Durante sua participação no maior congresso de saneamento e meio ambiente da América Latina, promovido pela Associação dos Engenheiros da Sabesp – AESabesp, em 24/11, a diretora-presidente da CETESB, apresentou um diagnóstico sobre a qualidade dos mananciais do Estado, a partir dos dados da rede de monitoramento da agência ambiental paulista.
O 31º Encontro Técnico AESabesp, que este ano trouxe como tema central “Saneamento ambiental: inclusão social para a cidadania”, terá três dias e mais de 20 horas de evento online, com 12 mesas-redondas, 5 painéis de discussão, 15 palestras comerciais e 98 apresentações de trabalhos técnicos, nas quais o público poderá interagir, debater e trocar experiências.
Depois da abertura, Patrícia Iglecias, adiantou que no relatório de 2019, a CETESB constatou que o índice de qualidade da água utilizada para o abastecimento público no estado apresentou 75% das classificações nas categorias ótima, boa e regular. Destacou que “é essencial o trabalho conjunto entre as empresas de saneamento e os órgãos gestores de quantidade e qualidade, para viabilizar os avanços necessários no tratamento de água e de esgoto doméstico em nosso estado”.
No período da tarde, durante o painel “Gestão hídrica: sustentabilidade em mananciais urbanos”, a presidente da CETESB detalhou os dados de monitoramento apresentados resumidamente durante a abertura do evento. A notícia positiva é que, de acordo com o último relatório publicado pela CETESB, sobre a Qualidade das Águas Interiores do Estado de São Paulo, de 2019, a maioria dos pontos de amostragem da rede básica – com 477 pontos manuais e 17 automáticos – , apresentou qualidade boa ou ótima.
“O nosso grande desafio – frisou a dirigente -, é eliminar a condição dos corpos hídricos com qualidade ruim ou péssima, que representam aproximadamente 15% dos pontos de monitoramento”.
Diante desse quadro, o governo do Estado lançou o programa Novo Pinheiros, que consiste num grande esforço para inverter essa situação, melhorando as condições de qualidade das águas dos efluentes e, consequentemente, do rio. Segundo Patrícia Iglecias, a grande inovação do programa é, justamente, a implantação de obras de esgotamento sanitário e ações socioambientais nas sub-bacias do Pinheiros, que já estão em execução.
Quanto à questão do saneamento, ainda segundo dados levantados pela CETESB, nos últimos anos houve uma estabilização da porcentagem de esgoto tratado, mantendo-se em torno de 60%, sendo que a porcentagem de coleta no estado está em torno de 90%.
Ao encerrar, apresentou dados que comprovam haver uma redução da carga remanescente de esgoto. “A última medição da carga orgânica, feita em março deste ano, nos rios Tietê e Pinheiros, apontou uma diminuição sistemática da qualidade de matéria orgânica exportada.” Explicou Patrícia Iglecias.
“Isto mostra os avanços nos níveis de cobertura de coleta para tratamento e eficiência das ETEs – estações de tratamento – da Região Metropolitana de São Paulo”, ressaltou a diretora-presidente, fazendo, ainda, questão de mencionar a grande importância que se reveste para o Estado e para o País, a aprovação do novo marco legal do saneamento básico, aprovado pelo Senado, para viabilizar a universalização dos serviços do setor no Brasil.
“Universalizar o saneamento é uma questão urgente, com impactos sociais, ambientais e econômicos”, concluiu.
Texto: Renato Alonso
Copy: Cristina Leite.