Antes da colonização europeia, o território brasileiro era habitado por diversos grupos indígenas, cujas sociedades e modos de vida são estudados principalmente através de vestígios materiais, dada a ausência de registros escritos. Neste contexto, o trabalho de AIA – Avaliação de Impacto Ambiental feito pela CETESB no Estado é um impulsionador de investigações arqueológicas, o que permite o estudo e preservação de sítios importantes.

Descobertas significativas, por exemplo, foram feitas durante a avaliação de projetos da indústria sucroalcooleira, como o Sítio Arqueológico Caetetuba, avaliado nos estudos do EIA-RIMA da Usina São Manoel de Açúcar e Álcool, onde foram encontrados artefatos datados de aproximadamente 10 mil anos, fato que contribuiu com as discussões sobre o início da ocupação humana das Américas. A datação dos vestígios encontrados no local foi realizada por laboratório especializado, confirmando-o como um dos achados arqueológicos mais antigos do Brasil.

No Sítio Arqueológico Olímpia IV, no município de Olímpia, identificado durante o processo de licenciamento ambiental da Usina Guarani, foi encontrado um crânio associado a tradição tupi-guarani durante os trabalhos de resgate arqueológico. Foi possível observar-se o uso de um tembetá, um adorno labial, como um piercing, que, segundo consta, os jovens passavam a utilizar a partir do ritual de iniciação de sua vida adulta.

Estes estudos ilustram como o licenciamento ambiental pode ajudar na recuperação e valorização do patrimônio cultural, com auxílio na compreensão da pré-história brasileira e do processo mais amplo de ocupação humana nas Américas.

Pontas bifaciais encontradas no Sitio Arqueológico Caetetuba do processo de licenciamento de usina no município de São Manuel
Crânio associado a tradição tupi-guarani encontrado em sítio arqueológico no município de Olímpia A imagem indica um tembetá um adorno labial