Você está visualizando atualmente Cidade do Cairo é palco de evento promovido pela CETESB e Academia

A cidade do Cairo, no Triumph Plaza Hotel, foi o local escolhido, em 11/11, pela CETESB e pela USP, para sediar um encontro paralelo à COP 27, que acontece em Sharm El-Sheikh, de 06 a 18 de novembro.

Cada vez mais as manifestações e eventos paralelos, com o objetivo de alertar para a urgência de ações rápidas e bem estruturadas, que incentivem os interessados a reivindicar seus papéis na agenda climática, acontecem no país sede da Conferência.

“Um ponto relevante no encontro de hoje, no Cairo, que reuniu especialistas, acadêmicos, profissionais liberais e representantes de empresas aderentes ao Acordo Ambiental São Paulo, é a sinergia de trabalho entre o poder público, privado e academia na busca pela descarbonização”, salientou a dirigente da Companhia Ambiental Paulista, Patrícia Iglecias.

O encontro, reuniu representantes de diversos países, mas as falas convergiram para um discurso homogêneo que ressaltou a sinergia, as parcerias, a busca por inovações tecnológicas e políticas públicas, com o objetivo de equilibrar o clima. Nas palestras, ficou claro, que as conexões feitas serão concretizadas após a COP 27.

A assessora da Presidência da CETESB e secretária – executiva da Câmara Ambiental de Mudanças climáticas – Josilene Ferrer explica que o evento realizado no Cairo materializou a aspiração de criar um ambiente acadêmico relevante e estimulante para troca de experiências, que contou com a ampla adesão de empresas e associações que são parte do Acordo Ambiental São Paulo. “Tivemos a presença de especialistas de universidades do Algarve, da Indonésia, do Egito, além da presença das três principais universidades paulistas, UNESP, UNICAMP e USP, que estão avaliando a possibilidade de integrar o time de observadores do Acordo Ambiental São Paulo. Os temas debatidos serão norteadores dos próximos anos, seja no cenário internacional, ou para São Paulo. A descarbonização da economia paulista e mundial é um imperativo, a expansão das renováveis é urgente, e São Paulo necessita contribuir com bases técnicas para a emergência do mercado de carbono nacional.”

Leia quem esteve presente: Patrícia Iglecias – CETESB/USP, Júlio Meneghini/USP, Vanessa Ferrari – TJ/SP, Islamic Prayer Time, Tadeu Malheiros – USP, Luiz Carlos Pereira da Silva – UNICAMP, Dulce Helena Siqueira Silva – UNESP, Marcelo Bregagnoli – IFSULDEMINAS, Tamara Gomes – USP, Isabela Silva /Karen Vasconcelos – TETRA PAK, Josilene Ferrer – CETESB, Manuela Rosa – Universidade do Algarve, Mariana Farah – Farah Service, Rosa Ramos – OAB/SP, David Canassa – Reservas Votorantim, Fernanda Brando – USP, Alexandre Sion – Sion Advogados, Tatiana Cymbalista – Manesco Advogados, Rafael Tello – AMBIPAR e Viviane Regina Mansi – Toyota.

Temas discutidos: “Sinergias públicas e privadas para descarbonização”, “Desafios e oportunidades para combater as mudanças climáticas”, “O desafio de reduzir os gases de efeito estufa e a contribuição das novas tecnologias”, “Universidades na promoção da agenda climática”, “A contribuição da ressignificação das áreas urbanas e protegidas para a agenda de mudanças climáticas”.

Um pouco do evento: Na mesa redonda mediada por Josilene Ferrer, da CETESB, e Fernanda Brando, da USP, o tema tratado foi Carbon Market and Energy Transition. A questão central transferida aos convidados tratava de como conciliar uma transição energética com os desafios enfrentados no setor e a busca por outros valores, como o combate à desigualdade e o acesso à energia.

Alexandre Sion, da Sion Advogados, falou dos desafios para implantação de empreendimentos de energia e como eles afetam a transição energética, destacando propostas de melhorias regulatórias que possam permitir um caminho mais seguro e célere para a transição energética.

Tatiana Cymbalista, da Manesco Advogados ressaltou a relevância de parcerias público-privadas inovadoras entre governos, ONGs, academia e a iniciativa privada para dar conta do desafio atual, já que estas permitem conferir escala, agilidade e descarbonização em longo prazo.

Rafael Tello, da AMBIPAR, observou que a empresa vem crescendo exponencialmente, por combinar tecnologias disruptivas, como o uso de Block Chain, com o oferecimento de soluções integradas e que investem no aprendizado ambiental como forma de aprimoramento do programa ESG de cada empresa.

Viviane Regina Mansi, da TOYOTA, explanou sobre o compromisso de descarbonização como parte da estratégia de ESG da montadora, além de destacar a contribuição do modelo híbrido-flex na redução de emissões de CO2 e de outras iniciativas na cadeia de valor.

Depoimentos:

“O evento reúne um público de alto nível, com conhecimento técnico e prático dos desafios e oportunidades ligadas à descarbonização. A mescla de números, resultados de pesquisas e práticas públicas e privadas permite que as discussões sejam diretas e profundas. Seguramente, do evento resultarão parcerias e ações concretas para descarbonização no país.” Rafael Tello – AMBIPAR

“Poder dividir aqui as expertises e soluções para os desafios encontrados por todos nós, que mesmo em setores diferentes encontramos as mesmas dificuldades, é muito importante para mim, mas também para a empresa que represento. É interessante poder escutar o que cada entidade (pública ou privada) está fazendo para combater a emissão de GEE e reverter carbono dentro da realidade de cada setor. Escutando o knowhow dos outros palestrantes nos ajuda entender tanto as tendencias de governo e de iniciativas privadas quanto ao meio ambiente como ajuda a aplicar estes knowhos em nossos próprios projetos. – Mariana Farah, Farah Service

“Foi uma honra participar do evento “Advancing Corporate Decarbonization” promovido pela CETESB e pela USP paralelo à COP 27. Entre outros pontos me coube tratar dos desafios para a implantação de empreendimentos de energia e como eles afetam a transição energética. Agradeço a todo o time da organização, na pessoa da Patrícia Iglecias, ao tempo em que parabenizo todos os demais oradores. Alexandre Sion, da Sion Advogados

“Se fosse resumir o encontro em uma única palavra, seria “sinergia” ou “parceria”. Para superar essa urgente mudança cultural nos nossos meios produtivos – e de vida!, precisamos recorrer a cooperações e parcerias complexas e inovadoras. Do meu ponto de vista profissional, tenho visto convergir cada vez mais parcerias público-privadas entre governos, ONGs, academia e a iniciativa privada para dar conta desse desafio tremendo. Precisamos estar conectados e garantir que essas parcerias sejam suficiente firmes, longevas e sólidas para permitir uma mudança efetiva!” – Tatiana Cymbalista – Manesco Advogados

“O evento no Cairo mostrou que o “action to call” está em plena ação e possibilitou novas conexões, que irão gerar oportunidades de parceria e ações em prol da redução das mudanças climáticas no planeta. Parabéns a toda organização – David Canassa – Reservas Votorantim

“A universidade deve estar conectada com as iniciativas do setor privado, buscando soluções para a questão climática, destacando que eventos como este proporcionam oportunidades para os diálogos produtivos”. Tamara Gomes – USP.

“Muito inspirador ver tantas iniciativas e pessoas engajadas para trabalhar em conjunto na mitigação e adaptação de formas de produção e pensamento relacionados a mudanças climáticas! O painel sobre a contribuição do setor público e privado para a ressignificação da agenda climática trouxe vários aspectos técnicos e de sinergia entre os diferentes painelistas. A importante cooperação e parceria mostrou-se como fundamental e estratégica para agirmos o quanto antes para evitar danos a humanidade e ao planeta com um aumento de temperatura que pode ser evitado com todos atuando juntos! – Karen Vasconcelos – Tetra Pak

“O uso da terra. O Nexus água-alimento-energia exige uma gestão sustentável da terra onde o equilíbrio entre os diferentes usos da terra e o uso sustentável dos recursos são fundamentais. A adaptação às mudanças climáticas exige uma economia mais verde e precisa de empresas e comunidades locais para resolver os problemas com a ajuda da Academia e da ciência. A capacidade construída é necessária.” – Manuela Rosa – Universidade do Algarve.

“Um dos pontos altos do evento foi a valorização do papel da mulher na agenda climática, bem como do protagonismo jovem na sustentabilidade, temas que interessam de perto à universidade” – Fernanda Brando, do Departamento de Biologia da USP de Ribeirão Preto.

Dinâmica do trabalho:

Durante o período de uma hora, o evento contou com a efetivação de valores importantes aos desafios das mudanças climáticas, propondo aos participantes que se reunissem em torno de mesas para discussão de cinco temas de grande relevância à temática ambiental.

Os temas propostos reuniram aspectos centrais dos painéis do evento, que trouxe à reflexão, dentre outras temáticas, os desafios da integração da Academia, do setor público e setor privado. Alternativas para descarbonização e a utilização da própria natureza como solução à redução dos impactos gerados, assim como a ressignificação do papel das áreas protegidas nos espaços urbanos e o uso da terra compuseram as temáticas divididas em cinco mesas, às quais os presentes foram convidados a integrar.

A coordenação da atividade foi conduzida pela representante do Tribunal de Justiça de São Paulo, a magistrada, Dra. Vanessa Carolina Fernandes Ferrari, que contou, para cada um dos temas, com a colaboração de cinco mentores que auxiliaram, com a sua expertise, os debates.

O momento foi uma grande oportunidade de aproximação dos profissionais, que trocaram informações e trouxeram às mesas suas experiências nos diferentes seguimentos de trabalho. Os debates foram ricos e deixaram contribuições, indicando desde já frutos a serem difundidos e revisitados.

Os diálogos se intensificaram e as conclusões foram compartilhadas por um representante de cada mesa, tendo sido variáveis constantes nos apontamentos dos profissionais a integração e melhora de comunicação do conhecimento científico aos setores público e privado.

O conhecimento científico foi destacado como ponto de partida à compreensão das alternativas sustentáveis e as escolhas a serem implementadas. O desenvolvimento tecnológico e a utilização da própria natureza – seja no espaço urbano ou pelas potencialidades da sua biodiversidade – representam a busca do equilíbrio entre os pilares econômico, social e ambiental, como importante via à modificação dos padrões de comportamento humano.

O resultado da atividade reafirmou que a diversidade de diálogo entre diferentes setores e seguimentos, bem como o trabalho em conjunto são pilares fundamentais a serem implementados seja em pequenos grupos, seja em escala mundial.

Texto: Cristina Couto
Fotografia: Josilene Ferrer

Texto: Cristina Couto
Fotografia: Josilene Ferrer