“Farei tudo o que puder, darei até minha vida pela natureza”. Essas palavras de Augusto Ruschi, cientista, professor, defensor das florestas, considerado Patrono da Ecologia do Brasil, falecido em 1986, e que dá nome ao anfiteatro da sede da CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, no bairro de Pinheiros, confirma a importância e o compromisso da agência ambiental paulista em prol do meio ambiente, no estado e no país.
O auditório iniciou suas atividades em 1975, quando o prédio principal da Companhia, conhecido atualmente como “Prédio 1”, foi entregue oficialmente à então Companhia Estadual de Tecnologia de Saneamento Básico e de Controle de Poluição das Águas, com base em projeto elaborado pelo Departamento de Edifícios e Obras Públicas da Secretaria dos Serviços e Obras Públicas, na gestão do governador Laudo Natel. No último 09/03, ele foi reinaugurado com a realização de evento, em grande estilo, em homenagem ao Dia Mundial da Mulher.
A reinauguração se deu após o espaço passar pela sua segunda reforma. A primeira foi concluída em novembro de 2005. Agora, nessa segunda reinauguração, em 2022, se destacam, entre outros, o novo corredor no meio das fileiras, facilitando a circulação das pessoas, antes, eram só dois corredores laterais, agora são três, novo estofamento das poltronas, que também ganharam a cor azul, além da apresentação de novas estruturas dos painéis de fotos dos ex-secretários estaduais de meio ambiente e dos ex-presidentes da CETESB, assim como mudanças no balcão da copa e de recepção.
Nas palavras da diretora-presidente da CETESB, Patrícia Iglecias, “o auditório, desde sua concepção, é um espaço para dar suporte à realização de eventos e reunir especialistas ambientais. Além disso, o recinto tem sido palco tanto de interação e integração do corpo funcional da companhia. Com muita alegria reabri o auditório”.
Para o diretor de Gestão Corporativa, Aruntho Savastano Neto, “além da modernização e adequação do Auditório Augusto Ruschi e do “hall” de entrada, a troca do estofamento e do revestimento das poltronas possibilitou resgatar a cor azul, símbolo da CETESB, no mobiliário, e também no painel de pastilhas de cerâmica do “hall”. Além dessas mudanças, o Mapa do Estado, com a indicação das agências ambientais, foi atualizado e realocado. Desse modo, o nosso auditório encontra-se em condições para seguir abrigando a realização de eventos ligados à CETESB e ao meio ambiente”.
“É sempre muito bom poder observar as mudanças e as atualizações que foram feitas na sede da CETESB. Ingressei em 1973 e acompanhei toda a construção do hoje prédio 1 e o auditório integrava a estrutura original. Agora reformado, o espaço seguirá como local das discussões ambientais”, comentou Renato Kacinskis, do setor de Cursos e Transferência do Conhecimento e ex-integrante do grupo de colaboradores do auditório.
Quem foi Augusto Ruschi
Cientista, advogado, professor, defensor das florestas, Patrono da Ecologia do Brasil. Esses e outros adjetivos e ocupações marcaram a vida do naturalista brasileiro Augusto Ruschi – 1915-1986 – é natural de Santa Teresa, região centro-serrana do Espírito Santo, descendente de imigrantes italianos católicos marcou a história de seu estado natal e também a do Brasil, em especial, por seus estudos sobre beija-flores e por sua sistemática militância em favor da natureza.
Em1939, Ruschi ingressava como assistente voluntário no MNRJ – Museu Nacional do Rio de Janeiro, onde atuou inicialmente como botânico contratado e, anos depois, como professor titular. O MNRJ foi espaço de intercâmbio acadêmico, no qual teve a oportunidade de aprimorar os conhecimentos sobre fauna e flora que adquirira de maneira autodidata.
Famoso por ter contrariado interesses empresariais multinacionais no contexto do plantio de eucaliptos em Aracruz e pelas constantes denúncias de invasão de terras na Ilha de Comboios e em Itaúnas, Ruschi militou pelos direitos indígenas à terra e ao reconhecimento como sujeitos portadores de conhecimentos indispensáveis aos cuidados com o meio ambiente e, portanto, com a diversidade biológica e cultural da vida.
O ambientalista ficou lembrado na história da ciência por suas descobertas científicas sobre orquídeas, morcegos e beija-flores e ainda pela defesa do meio ambiente.
Em 1987, um ano após o falecimento do ambientalista, o auditório da CETESB foi batizado como Auditório Augusto Ruschi.
Texto: Mário Senaga/Cristina Leite
Fotos: Pedro Calado