.”
Ela citou, ainda, a Sistematização de Resíduos Sólidos – SIGOR, que capta todos os dados de descarte de resíduos e produz consolidação anual dos dados. “Todas essas informações formam um banco de dados interno.”
Em relação ao monitoramento da qualidade do ar, a empresa conta com 87 estações de monitoramento que coletam 12 mil dados diários sem interferência humana. As informações são remetidas para a rede telemétrica em tempo real. Já os oito laboratórios da companhia realizam mais de 500 mil análises por ano.
Tanto a qualidade do ar quanto a balneabilidade das praias possuem aplicativos para celular, desenvolvidos em parceria com a Prodesp, que permitem aos usuários acessarem informações que os auxiliam na decisão, por exemplo, de qual é o melhor lugar para praticar atividade física ao ar livre, ou em que praia alugar uma casa de veraneio. “Todo o trabalho da CETESB é voltado à qualidade de vida e à saúde das pessoas. Usamos ferramentas similares as que existem nos países mais desenvolvidos.”
A CETESB também utiliza drones para fazer análise concreta em ocorrências de acidentes ambientais, auxiliando os técnicos na tomada de decisão. “Nosso atendimento a emergências químicas conta com equipamentos que usam tecnologia de ponta. Nosso papel é entregar os melhores resultados do ponto de vista da proteção ambiental e da atividade econômica a ser desenvolvida em nosso Estado.”
Assista à íntegra em: https://web.microsoftstream.com/video/d5fd7003-fdfa-4211-884f-04a79db4ef5e
Texto: Cris Olivette
Fotos: José Jorge Neto