Visando promover a troca de experiências e o aumento da discussão sobre o tema no país, a CETESB realizou, na sede da Companhia, o Seminário Internacional de Avaliação de Risco Ecológico em Ecossistemas Terrestres. Na manhã da sexta-feira, 12.08, o público assistiu a cinco palestras proferidas por especialistas ambientais e participou de um debate final sobre as perspectivas brasileiras na área.
Compondo a mesa de abertura, estavam presentes o diretor de Engenharia e Qualidade Ambiental, Carlos Roberto dos Santos, que representava também o presidente da CETESB, Otavio Okano; o gerente do Departamento de Qualidade Ambiental, Carlos Eduardo Komatsu; e a diretora de Gestão de Resíduos Sólidos da Fundação Estadual do Meio Ambiente de Minas Gerais – FEAM, Rosângela Moreira Gurgel Machado.
Dando início às palestras, a bióloga Mara Lemos, técnica do Setor de Águas Subterrâneas e do Solo da CETESB, apresentou as ações tomadas pela Companhia a respeito de valores orientadores. Como, por exemplo, a publicação dos Valores Orientadores para Solos e Águas Subterrâneas para o Estado de São Paulo, em 2001, e a atualização desses valores, em 2005, que ampliou para de 34 para 80 o número de substâncias e definiu três tipos de valores orientadores: Valor de Referência de Qualidade (VRQ), Valor de Prevenção (VP) e Valor de Intervenção (VI), ainda levando em conta o risco à saúde humana.
Diante do aumento nos processos de degradação do solo, um recurso não renovável e um sistema de funções essenciais, e em sua atribuição de gerenciadora ambiental, a CETESB está buscando, assim como outras agências ambientais nacionais e internacionais, estabelecer estratégias para a proteção e utilização do solo de forma sustentável. Essas estratégias podem ser exemplificadas no estabelecimento de valores de proteção ecológica e na definição de procedimentos de avaliação de risco ecológico.
Nas explanações de âmbito internacional, o especialista português em ecotoxicologia do solo e análise de risco ecológico, José Paulo de Souza, e o especialista alemão em bioensaios e estudos ecológicos com fauna de solo, Jörg Kömbke, apresentaram exemplos de experiências, análises, padrões e valores que são utilizados em alguns países da Europa no campo do risco ecológico e de áreas contaminadas.
A especialista em ecotoxicologia terrestre, Cristina Sisinno, da Solotox Consultoria, complementou o seminário com uma palestra sobre a padronização de ensaios ecotoxicológicos para o solo no país e a engenheira ambiental Patrícia Fernandes, gerente de Qualidade dos Solos e Reabilitação de Áreas Degradadas da FEAM, fechou o ciclo de palestras com a atual situação dos valores orientadores no estado de Minas Gerais.
Ao término das exposições, os palestrantes formaram a mesa de debate, mediada por Paulo Fernando Rodrigues, do Setor de Águas Subterrâneas e do Solo da CETESB, e atenderam a perguntas dos presentes. Nas considerações finais, os especialistas entraram em consenso quanto ao valor de eventos de interação como esse, a importância de parcerias e a necessidade de estímulo à pesquisa e ao desenvolvimento da área.

As palestras do seminário estão disponibilizadas no site da Secretaria do Meio Ambiente aqui.

Texto: Ana Paula Machado