Os cianetos são os sais do hidrácido cianídrico (ácido prússico, HCN) podendo ocorrer na água em forma de ânion (CN-) ou de cianeto de hidrogênio (HCN). Em valores neutros de pH prevalece o cianeto de hidrogênio. Uma diferenciação analítica entre cianetos livres e complexos é imprescindível, visto que a toxicidade do cianeto livre é muito maior. Podem chegar às águas superficiais através dos efluentes das indústrias galvânicas, de têmpera, de coque, de gás e de fundições. Os cianetos são altamente tóxicos e níveis de 1,0 mg/L podem causar a morte de peixes em 20 minutos. Eles estão presentes em diversos processos industriais:
- extração de ouro e prata dos minérios;
- galvanoplastia para remover óleos e graxas das peças;
- polimento de metais;
- produção de ácido cianídrico e outros inseticidas, venenos para rato;
- tintas para indústria têxtil, porcelanas;
- tratamento térmico de aços;
- produção de explosivos, resinas acrílicas.
Os sulfetos são combinações de metais, não metais, complexos e radicais orgânicos, ou então os sais e ésteres do ácido sulfídrico (H2S), respectivamente. Sulfetos metálicos têm importante papel na química analítica para a identificação de metais. Sulfetos inorgânicos encontram aplicações como pigmentos e substâncias luminescentes. Sulfetos orgânicos e dissulfetos são amplamente distribuídos na natureza. Sulfetos orgânicos são aplicados industrialmente como protetores de radiação e queratolítica. Os íons de sulfeto presentes na água podem precipitar na forma de sulfetos metálicos em condições anaeróbicas e na presença de determinados íons metálicos. As fontes principais de sulfetos nos corpos d´água são os esgotos domésticos, efluentes industriais (papel e celulose) e atividades agrícolas. O gás sulfídrico (H²S) apresenta um intenso cheiro de ovo podre e pode ser produzido naturalmente e em altas concentrações em reservatórios profundos com períodos prolongados de estratificação da coluna d’água.