Participantes sugeriram como emergir da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, a partir de uma economia verde e resiliente, com foco em redução da poluição por meio de programas e ações voltadas para a sustentabilidade.

O impacto das mudanças climáticas na saúde foi o tema do painel de abertura da agenda do Sustainable Talks, em 19/10, com a participação da diretora-presidente da CETESB, Patrícia Iglecias, e do médico patologista e professor da Faculdade de Medicina da Universidade São Paulo – USP, Paulo Saldiva.

Promovida pela Scania Brasil e aberta oficialmente pelo CEO da empresa na América Latina, Christopher Podgorski, a live debateu como emergir da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, a partir de uma economia verde e resiliente, com foco em redução da poluição por meio de programas e ações voltadas para a sustentabilidade.

Em sua segunda edição, a iniciativa procura fomentar a Agenda 2030 e reforçar ações com objetivo de alcançar as metas do Acordo de Paris. “A Scania segue trabalhando para tornar o ecossistema de transporte e logística sustentável e, reforçando esse compromisso, aderimos ao Science Based Targets, atingindo a meta de ter operações industriais livres de energia de origem fóssil e entramos no mercado de títulos verdes na Europa”, observou Patricia Acioli, mediadora e responsável por Relações Corporativas da Scania Latin America.

Patrícia Iglecias focou sua apresentação nas novas diretrizes e condições estabelecidas pela CETESB, para o licenciamento de unidades de preparo de Combustível Derivado de Resíduos Sólidos, por meio da Decisão de Diretoria nº 73/2020. A dirigente da agência ambiental paulista ressaltou que a nova norma representou um avanço importante na questão dos resíduos sólidos no Estado de São Paulo, onde se aguardavam orientações como as contempladas.

A Resolução determina as características mínimas dos combustíveis, as condições operacionais, tais como limite de emissão, critérios de controle e monitoramento para disciplinar o licenciamento ambiental das atividades de preparo e de recuperação energética, além de atender ao critério de melhor tecnologia prática disponível de modo a minimizar os impactos deletérios à saúde pública e ao meio ambiente aumentando, ainda, a capacidade de vida útil dos aterros. Também ampliou a possibilidade de utilização desse tipo de combustível, até então restrito aos fornos de cimenteiras – clínquer -, caldeiras e usina de biomassa.

Para a presidente da CETESB, a regra veio ao encontro do preconizado pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, que sugere a busca de soluções alternativas aos tradicionais aterros sanitários, assim como para a geração de energia e a produção de CDR, como iniciativas para a redução dos gases de efeito estufa, sendo uma evolução que traz a padronização do regramento necessário para as empresas desenvolverem iniciativas voltadas à uma produção sustentável. “É uma agenda ambiental social e de governança, uma alternativa tecnológica que permite avanços do ponto de vista da sustentabilidade”.

Na avaliação do médico e pesquisador do Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental da USP, Paulo Saldiva, a redução de 30% na emissão de gases de efeito estufa traria vários benefícios para os paulistanos. Para ele, entretanto, a meta prevista na lei que instituiu, por exemplo, a política do município de São Paulo para a mudança do clima, só será atingida com medidas restritivas à circulação de veículos.

Saiba mais:

A Science Based Targets (https://sciencebasedtargets.org/about-the-science-based-targets-initiative/) defende o estabelecimento de metas com base científica como uma forma poderosa de impulsionar a vantagem competitiva das empresas na transição para a economia de baixo carbono.