As mortandades podem também ser causadas por doenças ou infestações por parasitas. Períodos prolongados de baixos níveis de oxigênio dissolvido, baixo pH, altas/baixas temperaturas ou alterações repentinas na qualidade da água causam estresse aos peixes e diminuem sua resistência a doenças.

Doenças são o resultado de interações complexas entre o hospedeiro, agentes patogênicos e o ambiente, podendo ser infecciosas ou não (Figura 13).

Figura 13 - Interrelação entre o peixe, o patógeno e o estresse causado pelo ambiente (adaptado de Diseases of Hatchery Fish(1))
Figura 13 – Interrelação entre o peixe, o patógeno e o estresse causado pelo ambiente (adaptado de Diseases of Hatchery Fish(1))

 

Geralmente, é apenas quando estresses ambientais ocorrem que as doenças e os patógenos encontram condições favoráveis para se estabelecerem. O período de uma doença pode variar desde curto prazo (infecção altamente letal), a crônica, com condições inconspícuas que são detectáveis apenas por necrópsia ou testes especiais. Em populações de peixes, um dos primeiros sinais de doença é o aumento da taxa de mortalidade. Peixes que morrem nesse estágio podem ser aqueles incomumente susceptíveis ao patógeno envolvido ou ao estresse de condições ambientais adversas, que levam a infecções epidêmicas.

Três fatores devem ser considerados em qualquer investigação patológica: os hospedeiros susceptíveis, patógenos virulentos e condições ambientais onde eles se encontram. Eventualmente, mesmo quando todos os três elementos estão presentes, um hospedeiro e um patógeno podem interagir sem que resulte em doença. Entretanto, se houver uma perturbação em qualquer um dos três fatores, o equilíbrio pode ser rompido e a doença pode aparecer e se espalhar.

Quando ocorre a manifestação de uma doença, o padrão das perdas, as espécies envolvidas, o tamanho dos peixes afetados e a duração da epidemia, podem prover uma grande quantidade de informação útil.

  • Mortandades explosivas (envolvendo todas as espécies de peixes presentes) e súbitas (que ocorrem em 24 horas ou menos), geralmente apontam a ocorrência de uma catástrofe ambiental aguda, como falta de oxigênio, presença de intoxicante químico letal ou temperaturas extremas.
  • Mortes de alguns peixes, aparentemente doentes, com comportamento incomum ou perda gradual do apetite podem sinalizar o aparecimento de uma doença infecciosa. Essas doenças têm períodos de incubação que podem ir de poucos dias para patógenos virulentos, a vários meses. Doenças infecciosas na natureza, geralmente afetam apenas uma espécie.

Os mecanismos de defesa, são:

  • comportamentais, como em caso de fuga;
  • morfológicos;
  • fisiológicos.

As primeiras linhas de defesa são o muco, a pele, as escamas e outras membranas que limitam a entrada de agentes tóxicos, infecciosos ou parasitas. A segunda linha de defesa é fisiológica e inclui mecanismos sensoriais que ajudam o peixe a evitar condições ambientais adversas e agentes tóxicos. Ainda entre as defesas fisiológicas estão glóbulos brancos, resposta inflamatória dos tecidos, a habilidade de o fígado eliminar substâncias químicas obtidas da água ou da dieta, o isolamento de certos metais tóxicos nos ossos, e outras respostas que ajudam a prevenir que agentes nocivos invadam processos vitais do organismo. A última linha de defesa é o sistema imunológico e sua atividade bioquímica específica contra vírus, bactérias e parasitas.