Renovar, segundo o dicionário Michaelis, pode significar “mudar para melhor”, ou mesmo “dar novas forças”. Pode também ser entendido como “rejuvenescer”. O termo traduz bem o momento pela qual passa a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB. Conforme lembrou seu Presidente, Fernando Rei, em evento de integração de novos funcionários, para cumprir cada vez melhor sua missão em prol da melhoria de qualidade de vida dos cidadãos paulistas, vem passando por mudanças importantes, tendo se tornado o único órgão ambiental licenciador no Estado – antes eram quatro – e atingindo o percentual de 20% de renovação do quadro funcional da empresa, desde o início de sua gestão, em 2007.

De um total atual de 2.043 funcionários, até setembro último, 422 aprovados nos recentes concursos públicos assumiram funções diversas na Companhia, de 2007 para cá. Apenas com relação ao concurso realizado em dezembro de 2009, já foram admitidos 61 novos empregados – de 136 convocados até agora -, para cargos operacionais, técnicos, técnicos administrativos e superiores, sendo que estes últimos com um salário médio inicial de R$ 3.631,00, atraente em relação ao mercado tanto em nível estadual como nacional. Sem contar o Plano de Carreira, implantado recentemente. São engenheiros agrônomos, florestais, civis e químicos, analistas de educação ambiental, técnicos administrativos e ambientais, escriturários e ajudantes de serviços gerais, entre outros, nos diversos níveis, além de portadores de necessidades especiais, que estão atuando pelas várias áreas da Companhia.

Vania Olichwir, gerente do Setor de Acompanhamento e Desenvolvimento de Recursos Humanos – ARDD da Diretoria de Gestão Corporativa, chama a atenção para o fato de o perfil dos profissionais contratados ser composto por uma parcela significativa dos chamados “verdes”, isto é, que foram convocados para preencher a necessidade da Nova CETESB relacionada às atribuições ligadas à Agenda Verde, como licenças e autorizações para supressão de vegetação e intervenções em Áreas de Proteção Permanente. Além disso, os novos funcionários estão ajudando não só a formar como a consolidar as equipes técnicas e administrativas das unidades regionais, que de um número de 35, ao final de 2007, passaram para 56 agências ambientais unificadas atualmente, distribuídas por todo o território paulista. E de acordo com Vania, até o final de 2010 o quadro funcional deverá chegar aos 2.100 funcionários.

Ainda com base nos dados fornecidos pelo ARDD, outra característica notável nos novos quadros sugere o “rejuvenescimento” da empresa. Embora a faixa etária predominante na Companhia nos últimos anos tenha sido de 50 a 60 anos, entre os homens, e de 51 a 55 anos, entre as mulheres, a idade média dos contratados recentes indica alteração substancial nesse quesito. Para se ter uma idéia, a idade média dos admitidos em 2007 foi de 42 anos, passando a 38 anos em 2008 e 2009, e para 33 anos em 2010.

E se “sangue novo” for sinônimo de oxigenação e revigoramento, o entusiasmo e a vontade de aprender dos jovens funcionários deve dar um impulso inovador aos profissionais experientes e especialistas da “quarentona” CETESB – a agência ambiental paulista completou 40 anos de existência em 2009.

Pelo menos é isso que se depreende dos depoimentos de alguns desses “estreantes” na Companhia, como a engenheira florestal Celina Rubiano da Silva, 22 anos, que iniciou seus trabalhos na Agência Ambiental de Mogi Guaçu há menos de dois meses. Celina é de Ribeirão Preto e estava cursando a Universidade de Brasília – UNB. Ia concluir a faculdade no final de 2010 e quando soube do concurso da CETESB em 2009, em forma de cadastro-reserva, não teve dúvidas: inscreveu-se e prestou as provas em dezembro, na expectativa de que “quem sabe, se eu passar, dá tempo de concluir a faculdade”. Só que o resultado saiu já em janeiro e Celina teve que adiantar a formatura. Hoje, trabalhando em Mogi Guaçu, a cerca de 200 quilômetros de Ribeirão Preto – “bem mais perto que Brasília” -, Celina se mostra tranquila e satisfeita por poder estar colocando em prática vários dos conhecimentos adquiridos com a sua formação como engenheira florestal, nas atividades das agendas verde e azul, da recém-criada agência. “Estou aplicando o que aprendi na faculdade e aprendendo com os outros técnicos”, afirma.

Da mesma forma pensa o paulistano e técnico ambiental Renan Lourenço de Oliveira Silva, 21 anos, que começou a trabalhar no Setor de Amostragem, na sede da Companhia em São Paulo, em agosto. Técnico químico pela Getúlio Vargas e atualmente quartanista da USP em química ambiental, pretendia um dia trabalhar na CETESB, que tinha como órgão ambiental de referência. Agora, em meio às coletas de amostras de água e sedimentos realizadas em rios e córregos, ao lado de veteranos como “Gordela”, 37 anos de Companhia, Venício, 33 anos de CETESB e o próprio Brandão, gerente da área, com “35,5 anos” de trabalhos prestados à agência ambiental paulista, Renan diz estar gostando bastante da experiência. “É bem interessante, estou aprendendo muito e também tendo contato direto com a natureza e o meio ambiente”.

Funcionário da nova geração também pego de agradável surpresa, o engenheiro civil Daniel Augusto Santos, 23 anos, natural de Sorocaba, conta que a homologação do concurso público de 2009 se deu no dia 13 de maio, um dia antes da data de seu nascimento: “Foi um presente de aniversário!”.

Uma outra curiosidade é que Daniel, formado na Facens, em Sorocaba, teve despertado seu interesse pelo concurso ao ser informado pelo próprio professor de Saneamento da faculdade, Geraldo Amaral, veterano funcionário da CETESB e gerente de Departamento de Gestão Ambiental III da Diretoria de Licenciamento e Gestão Ambiental. O desafio maior de Daniel atualmente é adaptar-se às novas atribuições e mudança de vida, já que está trabalhando na Agência Ambiental de Iguape, no litoral sul. “Muita coisa é nova para mim e no fim de semana continuo voltando para Sorocaba. Mas estou gostando e aprendendo muito”, relata.
Ao que complementa a psicóloga Silvane Paula Pietsrzak, de Curitiba, mas morando em São Paulo há dois anos, após uma temporada estudando nos Estados Unidos e que iniciou seu trabalho no Setor de Acompanhamento e Desenvolvimento de Recursos Humanos, o ARDD, em meados de julho. “Estou gostando das amizades, do trabalho e da equipe, todos se ajudam”, diz. Silvane explica que optou pela CETESB na hora de prestar o concurso não só pela empresa estar sediada em São Paulo, como também por se tratar de uma “empresa sólida, que trabalha pela qualidade de vida e com condições de agregar valor e estabilidade maior do que na iniciativa privada”.

Essas qualidades da Companhia, entre outras, explicitadas por Silvane e que deverão ser experimentadas ao longo do tempo por todos os recém-chegados à CETESB não se verificam por acaso. Como lembra Vania Olichwir, todo um cuidadoso e criterioso trabalho é realizado pela equipe do ARDD , sempre com apoio de representantes de todas as Diretorias da Cia, desde a concepção do edital dos concursos públicos, passando pelas etapas de convocação dos aprovados e realização de entrevistas, até o encaminhamento dos novos funcionários para admissão e mesmo o acompanhamento do período de experiência. Ela ressalta também o trabalho realizado junto aos portadores de deficiências, o que envolve trabalhos conjuntos com várias unidades, uma Equipe Multiprofissional e providências efetivas relacionadas à acessibilidade e adaptações de equipamentos, por exemplo. Para isso, segundo Vania, o ARDD conta com 09 analistas, basicamente psicólogos, além dela na gerência da equipe. “Dá muito trabalho, sem dúvida. Além de tudo, precisamos administrar as expectativas dos que esperam a convocação e acompanham todas as etapas, nos ligando e buscando informações. É preciso gostar de trabalhar com gente e, em consequência, com suas expectativas e frustrações”, conclui.

Texto
Mário Senaga