No pequeno “bosque” localizado entre os Prédios conhecidos como “11” e “6” da Sede da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB e da Secretaria Estadual do Meio Ambiente – SMA, no bairro Alto de Pinheiros, a Companhia passou, recentemente, a contar com um local onde podem ser verificadas ações integradas de sustentabilidade e gestão adequada de resíduos gerados na empresa. Nesse local, pode-se constatar, entre outras, as seguintes atividades, ações e instalações: reuso de água, que alimenta a central de ar condicionado que climatiza todo o Prédio 11, além de irrigar os jardins da Sede; uma composteira, que transforma resíduos originários de varrição e de poda de vegetação em adubo orgânico para os jardins; e abrigos para acondicionamento de resíduos químicos, de laboratórios e de ambulatório médico, lâmpadas fluorescentes e todo lixo comum recolhido; e contêineres de coleta seletiva, para recolhimento de lixo reciclável, inclusive da população vizinha da Sede da CETESB e SMA.

O gerente do Departamento de Suprimentos e Serviços Administrativos da CETESB, Celso Massari, explica o objetivo das adaptações realizadas: “Nosso objetivo foi transformar o pequeno bosque existente nos jardins da Sede em um local aprazível e com soluções ambientais integradas, onde podemos mostrar aos funcionários e visitantes, várias ações de sustentabilidade. Será possível conhecer formas adequadas para o armazenamento de resíduos e algumas alternativas disponíveis para reaproveitamento desses materiais, ao invés de simplesmente descartá-los na natureza. Com essa iniciativa, buscamos fomentar atitudes ambientalmente corretas, inclusive estimulando a participação da vizinhança, que terá acesso aos contêineres de coleta seletiva de resíduos”.

De acordo com Silvio Ogura, gerente da Divisão de Engenharia e Manutenção da Companhia, o projeto do novo local foi concebido com conceitos estabelecidos para utilização de técnicas e insumos sustentáveis, centralização de atividades voltadas à reutilização de materiais, armazenamento adequado de resíduos e outras práticas ambientais sustentáveis, “além de preservar o ambiente natural existente, tornando-o ainda mais agradável”.

Neste sentido, a disposição das instalações foi planejada de forma a evitar a remoção de árvores existentes no local, facilitar o fluxo de trabalho e diminuir o ingresso de veículos pesados das empresas contratadas para recolhimento dos resíduos. Foram necessárias, segundo Ogura, várias adequações para execução das fundações dos abrigos, de modo que as raízes das árvores existentes no local não fossem danificadas. Para o piso dos passeios, os blocos sextavados da antiga pavimentação do pátio da Sede foram reutilizados e assentados sobre entulho de demolição triturado, diminuindo consideravelmente o material de descarte.

A alvenaria foi executada com tijolos de solo cimento que dispensam a queima em sua fabricação e apresentam como principais características o bom isolamento térmico e acústico. Não houve necessidade de argamassa de assentamento e revestimento. Para a cobertura, foi adotado o “telhado verde”, ou eco-telhado, que garante a estabilidade térmica no interior das edificações e reduz a velocidade de escoamento da água de chuva para as galerias pluviais.

A proteção mecânica das paredes foi executada com madeira biosintética, fabricada a partir da reciclagem de resíduos de processos industriais compostos de borracha, plástico, silicone, tecidos sintéticos e fibras vegetais e animais. Esse material pode ser reciclado novamente, no caso de descartes futuros. A mesma solução foi adotada para as pisadas de jardim e para a fabricação dos contêineres de coleta seletiva, instalados de forma a permitir o acesso tanto do público internamente como externamente. Em todo o complexo de gestão de resíduos será utilizada água de reuso tratada.

O Setor de Engenharia da CETESB se valeu de toda normatização e legislação existentes sobre locais para armazenamento de resíduos, contando com o apoio do Setor de Higiene, Segurança e Medicina do Trabalho, para detalhamento das necessidades.

“A adequada destinação de resíduos implica em custos, onde as despesas mais expressivas são para o transporte e para a disposição em aterros licenciados. Com este novo sistema de gestão de resíduos, haverá incremento no volume de reciclados coletados, inclusive dos moradores dos arredores, mas isso provocará uma alteração positiva na matriz de custos, reduzindo o gasto final para destinação de resíduos”, garante Victor Gibello Junior, do Setor de Segurança e Conservação Patrimonial. Em breve, o conjunto de contêineres será ampliado com mais uma unidade para coleta de lixo eletrônico.

Outras ações e atividades que visam à preservação do meio ambiente e são revestidas de aspectos sócio-econômicos sustentáveis também estão sendo implantadas, atendendo diretriz estabelecida pela Diretoria de Gestão Corporativa da Companhia. Destaca-se o crescente número de produtos sustentáveis no Catálogo de Compras da Companhia, tais como: uniformes e pastas de treinamento confeccionados com reciclagem de PET, papel reciclado e articulação com o Fundo Social do Estado, para o adequado direcionamento dos resíduos metálicos e eletrônicos inservíveis enviados pela CETESB.

Os jardins da Sede possuem cerca de 250 árvores de pequeno, médio e grande porte, muitas com mais de 40 anos de idade, de espécies frutíferas, madeiras brasileiras nobres e algumas com risco de extinção. Todas serão catalogadas e identificadas com placas que se integrarão ao novo paisagismo que se encontra em execução, que incluirá espécies florais típicas da região de São Paulo.

Conforme lembra Massari, o gerenciamento de resíduos é um processo que está implícito na missão da CETESB e tem papel vital na preservação ambiental e no combate ao desperdício. “Uma decisão estratégica é a divulgação, informação e envolvimento de todos os profissionais da CETESB e da SMA, em um programa integrado, focado com a missão da instituição e com as ações de cunho interno, contando com o facilitador existente, que é a predisposição por parte dos funcionários em agir de forma ambientalmente correta. Além do planejamento, avaliação e articulação para cumprimentos das ações, o programa deverá ser amplamente divulgado para os públicos interno e externo, como forma de estimular e tornar evidente a viabilidade das iniciativas que envolvem a empresa e a comunidade num processo de comprometimento, conscientização e defesa do meio ambiente”, afirmou.

Fotos
Pedro Calado