Para finalizar a limpeza do rio até 2022, é preciso esforço conjunto de diversas instituições

O anúncio do projeto Novo Rio Pinheiros pelo Governo do Estado de São Paulo está despertando o interesse de como será o processo de limpeza. E, por sua importância, foi tema da reunião do Conselho Superior de Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Cosema/FIESP). A diretora-presidente da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) Patrícia Iglecias foi convidada para falar da participação da empresa, juntamente com o presidente da Sabesp Benedito Braga e o diretor do DAEE Lupércio Ziroldo Antônio, na terça-feira, 23 de julho.

A próxima etapa do projeto Novo Rio Pinheiros será a retirada de 1,2 milhão de metros cúbicos de detritos por meio de desassoreamento e desaterro. A ideia do projeto é impedir que esgoto e lixo cheguem ao rio, interrompendo esse fluxo já nos afluentes.  E assim, fazer com que haja oxigênio suficiente para que o rio possa ser explorado para turismo e transporte.

Patrícia Iglecias explicou que o papel da CETESB envolve o licenciamento e a fiscalização, feitos há muito tempo. “Parte das ações que está no projeto já tem licenciamento em curso, como a dragagem, que agora está mais acelerada”.

A CETESB monitora o rio desde a década de 1970, trabalho que segue cada vez mais intenso. Atualmente, a rede básica de monitoramento tem 471 pontos, com medições bimestrais. Os dados coletados mostram a evolução do rio, por isso são fundamentais para o projeto. “O monitoramento vai mostrar como vamos encaminhar melhor as ações no que diz respeito aos objetivos que queremos atingir”, conta Patrícia Iglecias.

Ainda sobre o monitoramento da qualidade da água, o assistente executivo da Diretoria de Avaliação de Impacto Ambiental José Eduardo Bevilacqua destacou que haverá mais dois pontos fixos por conta do projeto, nas fozes dos córregos, somando seis. Outra novidade é quanto à frequência que será mensal. “Esses resultados são importantes por refletir se as ações estão de acordo com o planejado, além de orientar quanto aos próximos passos”, explica.

Já o diretor de Avaliação de Impacto Ambiental Domenico Tremaroli anunciou ainda que está sendo implantado o monitoramento do sedimento em cinco pontos estratégicos no rio. “Esse acompanhamento complementará o trabalho da CETESB na avaliação da qualidade da água no compartimento aquático do Pinheiros”.

De acordo com a diretora-presidente, o projeto Novo Rio Pinheiros envolve saneamento para atingir o resultado desejado, um diferencial em relação aos projetos anteriores. A Sabesp vai tratar o esgoto diretamente nos córregos. “O resultado dessas ações guiará os próximos passos da CETESB”, explica.

O presidente da Sabesp Benedito Braga ressalta que a tarefa da Sabesp no projeto é intensificar e acelerar as operações de coleta desses esgotos, aumentando a rede disponível. “Para isso, vamos eliminar lançamentos, aumentar o índice de coleta e ter ações socioambientais. Com essas ações, temos a expectativa de gerar 3,7 mil empregos diretos e indiretos”, concluiu.

A reunião foi presidida por Eduardo San Martin, presidente do Cosema, fórum que reúne especialistas para debate dos temas ambientais e o estabelecimento de diretrizes e propostas para o aprimoramento das instituições e políticas ambientais.