Conhecer as instalações industriais e agrícolas da Usina Iracema, que processa cerca de 2,8 milhões de toneladas de matéria-prima por safra, no município de Iracemápolis, região de Limeira, interior do Estado, um dos primeiros pólos de desenvolvimento da indústria açucareira paulista, foi uma das atividades realizadas durante o workshop “Produção Sucroalcooleira”, nos dias 13 e 14 de maio, no Centro de Tecnologia Canavieira – CTC, em Piracicaba, com a participação de 78 técnicos do Sistema de Meio Ambiente.

O seminário foi promovido pela Câmara Ambiental do Setor Sucroalcooleiro, da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB, com o apoio do CTC, e teve o objetivo de ampliar o conhecimento dos técnicos sobre o processo de produção de açúcar e álcool, além de aspectos de gestão ambiental do setor.

Foram ministradas palestras pelos especialistas do CTC, André Elia Neto, Francisco Linero e Jorge Donzelli, que abordaram temas como a gestão do consumo de água, a produção de energia, a geração de resíduos e de efluentes líquidos e gasosos, controle de poluição e práticas agrícolas. A visita à Usina Iracema, do Grupo São Martinho, um dos maiores grupos brasileiros no segmento sucroalcooleiro e também uma referência mundial na produção de açúcar e etanol, aconteceu no final do evento e os participantes tiveram a oportunidade de conhecer o processo de colheita mecanizada.

A maioria dos técnicos da CETESB e da Secretaria Estadual do Meio Ambiente – SMA que participaram do seminário, cerca de 70%, eram ingressantes no Sistema de Meio Ambiente, com menos de três anos de atividade. Muitos também eram de agências ambientais localizadas em áreas de expansão da atividade sucroalcooleira, daí a importância da realização do workshop, como ressalta a gerente da Coordenação de Câmaras Ambientais, Zoraide Senden Carnicel. “Esse treinamento visa contribuir com as atividades desenvolvidas pela CETESB e SMA, trazendo informações atualizadas do processo produtivo, inclusive as novas tecnologias agrícolas, subsidiando as análises técnicas para o licenciamento ambiental unificado. Outro ponto positivo foi a interação dos técnicos das diversas agências e áreas do sistema, favorecendo o conhecimento interpessoal e técnico”, frisou.

O diretor da União da Indústria de Cana-de-Açúcar – Unica e presidente executivo da Câmara Ambiental do Setor Sucroalcooleiro, Alfred Szwarc, também achou muito positiva a realização do workshop: “Foi uma boa oportunidade de interação dos técnicos da CETESB e da SMA com os técnicos do CTC, em particular para os mais novos, que puderam conhecer, de forma inédita, todo o processo e vão ter a responsabilidade de proceder às avaliações referentes aos processos de licenciamento ambiental do setor, incluindo os Estudos de Impacto Ambiental e Relatórios de Impacto Ambiental E para os técnicos mais antigos, foi uma ótima ocasião para uma necessária reciclagem, pois o setor tem passado por transformações, crescido muito, adotado novas tecnologias e novos conceitos, em especial visando a proteção do meio ambiente”.

O geógrafo Fábio Deodato, com menos de dois meses de CETESB, trabalhando no Setor de Avaliação de Empreendimentos Industriais e Agroindustriais – TAEI, que justamente faz as avaliações de EIA-RIMAs dos empreendimentos sucroalcooleiros, é um dos mais animados, após participar do seminário. “Achei muito bom. Vou poder aplicar bem os conhecimentos adquiridos. Vimos, na prática, aspectos técnicos importantes para o nosso trabalho”, afirmou. Com o que concorda o engenheiro ambiental Tiago Matsuo Samizava, desde outubro de 2009 na Agência Ambiental em Dracena, região em ampla expansão de canaviais. “Tivemos uma visão geral do processo produtivo e isso nos ajuda a entendermos melhor todas as etapas envolvidas, nos permitindo uma maior facilidade por ocasião do licenciamento desses empreendimentos.

Ao que complementam as “veteranas” Catia Loureiro e Katia Diniz, da Agência Ambiental de Piracicaba, que marcou presença no curso, com a participação de seis técnicos. Conforme Catia Loureiro, gerente da agência, “para nós que já temos mais tempo de casa, foi uma boa reciclagem, porque o pessoal do CTC mostrou as várias etapas do processo, incluindo o desenvolvimento de ações da agenda verde, além dos projetos em implantação”. Ela lembrou que a região de Piracicaba é tradicional no setor e possui atualmente três grandes usinas e muitos engenhos, onde são produzidos álcool e cachaça. A farmacêutica bioquímica Katia Diniz, por sua vez, procura encorajar os novos colegas: “Para os funcionários que estão começando agora e participaram do evento, pode parecer assustador o grau de detalhamento, mas com o tempo, é possível ter um bom domínio sobre o assunto. Nos últimos dois anos, tenho tido a oportunidade de participar de alguns eventos do CTC, através dos quais adquiri um bom conhecimento”.

Conforme Zoraide Carnicel, cabe ressaltar, ainda, que a organização do evento contou com o envolvimento do Comitê de Capacitação da CETESB e também com todo o apoio da equipe da Divisão de Gestão do Conhecimento (TDG) da Companhia.

Texto
Mário Senaga
Fotografia
Rosana Henrique