O evento “Roda de Conversa do Outubro Rosa”, realizado em 25/10, contou com as participações de dois especialistas na área da saúde da mulher, Dr. Sergio Masili, médico PhD assistente do Grupo de Mastologia do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo e Dr. Eliezer Berenstein, médico Tocoginocológico, pós-graduado em sexualidade humana, homeopatia e medicina integrativa.
De acordo com o Dr. Masili, desde que a campanha “Outubro Rosa” foi criada, o efeito tem sido positivo. “Percebemos que nos meses de dezembro a janeiro em diante muitas mulheres procuram realizar os exames preventivos”, disse.
O especialista informou que os casos de câncer de mama aumentaram nas últimas décadas. Segundo a Organização Mundial da Saúde, em 2020, foram detectados mais de 2 milhões de novos casos. O aumento se deve, principalmente, a alimentação calórica, envelhecimento da população e diagnóstico preventivo.
Fazer exames preventivos é fundamental, pois todo mundo pode ter câncer de mama, mas é importante procurar ajuda médica, em especial, se há risco familiar, – de 90 a 95% dos cânceres são genéticos e hereditários. “Acredito que a melhor ajuda é incentivar as mulheres a fazerem os exames”, afirmou o Dr. Masili.
Como prevenção é preciso manter o peso, praticar atividade física e, sempre, fazer o autoexame. Ele orientou que a mulher faça o autoexame sete dias após a menstruação e na menopausa escolher um dia do mês. Dr. Masili comentou que muitas mulheres evitam realizar a mamografia devido à radiação, mas ele garantiu que a incidência de raio X é muito baixa. “A mamografia é segura”, confirmou o médico”.
Outro especialista presente, Dr. Eliezer Berenstein, discorreu, como muito bom humor, sobre a visão feminológica da saúde sociopsicossomática da mulher.
A psico-oncofeminologia se refere às abordagens das lesões evolutivas, nas fases de diagnósticos no tratamento e período pós-tratamento. O atendimento ao processo oncoterapêutico é uma ação que envolve variáveis conscientes e inconscientes de todos seus interlocutores, além das motivações técnicas. Para ele, “o estigma é: como o câncer de mama chega até nós e como agimos”.
Ele acredita que o poder das palavras e as atitudes positivas são fundamentais para o tratamento e para a cura para o câncer, são atitudes clínicas psicoeducativas. Como exemplo, citou a palavra tumor – originária de túmulo, muito pesada, que pode ser substituída pela palavra lesão. “A feminilidade saudável é a maior meta da ginecologia”, de acordo com o médico.
Duas convidadas trouxeram suas experiências pós-câncer; Luciana Vendramini – empresária, atriz, modelo e apresentadora de TV -, e Lúcia Cristina Paganini – executiva pública da Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo e voluntária da Associação “Viva Melhor para Mulheres Mastectomizadas”.
Luciana contou, de modo leve, como lidou com a descoberta do câncer de mama, apesar do susto e do medo. Das sessões de radioterapia, enfrentadas com positividade e confiança. Do apoio familiar – “sentir a segurança e o amparo, fundamentais para a cura”.
A atriz salientou que é preciso ter cuidado com os estigmas, ou com a visão pessimista da doença. “A negatividade, de modo geral, não contribui para o tratamento”.
De forma alegre e de muita fé, Lúcia Paganini relatou a sua luta. Na sua família, as mulheres vítimas da doença foram a óbito, e seu caso era considerado grave. Os médicos informaram a família que fariam todo o possível para salvá-la, mas o diagnóstico era desfavorável. Contudo, Lúcia conseguiu mudar a sua história.
A motivação para sua cura foram seus dois filhos. “Eu dizia para mim mesma que eu seria curada, apesar dos efeitos da quimioterapia, eu sabia que aquela coisa vermelha iria me curar”. Fé e determinação mudaram a história de sua família.
A abertura e o encerramento do encontro tiveram as presenças da diretora-presidente, Patrícia Iglecias, do diretor de Gestão Corporativa, Aruntho Savastano Neto, e do diretor de Engenharia e Qualidade Ambiental, Carlos Roberto dos Santos.
A dirigente da Companhia, como todas as mulheres presentes, ficou emocionada com os depoimentos. Agradeceu o trabalho e o empenho de toda equipe do departamento de Gestão de Recursos Humanos. “É importante que as mulheres olhem para si mesmas. O encontro de hoje é fundamental também para os homens. Eles se envolvem nos casos e vão poder acolher as esposas nesse momento, lembrando que eles também podem ser vítimas da doença. Com certeza hoje saímos melhores”, finalizou.
Antes das apresentações, um delicioso café da manhã foi oferecido para dar boas-vindas aos colaboradores da Companhia. O momento de confraternização foi o intuito principal.
Texto: Rosely Ferreira
Revisão e Copy: Cristina Leite/Cristina Couto.
Fotografia: José Jorge.