A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) vai passar a fiscalizar, por imagens de satélite, a recuperação de áreas degradadas em São Paulo. A iniciativa foi oficializada nesta terça-feira (4) com a assinatura de um acordo de cooperação técnica com a Visiona Tecnologia Espacial e a Florestar São Paulo, durante o Summit Agenda SP + Verde, evento promovido pelo governo de SP, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), além da prefeitura de São Paulo e a USP.
O projeto prevê o desenvolvimento de uma plataforma digital capaz de cruzar imagens de satélite com informações já disponíveis nos sistemas utilizados pela Cetesb para mostrar, em tempo real, se uma área degradada está de fato se regenerando. Essas áreas fazem parte dos chamados Termos de Compromisso de Recuperação Ambiental (TCRAs), que são os acordos firmados com empreendedores para que promovam o replantio e a restauração da vegetação nativa.
Hoje, esse acompanhamento é feito de forma manual: técnicos precisam visitar os locais, tirar fotos e preencher relatórios. O novo sistema deve reduzir deslocamentos, acelerar a fiscalização e aumentar a precisão das análises.
“São mais de quinze mil hectares em diferentes estágios de recuperação espalhados por todo o estado. Com o apoio da tecnologia, poderemos acompanhar a evolução dessas áreas de forma contínua e transparente”, afirma o diretor-presidente da Cetesb, Thomaz Toledo. “É a ciência e a inovação tecnológica a serviço da recuperação da natureza.”
Como vai funcionar
A ferramenta — financiada pela Fapesp, dentro do programa PIPE (Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas) ao valor de R$ 1,2 milhão — vai usar imagens de satélite em alta resolução para mostrar a evolução da cobertura vegetal ao longo do tempo. Na primeira fase, será possível mapear e diagnosticar as áreas em recuperação; em seguida, o sistema passará a emitir alertas a partir do monitoramento da recuperação da vegetação nos termos de compromisso do Estado sempre que houver alterações significativas.
A Visiona, empresa brasileira de tecnologia espacial controlada pela Embraer e pela Telebras, será responsável por desenvolver a plataforma. Já a Florestar São Paulo, associação que representa o setor de florestas plantadas, vai contribuir com dados e apoio técnico.
“Essa parceria demonstra como a inovação tecnológica pode ampliar o alcance e a efetividade das ações de recuperação ambiental. Ao contribuir para o desenvolvimento dessa solução, a Florestar reforça a importância da cooperação entre o poder público e a iniciativa privada para fortalecer as estratégias de restauração e conservação no estado de São Paulo”, afirma a executiva em Relações Institucionais da Florestar – Indústria Florestal Paulista, Fernanda.

