No dia 29 de Setembro de 2015, ocorreu o ‘Seminário Cenários corporativos de risco climático no Brasil e a inovação regulatória da administração Barak Obama’, no auditório Augusto Ruschi da CETESB (SMA), com um público de 150 pessoas. O evento foi promovido pela CETESB em parceria com a empresa Braskem e contou com a presença, também, de representantes do IPCC, da VALE, CEBDS e FGV.

Inicialmente o vice-presidente da CETESB Nelson Bugalho, colocou que o tema “mudanças climáticas” está sendo discutido em todas as partes do mundo e que tem esperança que a Conferência de Paris traga avanços, mas que principalmente as leis e metas ambientais sejam cumpridas e que, no Brasil, já existem relatos de empresas que estão se adiantando a uma provável regulamentação.

O primeiro palestrante Braulio Pikman, autor do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), abordou: a proposta dos Intended Nationally Determined Contributions[1] (INDCs) dos Estados Unidos e o cenário internacional para a COP21, ou seja, quantos países já submeteram seus futuros compromissos de redução de emissões de gases de efeito estufa para a Convenção do Clima e a inclusão do tema mudança climática (mitigação e adaptação) no licenciamento ambiental nos Estados Unidos; e analisou a legislação atual e suas características, lembrando o Clean Power Plan[2] e o mercado de energia americano: o plano Power House of the Americas[3]; Monitoring Reporting Rule[4] (MRR).

Na segunda parte do evento, foi formada uma mesa para apresentações sobre as experiências de empresas brasileiras no tema, iniciada pela analista de sustentabilidade da Vale, Sofia Shellard, que discorreu sobre Mudança Climática e Risco ao Negócio, apresentando as experiências do setor de mineração., onde a Vale desenvolve um trabalho piloto com a equipe de gerenciamento de risco em uma das áreas operacionais de logística, já que a troca de informações e experiências com as pontas é essencial para a adequação da estratégia de adaptação da empresa.

Luis Carlos Xavier, responsável corporativo de mudanças climáticas na Braskem, apresentou o gerenciamento de oportunidades, riscos e plano de adaptação com foco em 2040. Informou que a Braskem já possui iniciativas em andamento, como um projeto de reuso de água e apresentou temas como: os riscos ligados ao campo regulatório, possibilidade de precificação de carbono, regulamentação do uso da água e à definição de metas nacionais de redução de gases de efeito estufa. O convidado esclareceu que, estes são os cenários com maior potencial de oportunidades, destacando o desenvolvimento de novos produtos com menor pegada ambiental e produtos que reduzam esse impacto na fase de uso.

Em seguida, Lilia Caiado C. B. Couto coordenadora da Câmara Temática de Energia e Mudança do Clima do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CTClima/CEBDS), mostrou como enfrentar os desafios das mudanças do clima e que que as empresas no Brasil tem dificuldade em incorporar o tema em seu planejamento estratégico, ainda demonstram pouco conhecimento sobre riscos e, principalmente, as oportunidades potenciais para seus negócios, além disso ilustrou alguns casos de empresas associadas ao CEBDS que estão realizando esforços nesse sentido.

Por fim, Mariana Xavier Nicoletti, da área de sustentabilidade na FGV em sua apresentação, abordou as estratégias empresariais de adaptação, riscos e oportunidades aos negócios, o panorama da atuação das empresas em adaptação, as razões para que as empresas tenham estratégias de adaptação e suas respectivas barreiras, exemplificando cinco casos de empresas que elaboraram planos de ação em adaptação.

Ao final do evento, foi aberta uma rodada para debates com os convidados, onde foram expostas questões bastante amplas que incluem o a problemática das mudanças climáticas por parte dos acadêmicos, profissionais de imprensa, etc.. E o encontro foi encerrado pelo Vice-Presidente da CETESB, Nelson Bugalho.

[1] Contribuições Nacionalmente Determinadas.

[2] Plano de Energia Limpa.

[3] Plano ‘Energia das Américas‘

[4] Norma para relato de monitoramento