Quando falamos sobre água, muitas vezes nos referimos apenas àquela que sai da torneira das nossas casas ou à que bebemos. No entanto, de acordo com as suas características, a água pode se dividir em diferentes classificações.

Uma das principais é feita de acordo com a sua salinidade, ou seja, com a quantidade de sal que se encontra dissolvida nela. Neste caso, de acordo com a Resolução do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) nº 357/2005, a água pode ser:

Água salina ou salgada: é a água com salinidade igual ou superior a 30 partes por mil. É o caso da água do mar. Esse tipo é comum no planeta e representa 97,5% do total. Possui uma grande quantidade de sais, como o cloreto de sódio, popularmente conhecido como sal de cozinha. Nessas condições, a água não pode ser consumida pelas pessoas. Em alguns países, ocorre um processo chamado de dessalinização da água do mar, no qual o sal é retirado da água tornando-a apta ao consumo. Esse processo ocorre especialmente em países onde a água doce é muito escassa.

Água doce: águas com salinidade igual ou inferior a 0,5 partes por mil. Embora o nome possa remeter ao açúcar, o termo se refere apenas à ausência ou baixa concentração de sal. É a água encontrada em rios, lagos e ribeiras. Para ser consumida, em geral, precisa passar por um processo de tratamento. Esse é o tipo de água apropriado para o consumo humano, a agricultura, a pecuária, a indústria. Só cerca de 2% da água encontrada em nosso planeta é doce.

Para ser utilizada para o consumo humano, a água doce deve passar por um sistema de tratamento, que ocorre nas ETAs (Estação de Tratamento de Água). Nesses locais, a água é tratada, as partículas impróprias para o consumo são retiradas e produtos químicos (o principal é o cloro) são adicionados para eliminar da água os microrganismos que provocam doenças. Somente depois desse processo é que a água doce torna-se água potável e pode chegar às residências para ser consumida.

Água salobra: água com salinidade superior a 0,5 partes por mil e inferior a 30 partes por mil. Tem aparência turva e possui grande quantidade de substâncias dissolvidas. É encontrada facilmente em regiões de mangue, e não pode ser consumida pelo ser humano.

As águas ainda podem ser classificadas de acordo com o local onde podem ser encontradas.

Águas superficiais: como o próprio nome diz, são aquelas que se acumulam na superfície. Esse tipo de água é encontrado em rios, riachos, lagos, pântanos, mares etc. Por não penetrarem no solo e o acesso a elas ser mais fácil, são, atualmente, a principal fonte de abastecimento do planeta.

Águas subterrâneas: são aquelas que ocorrem naturalmente ou artificialmente no subsolo (Resolução Conama nº 396/2008).  Esse tipo de água está presente no subsolo do planeta, principalmente, em espaços vazios entre rochas. Essas águas representam uma importante fatia da água doce do planeta e estão presentes, principalmente, nos aquíferos. Em muitos locais a extração das águas subterrâneas é complexa, em razão da profundidade do lençol freático ou da presença de rochas muito duras, o que torna o seu uso mais difícil e caro.

Por causa da falta de água doce em muitas regiões, as águas subterrâneas tornam-se uma excelente opção para o uso em diversas atividades (residencial, industrial, agricultura).  Também são de extrema importância na manutenção da umidade do solo e na alimentação de muito lagos e rios existentes no mundo todo. Em muitas regiões afastadas dos grandes centros urbanos, em que não há presença de água encanada, são extraídas do subsolo por meio de poços artesianos, tornando-se assim uma boa opção para o consumo.

Quando a água, seja ela doce, salgada, salobra, superficial ou subterrânea, possui substâncias que alteram suas características físicas e químicas, dizemos que ela está poluída. Se, além das alterações, ela apresentar organismos patogênicos ou substâncias tóxicas que podem provocar doenças no homem e nos animais, a água está contaminada.

A poluição das águas, o consumo inconsciente e o desperdício são os principais problemas relacionados à gestão sustentável da água na atualidade.

Você sabia?

A Cetesb faz o monitoramento da qualidade das águas superficiais, subterrâneas, interiores, costeiras e também as praias do litoral sul e norte do Estado de São Paulo. Os resultados são divulgados anualmente no site da companhia. Para saber mais você poderá acessar aqui!

Texto: Rosely Ferreira