Vírus, bactérias e parasitas são agentes biológicos patogênicos, que causam doenças que podem se espalhar de peixe para peixe e de população para população.
A virulência do patógeno, ou sua habilidade de causar doença, é o fator determinante da ocorrência ou não de doença. Tais doenças freqüentemente seguem padrões distintos. Períodos de incubação estão envolvidos e costumam variar desde poucos dias a algumas semanas. As doenças infecciosas podem ser agudas ou crônicas, incapacitando e afetando a “performance” dos peixes por anos.

Os patógenos podem ser classificados em duas categorias. A primeira inclui os patógenos obrigatórios, que desenvolvem-se em alguma fase do seu ciclo de vida dentro de um hospedeiro, podendo assim causar doenças em peixes saudáveis mesmo quando as condições ambientais são boas.

A segunda e maior categoria, inclui patógenos facultativos, geralmente presentes no ambiente aquático todo o tempo, sem a obrigatoriedade do hospedeiro. São as bactérias e parasitas oportunistas que causam doenças quando os peixes estão sob o estresse de condições ambientais adversas. A Figura 14 mostra os padrões de curvas associadas a diferentes causas de mortandade de peixes.

Figura 14 – Curvas (mortandade versus tempo) associadas às três maiores categorias de mortandade de peixes (adaptado de Diseases of Hatchery Fish(1))
Figura 14 – Curvas (mortandade versus tempo) associadas às três maiores categorias de mortandade de peixes (adaptado de Diseases of Hatchery Fish(1))

Os peixes coexistem com parasitas e patógenos na natureza, em equilíbrio. Alterações ambientais, sejam naturais ou não, podem alterar o equilíbrio entre o hospedeiro e o patógeno, freqüentemente determinando se o hospedeiro vai viver ou morrer. O desenvolvimento de doenças pode ocorrer tanto em ambientes naturais como em lagos de criação de peixes, o que exige do investigador um amplo conhecimento das possíveis vias de contaminação do corpo d’água.

O ambiente aquático pode ser contaminado via água de abastecimento, introdução de espécimes, cobras, tartarugas, caramujos, sapos e rãs, aves piscívoras, rações, equipamentos contaminados, etc.

Os limites físicos impostos pelo ambiente também afetam quais patógenos poderão “florescer” e quais serão de pouca significância. A latitude geralmente comanda a temperatura da água subterrânea. Temperatura e altitude, por sua vez, vão determinar os níveis de saturação de oxigênio da água. Estações do ano e clima também estão intimamente ligados à geografia. Condições climáticas têm uma grande influência na fonte, quantidade e qualidade da água disponível e, conseqüentemente, podem determinar as espécies e número de indivíduos que podem habitar um espaço seguramente.

A Figura 15 mostra um Lambari-do-rabo-vermelho doente por infecção por fungo.

Figura 15 - Lambari infectado por fungo. Fonte: CETESB
Figura 15 – Lambari infectado por fungo. Fonte: CETESB

O quadro a seguir (Tabela 4) apresenta os sinais clínicos externos, alterações de comportamento e sinais clínicos internos para infecções por bactérias, vírus, fungos, parasitas, e problemas causados por deficiências nutricionais(17).

TABELA 4 - Quadro clínico de infecções por bactérias (BAC), fungos (FUN), vírus (VIR), parasitas (PAR) e por deficiências nutricionais (NUT)(17).
Sinais clínicosBACFUNVIRPARNUT
01. Hemorragias (olhos, tronco, nadadeiras, boca, abdômen)
02. Lesões corporais (necroses, úlceras e furúnculos)
03. Manchas despigmentadas (descoloridas) pelo corpo
04. Abdômen inchado ou comprimido (barriga seca)
05. Olhos saltados e córnea opaca(catarata)
06. Coloração anormal (escurecimento ou palidez)
07. Excessiva produção de muco no corpo e nas brânquias)
08. Anemia (palidez das brânquias)
09. Áreas necrosadas e deformidades nas brânquias
10. Pontos brancos, amarelos ou pretos no corpo (cistos)
11. Nadadeiras desfiadas ou necrosadas(podridão ou erosão)
12. Deformidades corporais
Alterações de comportamento
01. Perdas de apetite
02. Letargia (natação vagarosa ou o peixe fica parado)
03. Peixes boqueando na superfície (asfixia)
04. Peixes raspam o corpo em alguma superfície (prurido)
Sinais clínicos internos
01. Órgãos internos (fígado, baço e rins) hemorrágicos
02. Fluído claro ou opaco na cavidade abdominal
03. Fluído amarelado ou sanguinolento no intestino
04. Lesões (tipo úlcera no fígado)
05. Hiperplasia (aumento de tamanho) de órgãos internos
06. Fígado de cor anormal, aspecto friável e margens espessas
07. Baço de tamanho aumentado e com margens espessas
08. Cistos brancos no fígado
TABELA 4

Quadro clínico de infecções por bactérias (BAC), fungos (FUN), vírus (VIR), parasitas (PAR) e por deficiências nutricionais (NUT)(17).

Sinais clínicos BAC FUN VIR PAR NUT
01. Hemorragias (olhos, tronco, nadadeiras, boca, abdômen)
02. Lesões corporais (necroses, úlceras e furúnculos)
03. Manchas despigmentadas (descoloridas) pelo corpo
04. Abdômen inchado ou comprimido (barriga seca)
05. Olhos saltados e córnea opaca(catarata)
06. Coloração anormal (escurecimento ou palidez)
07. Excessiva produção de muco no corpo e nas brânquias)
08. Anemia (palidez das brânquias)
09. Áreas necrosadas e deformidades nas brânquias
10. Pontos brancos, amarelos ou pretos no corpo (cistos)
11. Nadadeiras desfiadas ou necrosadas(podridão ou erosão)
12. Deformidades corporais
Alterações de comportamento
01. Perdas de apetite
02. Letargia (natação vagarosa ou o peixe fica parado)
03. Peixes boqueando na superfície (asfixia)
04. Peixes raspam o corpo em alguma superfície (prurido)
Sinais clínicos internos
01. Órgãos internos (fígado, baço e rins) hemorrágicos
02. Fluído claro ou opaco na cavidade abdominal
03. Fluído amarelado ou sanguinolento no intestino
04. Lesões (tipo úlcera no fígado)
05. Hiperplasia (aumento de tamanho) de órgãos internos
06. Fígado de cor anormal, aspecto friável e margens espessas
07. Baço de tamanho aumentado e com margens espessas
08. Cistos brancos no fígado