Patrícia Iglecias foi convidada da OAB em evento que reuniu mulheres ícones da área ambiental no país

Mesmo em meio à pandemia, a data não poderia deixar de ser celebrada: 08/03, Dia Internacional da Mulher. E a diretora-presidente da CETESB, Patrícia Iglecias foi convidada e fez questão de participar do encontro com mulheres ícones da área ambiental no país, promovida pela Comissão de Direito Ambiental e Sustentabilidade da OAB Santo André, com transmissão ao vivo, na noite de 08/03, pelo canal direto da entidade no facebook.

A homenageada da noite foi a desembargadora Consuelo Yoshida, vice-presidente do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), mas, além de muitas advogadas, participaram também da comemoração online várias secretárias e diretoras municipais de Meio Ambiente, engenheiras, geólogas, biólogas, especialistas e profissionais destacadas das mais diversas áreas. A coordenação ficou a cargo de Rosa Ramos, presidente da Comissão de Meio Ambiente e Sustentabilidade da OAB de Santo André.

Patrícia Iglecias destacou a necessidade de ações afirmativas para reduzir a disparidade de gênero. Ela enfatizou dados da OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, da ONU, publicados antes da atual pandemia da COVID-19, dando conta de que a igualdade de gênero poderia agregar 12 trilhões de dólares ao PIB global até 2025.

Lembrou que o efeito seria especialmente benéfico para os países menos desenvolvidos, que hoje são mais impactados diretamente pela limitada participação feminina no mercado de trabalho, e que, com a pandemia, a discrepância ficou mais acentuada, “pois muitas mulheres perderam seus postos de trabalho, já que a grande maioria das atividades da economia do cuidado, como serviços domésticos e cuidadores, é desempenhada pelo gênero feminino. Outras tiveram que deixar o trabalho para monitorar pessoas, como pais idosos ou filhos pequenos.”

Ela informou que a ONU estima que a igualdade entre homens e mulheres só será totalmente alcançada daqui a 81 anos. “Precisamos diminuir esse número”, afirmou, observando que, de acordo com “ranking” da ONU, envolvendo 129 países, o Brasil ficou em 77º lugar, sendo que, inclusive na América Latina, se situa atrás de diversos países.

Para a dirigente, tal situação é grave já que, pelos dados da PNAD (Contínua – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), a população brasileira é composta por 51,8% de mulheres e 48,2% de homens. Além disso, na população com 25 anos ou mais, 19,4% das mulheres tinham nível superior completo, já entre os homens a taxa era de 15,1. Apesar de mais instruídas, as mulheres ocupavam 37,4% dos cargos gerenciais e recebiam 77,7% do rendimento dos homens.

Ressaltou a importância do trabalho da homenageada, Dra. Consuelo Yoshida, na proteção do meio ambiente e na redução da disparidade de gênero.

Enfatizou, enfim, que tem que se pensar na educação de meninos e meninas. Conforme a presidente da CETESB, o Programa He for She da ONU é um exemplo de “um esforço global para envolver homens e meninos na remoção das barreiras sociais e culturais que impedem as mulheres de atingir seu potencial, e ajudar homens e mulheres a modelarem juntos uma nova sociedade”. Para ela, a postura dos homens e meninos será fundamental para se alcançar o objetivo maior de que todos tenham as mesmas oportunidades.

“Nós queremos chegar num dia em que desejemos apenas um ‘feliz dia do ser humano!’ Mas isto exige muito trabalho de cada uma de nós”, finalizou.

Patrícia Iglecias
Desembargadora Consuelo Yoshida
Rosa Ramos presidente da Comissão de Meio Ambiente e Sustentabilidade da OAB de Santo André

Texto: Mário Senaga
Prints: José Jorge Neto