Para discutir os desafios da quantificação das emissões de GEE – Gases de Efeito Estufa em aterros sanitários, técnicos da CETESB convidaram, em 28/05, representantes da academia e do setor privado, para uma mesa-redonda. O objetivo foi mapear os principais gargalos e embasar um plano de ação.
O diretor-presidente da CETESB, Thomaz Toledo, afirmou que o assunto tem despertado debates e a atenção de todos. “Por esse motivo, no ano passado, organizamos essas informações, que foram disponibilizadas à sociedade, para que os interessados possam se apropriar dos dados, elaborar estudos e propor políticas públicas. Ao mesmo tempo, para que as empresas possam compreender sua performance ambiental e planejar investimentos, necessários para a corrida pela descarbonização do Estado.”
Segundo ele, o debate é necessário s aterros vêm passando por melhorias nos últimos anos. “O evento tem por objetivo colocar visões científicas no debate. Temos a participação de vários peritos no assunto e, ao final, esperamos proporcionar mais clareza técnica e novos encaminhamentos.”
A gerente da divisão de Mudanças Climáticas da CETESB, Danielle Moreira, afirmou que a cadeia de geração de resíduos é extensa e complexa. “A forma como o resíduo sólido é gerenciado determina o encaminhamento para a destinação final, que deve ser ambientalmente adequada, e observar normas operacionais específicas de modo a evitar danos ao meio ambiente, riscos à saúde pública, e à segurança, minimizando os impactos adversos.” A técnica explicou que, pelo fato de receberem resíduos que emitem gás metano, de efeito estufa, no processo de decomposição, os aterros, quando gerenciados de maneira efetiva, com coleta robusta de metano, tem excelente potencial de descarbonização do Estado.
A gerente do departamento de Sustentabilidade da CETESB, Maria Fernanda Garcia, mediou as discussões, que foram divididas em duas sessões. A primeira, abordou os Desafios da Contabilização da Emissão de Gases de Efeito Estufa em Aterros e contou com a participação de: Carlos Rossin, diretor técnico da ABREMA – Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente; Lucas Souza, Pesquisador do Programa Brasileiro GHG Protocol, da FGVCes – Centro de Estudos em Sustentabilidade. da Fundação Getúlio Vargas; e de Adriana Pires, coordenadora do Inventário Nacional do Setor de Resíduos e pesquisadora da EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.
A segunda sessão tratou da Medição, Estimativas e Tecnologias de Recuperação de Metano. Os participantes falaram sobre os desafios e o que está sendo feito pelo setor. Participaram dessa mesa-redonda: Paulo Laguardia, superintendente de Operações Ambientais da Orizon e membro do Comitê Técnico da ABREMA; Maria Cristina Poli, gerente da divisão de Apoio em Avaliação do Ar, Ruído e Vibração da CETESB; e Marco Aurélio dos Santos, professor associado da Universidade Federal do Rio de Janeiro e membro do PPE – Programa de Planejamento Energético da COPPE – Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia da UFRJ.