O ano de 2009 foi significativo para a área de tecnologia e análise ambiental da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB. Graças a uma série de investimentos financeiros e o empenho técnico de seus profissionais foram alcançados importantes objetivos, que visaram as novas atribuições da empresa e os significativos avanços na gestão do conhecimento.
Em agosto de 2009, o Departamento de Análises Ambientais – TL foi reestruturado com a incorporação do Setor de Qualidade Laboratorial e da Divisão de Laboratórios Descentralizados que reúne os sete setores de laboratórios localizados no interior do Estado – em Campinas, Cubatão, Limeira, Marília, Ribeirão Preto, Sorocaba e Taubaté – permitindo, assim, a gestão integrada da demanda analítica ambiental, por áreas vocacionais, no Estado de São Paulo.
A nova estrutura proporcionará um avanço na padronização dos procedimentos, bem como a racionalização na utilização dos recursos físicos e financeiros do Estado na geração de dados analíticos de qualidade e fiscalização, os quais norteiam as tomadas de decisões do Sistema de Meio Ambiente.
Outra importante conquista da CETESB se deu com a inauguração do primeiro laboratório público do país para análises de Dioxinas e Furanos. A sua implantação, ainda no primeiro semestre de 2009, concretizou um significativo avanço na capacidade analítica laboratorial, atendendo a demandas de governos locais e da América Latina. Com capacidade de analisar poluentes orgânicos persistentes, listados na Convenção de Estocolmo, trata-se de um dos únicos equipados com espectrômetro de massa de alta resolução, utilizado para análise mais refinada desses poluentes. Atualmente em processo de validação das técnicas analíticas com apoio de especialistas internacionais, estará atendendo as demandas analíticas internas e externas nos próximos meses. Em sua implementação foram investidos 1,4 milhão de reais – recursos provenientes do Ministério do Meio Ambiente e do Governo Estadual -, além de cerca de 800 mil dólares doados pelo governo Japonês para a aquisição de um espectrômetro. É importante mencionar que o Laboratório de Química Orgânica hoje faz parte da Rede de Laboratórios da United Nations Environment Programme – UNEP para detecção dos compostos orgânicos persistentes abrangidos pela Convenção de Estocolmo.
Em 2009 o Departamento superou o desafio de colocar todos os laboratórios de análises ambientais dentro da Rede Brasileira de Ensaios – RBLE, do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – INMETRO. Atualmente conta com mais de 250 ensaios acreditados na NBR ISO/IEC 17.025:2005, que assegura a rastreabilidade e confiabilidade dos dados analíticos gerados pelo Sistema de Meio Ambiente. O Setor de Qualidade Laboratorial também obteve a acreditação para as atividades de calibração de vidrarias volumétricas, o que representou um grande ganho interno, pois a Companhia deixou de contratar esses serviços para seus laboratórios. Após décadas de dedicação profissional dos técnicos da Empresa, o Programa Interlaboratorial da CETESB faz parte, desde dezembro de 2008, do banco de dados da European Proficiency Testing Informationa System – EPTIS -, o maior banco de dados do mundo, que norteia o controle da qualidade dos laboratórios de ensaios. Esses são exemplos de sucesso dentro do Programa Permanente da Qualidade e Produtividade no Serviço Público.
Ainda na linha de garantia da qualidade de resultados analíticos como forma de respaldar uma melhor e mais eficiente tomada de decisão dos órgãos do Sistema de Meio Ambiente, entrou em vigor a Resolução SMA-37, que exige a acreditação junto ao INMETRO na Norma NBR ISO/IEC 17.025:2005, de todos os resultados analíticos fornecidos ao SEAQUA. A Resolução garante uma maior confiabilidade nos resultados analíticos fornecidos por laboratórios externos ao Sistema de Meio Ambiente, igualando-os ao nível de qualidade praticada por nossos laboratórios.
As reformas das infra-estruturas laboratoriais foram outro ganho significativo em 2009. A readequação das instalações do laboratório de Virologia, um dos únicos no Brasil a prestar serviços de análises de enterovírus em amostras ambientais, foi essencial para o preparo do laboratório para acreditação na ISO 17025. Os Laboratórios de Ecotoxicologia Aquática e Comunidades Aquáticas foram reformados dentro dos conceitos mais modernos de engenharia na área laboratorial, permitindo uma otimização dos serviços, melhora na qualidade da realização dos ensaios e também conforto para os empregados. Os Laboratórios de Cubatão e de Ribeirão Preto passaram por reforma significativa visando adequar o espaço físico para o recebimento de novos equipamentos e a ampliação dos serviços de análises oferecidos.
Dentro das novas atribuições da CETESB, com vistas a proporcionar apoio as agências ambientais, em maio de 2009, o Setor de Comunidades Aquáticas divulgou um roteiro para o “Atendimento a Mortandade de Peixes”- atividade rotineira que atinge 150 eventos ao ano no estado, geralmente relacionada ao atendimento à reclamações da população. Esse material, produzido com apoio da Diretoria de Licenciamento e Gestão Ambiental, visa agilizar o atendimento e a tomada de ações, representando um valioso instrumento de trabalho para as agências ambientais.
O presidente da CETESB, Fernando Rei, ressalta que os resultados obtidos são absolutamente relevantes e estratégicos dos profissionais do Departamento de Análises Ambientais, no sentido de manter e aperfeiçoar o nome da Companhia como uma agência de referência. “Excelência, Qualidade, Produtividade e Compromisso são marcas do Departamento”, finalizou Rei.
Já para Maria Inês Sato, gerente do Departamento de Análises Ambientais, “ o nível técnico científico do Departamento é mantido pelo empenho do quadro funcional e pelo programa de capacitação da CETESB,”. Para ela, em 2009, os funcionários tiveram a oportunidade de realizar cursos internos e externos, bem como participar de Congressos Nacionais e Internacionais, não só visando adquirir novos conhecimentos e projetar o nome da CETESB, mas também abrir oportunidades de trabalhos e convênios internacionais. “Essa atividade é essencial para manter os laboratórios da empresa como referência para o Estado, o País e, inclusive, a América Latina”, concluiu Maria Inês.
Texto
Rosely Ferreira
Fotografia
José Jorge /Pedro Calado