A ampliação de fontes de energia renováveis, juntamente com a eficiência energética, fazem parte do processo de transição energética, tão necessário e cada vez mais urgente, e que contribui com o desenvolvimento de uma economia de baixo carbono, em um cenário no qual os efeitos das alterações climáticas já são sentidas em todas as partes do globo.
Mais de 70% das emissões de gases de efeito estufa (GEE) mundiais são provenientes do setor de energia (uso industrial, edifícios e transporte), demonstrando a alta dependência que as atividades humanas ainda têm dos combustíveis fósseis. No Estado de São Paulo, as emissões de GEE deste mesmo setor representam 56%.
A mais recente publicação científica do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, de março de 2023, afirma que já existem no mundo tecnologias disponíveis suficientes para reduzir pela metade a emissões de GEE até 2050. O que é necessário então: priorização e implantação.
Com intuito de mitigar impactos e ampliar a sustentabilidade em seu território, o governo do Estado de São Paulo tem assumido compromissos importantes para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, por meio do Plano de Ação Climática 2050 (PAC2050), assim também como para a contribuição no alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
Nesse sentido, a CETESB, empenhada em garantir a qualidade ambiental do Estado e engajada na temática de sustentabilidade está ampliando a geração e a disponibilidade de energia limpa e renovável, por meio da implantação de sistemas de energia solar em suas unidades. Essa iniciativa contribui com as ações de redução de emissões de GEE propostas pelo PAC2050 na ampliação da geração solar para atender parte da demanda de eletricidade consumida pelos órgãos do governo paulista, ao mesmo tempo que está em alinhamento com os ODS 7 (Energia Acessível e Limpa) e ODS 13 (Ação contra a Mudança Global do Clima).
A energia solar fotovoltaica é a energia produzida a partir da luz solar. Quanto maior a irradiação solar nas placas solares, maior será a quantidade de energia elétrica produzida.
De forma resumida, existem dois tipos de sistemas solares fotovoltaicos. Em um deles, a energia gerada pelas placas é armazenada em baterias para utilização em períodos com pouca luminosidade durante o dia e períodos noturnos. Esse sistema é conhecido como sistema solar fotovoltaico “off-grid”.
Já no segundo modelo, o sistema fotovoltaico é conectado junto com a rede da concessionária de energia local, ou seja, as instalações contam tanto com a energia que vem das placas quanto da energia fornecida pela concessionária. Desta forma, podem existir períodos em que haja a geração de excedente de energia, ou, em outras palavras, se o consumo da instalação for inferior à capacidade de geração da usina fotovoltaica, este excedente será enviado para a rede, abastecendo as demais unidades consumidoras do sistema elétrico como um todo. Esse sistema ficou conhecido como “on-grid” e é atualmente o sistema adotado pela CETESB em todas as suas unidades.
HISTÓRICO
A primeira unidade da CETESB a receber um sistema fotovoltaico foi a Agência Ambiental de Cubatão, através de um Termo de Ajuste de Conduta firmado em 2018. O sistema possui capacidade de geração aproximada de 4.200 kWh.
Em abril/2020, foi concluída a instalação do primeiro sistema solar fotovoltaico, com recursos orçamentários próprios da CETESB, na Agência Ambiental Osasco/Santo Amaro, que ocupam o mesmo prédio, com capacidade de geração mensal de 1.630 kWh.
No mês de outubro/21, foram entregues mais três sistemas, instalados nas Agências Ambientais de Paulínia, São Carlos e São Sebastião. Os sistemas possuem capacidade de geração de 1.600, 930 e 1.600 kWh, respectivamente.
Em 2022, foram entregues mais seis sistemas, nas Agências Ambientais de Jundiaí, Presidente Prudente, Avaré, Franca, Itapetininga e Jales. A capacidade de geração deste novo lote é de 3.500, 2.500, 800, 1.690, 1.600 e 1.400 kWh, respectivamente.
Em setembro de 2023, foi acionada a usina solar fotovoltaica do Complexo de São Bernardo do Campo, que será responsável por gerar energia para compensar o consumo de 19 estações telemétricas da CETESB, espalhadas pela Grande São Paulo. A potência total da usina terá capacidade de geração mensal de 12.000 kWh e o investimento será de R$ 700.000,00.
Até o presente momento, considerando os 10 sistemas instalados em baixa tensão, que já estão em plena operação, a CETESB obteve uma redução de mais de 80% em despesas com energia elétrica nessas unidades.
O sistema inaugurado na sede da CETESB é a MAIOR usina solar fotovoltaica com microinversores da América Latina1. São 1.617 módulos fotovoltaicos distribuídos nos telhados dos prédios da sede, com capacidade de geração de 100 MWh mensais, energia suficiente para abastecer cerca de 580 residências2 no Estado de São Paulo. O investimento total foi de R$ 5 milhões.
A grande vantagem dos microinversores em relação aos inversores comuns é a capacidade de geração de energia e monitoramento individualizado módulo a módulo. Nos inversores comuns, em caso de defeito ou sombreamento de uma
placa, todas as placas que estiverem conectadas juntas sofrerão este prejuízo, diminuindo significativamente a eficiência do sistema. Com os microinversores o prejuízo fica restrito a uma única placa, de tal forma que as demais continuam gerando energia normalmente. Com esse sistema, é possível verificar em tempo real qual a quantidade de energia que está sendo gerada por cada placa, além de facilitar a detecção precisa de uma placa com defeito. Este tipo de tecnologia ganha ainda mais destaque no caso da CETESB, onde os telhados têm diferentes inclinações e orientações e sombreamentos provocado pelos prédios nos seus arredores.
Outro grande destaque dos microinversores é a sua durabilidade, com vida útil e garantia de 25 anos, reduzindo significativamente os custos de manutenção e substituição de equipamentos.
Com esse investimento, a CETESB reforça seu compromisso com a adoção de soluções inovadoras e sustentáveis, tornando-se uma referência na promoção da transição energética, contribuindo para uma economia de baixo carbono, com uso eficiente dos recursos energéticos.
Este protagonismo da Companhia servirá de modelo e poderá ser replicado por outros empreendimentos do Estado, com intuito de atender um dos compromissos do PAC2050 de garantir que parte da demanda de eletricidade consumida pelos órgãos públicos seja por fontes renováveis.
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1 Conforme constatado pelo distribuidor ECORI (distribuidor exclusivo da marca Apsystems® no Brasil e o maior distribuidor APsystems® em um único país dentre mais de 120 países que atuam. Demais fornecedores Brasil estão sob apoio e tutela da ECORI).
2 Supondo um consumo médio de 172,9 kWh/mês para residências do estado de São Paulo conforme Anuário Estatístico de Energia Elétrica 2020 elaborado pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética) vinculada ao Ministério de Minas e Energia.