Iniciativa colaborativa é formada por 37 cientistas de quatro estados brasileiros

Com o intuito de garantir a segurança hídrica, proteger a saúde humana e o meio ambiente, a CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo e oito instituições de ensino superior, de quatro estados brasileiros, passam a integrar a Rede HydroPoll – Rede Colaborativa de Pesquisa em Poluição das Águas e Recursos Hídricos, que atualmente congrega 37 pesquisadores.

O objetivo da rede é proporcionar a articulação entre pesquisadores e instituições para o desenvolvimento de projetos, produção e troca de conhecimentos sobre recursos hídricos, visando à implementação de políticas públicas que atendam aos Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável – ODS da ONU – Organização das Nações Unidas.

A diretora-presidente da CETESB, Patrícia Iglecias destaca o fato de a empresa ter papel de liderança no desenvolvimento de políticas ambientais que posteriormente são disseminadas para o restante do País. “Essa atividade está muito internalizada em todas as ações da Companhia, tanto que temos elaborado e implementado inúmeras políticas que contemplam diversos objetivos preconizados pela ONU.”

O diretor de Engenharia e Qualidade Ambiental, Carlos Roberto dos Santos lembra que a parceria entre CETESB e universidades é antiga. “Nossos colaboradores têm uma relação muito íntima com a Academia e nós buscamos esse estreitamento justamente para que as pesquisas desenvolvidas dentro das universidades não fiquem nas prateleiras, mas que sejam utilizadas no dia a dia da Companhia.”

Gerente do Departamento de Análises Ambientais, Maria Inês Zanoli Sato, diz que é entusiasta das parcerias. “Considero que o viés da pesquisa é muito importante dentro de todas as instituições, bem como a realização de parcerias é de suma importância para que o corpo técnico se mantenha atualizado em termos da ciência, para troca de experiências e para obter uma resolução melhor dos desafios que temos de enfrentar.”

Maria Inês afirma que para trabalhar com outras instituições é preciso estabelecer prioridades e buscar resultados que correspondam às expectativas das demandas ambientais. “Precisamos definir metas, manter a gestão compartilhada dos projetos e atuar para que haja harmonização da pesquisa acadêmica com a aplicação prática dos resultados em políticas públicas.”

Segundo os cientistas envolvidos, a segurança hídrica é afetada tanto pela poluição quanto pela escassez da água decorrente das mudanças climáticas, o que torna o assunto um desafio mundial, interdisciplinar e que requer soluções urgentes.

Gerente da Divisão de Análises Hidrobiológicas, Marta Condé Lamparelli, explica que a ideia de montar uma rede aberta e colaborativa – https://www.hydropoll.org/ – é de congregar conhecimento em uma plataforma de discussão e desenvolvimento de projetos, de forma que cada um possa contribuir em sua área de conhecimento, em questões práticas, envolvendo qualidade das águas interiores e costeiras. “Com isso será possível avançar tanto no monitoramento como na regulamentação, envolvendo temas como contaminantes emergentes, microplásticos, fármacos e indicadores biológicos”, conclui.

Fazem parte da iniciativa, além da CETESB, a Unifesp – Universidade Federal de São Paulo, USP – Universidade de São Paulo, UNESP – Universidade Estadual Paulista, UFSCar – Universidade Federal de São Carlos, UFABC – Universidade Federal do ABC, UFPB – Universidade Federal da Paraíba, UFJF – Universidade Federal de Juiz de Fora, e UFERSA – Universidade Federal Rural do Semiárido. Outros atores poderão se juntar à Rede no decorrer dos trabalhos.

Estrutura

Responsável pelos nove laboratórios de análises ambientais da sede, Maria Inês diz que a Companhia conta ainda com sete laboratórios descentralizados que atendem às demandas regionais. Todos eles são acreditados pela CGCRE/Inmetro, garantindo a rastreabilidade dos resultados de cerca de 400.000 análises realizadas por ano, em atendimento às suas atividades de monitoramento da qualidade ambiental, licenciamento e fiscalização.

“Trabalhamos com equipamentos de última geração e contamos com uma infraestrutura analítica de ponta, que somados ao quadro de recursos humanos altamente qualificado, nos permitem avançar no diagnóstico e monitoramento da qualidade ambiental, essencial para o enfrentamento da complexidade, cada vez maior, das questões de contaminação ambiental”, ressalta Carlos Roberto.

Patrícia Iglecias, finalmente, destaca que por responsabilidade institucional, a empresa comanda uma grande rede de monitoramento de qualidade das águas. “Temos mais de 500 pontos de monitoramento da rede básica no Estado de São Paulo e 330 pontos de águas subterrâneas. Para participar da Rede HydroPoll contamos com dois departamentos que assessoram toda a atividade de controle e de monitoramento da poluição ambiental no estado, em especial, das águas, o Departamento de Qualidade Ambiental e o Departamento de Análises Ambientais. Agradecemos a parceria e a oportunidade de participarmos dessa importante rede colaborativa”.

Texto: Cristina Olivette
Revisão: Cristina Leite
Ilustração: Rede Hydropoll