Encontro apresentou ações realizadas por universidades para engajar comunidades na implementação dos ODS
Presidente da CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo e Superintendente de Gestão Ambiental da USP – Universidade de São Paulo, Patrícia Iglecias foi uma das palestrantes do workshop “SDGs off-campus: Engaging with Community”, realizado em 03/03. A ação faz parte da Década de Ação para alcançar os ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, preconizados pela ONU.
Idealizado pelo setor de Impacto Acadêmico das Nações Unidas (UNAI), o evento foi realizado para apresentar as ações que as universidades estão desenvolvendo para prestar assistência a grupos da sociedade civil, tendo como meta o envolvimento da população nos avanços dos ODS.
A proposta desse projeto é fornecer treinamento e ampliar habilidades relacionadas à implementação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, além de combinar recursos e conhecimentos acadêmicos com os da comunidade, para criar projetos e soluções inovadoras.
Durante sua explanação, Patrícia Iglecias apresentou o projeto de horta comunitária implantado no campus da USP. Segundo ela, essa iniciativa contempla os ODS 2 e 11 que tratam, respectivamente, de Fome Zero e Agricultura Sustentável, e de Cidades e Comunidades Sustentáveis.
“A horta fica aberta à comunidade universitária e do entorno. Todos podem passar por lá diariamente para conhecer os sistemas de captação de águas pluviais, compostagem e apicultura. Esse é um exemplo de atividade simples, que não requer muito financiamento.”
Ela também discorreu sobre o ODS 4, que trata de Educação de Qualidade. “Temos convênio educacional com a ONG ECOFALANTE, que realiza o mais importante Festival de Cinema Ambiental da América do Sul. Em 2020, 48 cidades receberam a mostra e em 2021 foram realizados os webinars “Década das Nações Unidas sobre Restauração de Ecossistemas” e “Crise climática e a Amazônia”.
Igualdade de Gênero (ODS 5) e Redução das Desigualdades (ODS 10) também fizeram parte da palestra da professora, sob o tema “Ecofeminismo e Educação Ambiental: Combate à Pobreza Menstrual”. Patrícia Iglecias explicou que a ausência de condições para gerir o período menstrual é uma violação dos direitos humanos.
“Para tentar reverter esse quadro, foi iniciado um projeto educativo com cerca de 100 mulheres de uma comunidade carente próxima ao campus da ESALQ, em Piracicaba. As reuniões são realizadas por alunos de graduação e de pós-graduação e abordam questões como o uso de tecnologias ecológicas para o período menstrual, a distribuição de ´kits´ menstruais ecológicos, a criação de horta comunitária com ervas boas para cólicas menstruais. Ao final do projeto serão realizados questionários e entrevistas para medir o impacto social e ambiental causados pela iniciativa”, comentou.
A presidente abordou, ainda, os ODS 12 e 17, que tratam de Consumo e Produção Sustentáveis, e Parcerias e Meios de Implementação, aplicadas por parceria realizada entre a USP, a CETESB e o Tribunal de Contas do Estado para a elaboração de treinamento EAD sobre gestão de resíduos para gestores municipais.
O curso teve grande procura, com mais de 1.400 submissões para 60 vagas e certificação pela Pro-reitoria de Cultura e Extensão da USP.
Além da participação do Brasil, o encontro contou com representantes da Irlanda, Reino Unido, Quênia, Namíbia e África do Sul.
Texto: Cris Olivette
Fotos/printes: José Jorge Neto