A região Sudeste, com quase 81,5 milhões de habitantes, descartou em 2009 mais de dois milhões de geladeiras, enquanto na Nordeste, com pouco mais de 50,0 milhões de habitantes, esse número chegou a 1,04 milhões, e na Sul, com população de quase 30 milhões de pessoas, foi de 741 mil unidades.

A legislação, com a recente promulgação da Lei Federal 12.305, de 2 de agosto de 2010, e a publicação da Resolução 24, de 30 de março de 2010, da Secretaria Estadual do Meio Ambiente – SMA, está se tornando mais rigorosa debitando aos fabricantes a responsabilidade pela destinação adequada desses resíduos.

Foi neste cenário que a Indústria Fox, de origem suíça, está se instalando no país com a perspectiva de reciclar até 420 mil geladeiras e freezers por ano na planta inaugurada, em 10.09, no km 88 da Rodovia Dom Gabriel Paulino Bueno Couto, no Município de Cabreúva.

O secretário estadual do Meio Ambiente, Pedro Ubiratan Escorel de Azevedo, que representou o governador Alberto Goldman no evento, louvou a iniciativa, que é pioneira na América Latina. Segundo disse, o Estado de São Paulo, que gera 40 mil toneladas de lixo por dia, está envidando esforços para a solução do problema da destinação adequada de resíduos, eliminando as centenas de lixões que existiam. “Hoje, temos somente cinco lixões em todo o Estado”, afirmou.

O evento contou com as presenças, entre outras, de Philippe Bohr, diretor-geral da Indústria Fox, Claudio Antônio Giannini, prefeito de Cabreúva, Thaís Linhares Juvenal, diretora do Departamento de Mudanças Climáticas, do Ministério do Meio Ambiente.

Josilene Ferrer, gerente do Setor de Clima e Energia, da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB, que estava representando o presidente da instituição, Fernando Rei, salientou que, com a inauguração da Indústria Fox, “temos agora a parte final do processo que é, após a fabricação e o consumo, o descarte adequado dos equipamentos”.

Ocupando uma área de 26 mil m2 e investimentos de R$ 30 milhões, a empresa, quando operar com a capacidade total, irá criar cem postos de trabalho em três turnos. Deverá, segundo a fábrica, processar 25 mil toneladas de material-prima, promovendo a redução de emissões de 500 mil ton/ano de dióxido de carbono, gás que contribui para o aquecimento do planeta.

Além disso, vai recuperar o clorofluorcarbono e o hidroclorofluorcarbono, gases conhecidos como CFC e HCFC, que liberados na atmosfera agridem a camada de ozônio que protege a Terra. Esses gases, por meio de tratamento térmico, serão transformados em ácido clorídrico e ácido fluorídrico e destinados para a indústria química.

A Fox vê o mercado com otimismo, planejando já a instalação de uma segunda unidade em Canoas, no Rio Grande do Sul, em 2011, e outra no Ceará, em 2012.

Técnicos da Agência Ambiental de Jundiaí, da CETESB, responsáveis pelo licenciamento da unidade, estiveram presentes na inauguração: o ex-gerente Domênico Tremaroli, que hoje atua na Agência Ambiental de Atibaia, o químico José Arnaldo Gomes e a comunicóloga Rachel Bugalho, além do atual gerente Hélio Ungari.

Texto
Newton Miura
Fotografia
Pedro Calado