Você está visualizando atualmente Encontro discute Papel do Saneamento Básico e Ambiental na Preservação da Saúde

Especialistas da América Latina e Brasil discutiram a importância do saneamento na saúde das populações

A AIDIS – Associação Interamericana Engenharia Sanitária Ambiental promoveu o 25º Encontro Técnico de Alto Nível: O Papel do Saneamento Básico e Ambiental na Preservação da Saúde. O evento, transmitido ao vivo pelo canal ABES/SP, no YouTube, na sexta-feira dia (04/06), foi realizado com os apoios da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, seção São Paulo, da SABESP e da CETESB.

O encontro reuniu especialistas de países da América Latina e do Brasil para discutirem a necessidade de garantir o saneamento hídrico e a qualidade de vida das populações, nesse momento pandêmico, com a contaminação do vírus da COVID-19.

A abertura ficou a cargo dos presidentes, da AIDIS, Esteban Leigue; da SABESP, Benedito Braga; da ABES-SP, Márcio Oliveira; da AESABESP, Viviana Borges; do diretor de Engenharia de Qualidade Ambiental da CETESB, Carlos Roberto dos Santos, representando a diretora-presidente, Patrícia Iglecias; do representante da OPAS – Organização Pan-Americana da Saúde, Miguel Aragon; e do presidente da ASEC – Associação dos Engenheiros e Especialistas da CETESB e do Meio Ambiente, Uladyr Nayme.

Para o presidente da AIDIS, Esteban Leigue, “é preciso garantir e ampliar, nesse momento pandêmico, um serviço adequado de saneamento básico e de água potável a toda população da América Latina. O apoio do Brasil é muito importante”.
Segundo o diretor Carlos Roberto dos Santos, “desde 2019, quando teve início a pandemia pelo COVID-19, não paramos os nossos trabalhos de monitoramento e controle ambiental. Muito pelo contrário, ampliamos muitos projetos, que já estão em andamento, como o caso da despoluição do rio Pinheiros”.

Benedito Braga, presidente da SABESP, afirmou que o momento requer maior segurança hídrica, ampliação de oferta de água de boa qualidade para a população, coleta e tratamento de esgoto para minimizar doenças de veiculação hídrica.
Segundo o presidente da ABES, Márcio Oliveira, esse encontro mostra a preocupação com a saúde da população, de garantir um saneamento básico digno como fator importante na prevenção de doenças e na diminuição do risco de mortes, assegurando a qualidade do meio ambiente e de vida das pessoas.
Dentro dos temas apresentados, a palestra “Envolvimento da CETESB no Projeto Novo Rio Pinheiros: Aspectos Saneamento versus Saúde” foi apresentada pelo químico José Eduardo Bevilacqua, assistente executivo da Diretoria de Avaliação de Impacto Ambiental da Companhia.

Ele destacou a necessidade da apropriação pelas pessoas do rio Pinheiros – seu espaço urbano e sua importância para a cidade de São Paulo. São mais de três milhões de pessoas vivendo em sua bacia hidrográfica; em suas margens. Há ciclovias, linhas de trem e de metrô e importante rota de tráfego de veículos. Conecta com o rio Tietê e suas águas podem fluir em ambas as direções por meio de um sistema hidráulico complexo. As águas encaminhadas para o Reservatório Billings são utilizadas principalmente para geração de energia elétrica.

Segundo Bevilacqua, os desafios são muitos: – encaminhar, por exemplo, mais de 2.800 L/s de esgoto para tratamento DBO – Demanda Bioquímica de Oxigênio e atingir concentração de DBO menor que 30 mg/L na foz dos afluentes, além de OD – Oxigênio Dissolvido mínimo de 2 mg/L ao longo do Pinheiros.
Cabe à CETESB, além de monitorar a qualidade das águas, o papel de licenciar as obras de ampliação da infraestrutura de coleta e tratamento de esgotos domésticos; controle e fiscalização dos lançamentos de efluentes líquidos industriais; licenciamento das Unidades Recuperadoras (Pirajuçara, Água Espraiada, Cachoeira, Jaguaré e Antonico); acompanhamento e aprovação do teste de oxigenação do rio Pinheiros e ainda o licenciamento da dragagem do Pinheiros.
Trimestralmente, a Companhia está monitorando 80% de toda a contribuição hídrica da bacia hidrográfica do rio Pinheiros, o que tem permitido acompanhar o real reflexo das obras executadas.

Conforme os dados apresentados, há tendência de melhora do oxigênio dissolvido do Pinheiros Superior, entre 2017 e 2021, e melhora da concentração de matéria orgânica, medida pelo COT – carbono orgânico total, do Pinheiros Inferior em 2021.
De acordo como os resultados obtidos no mês de janeiro, de 2021, as ações de governo estão contribuindo positivamente na qualidade do rio Pinheiros, com redução da carga orgânica exportada para represa Billings e rio Tietê. O Pinheiros Inferior ainda apresenta um déficit significativo dos níveis de OD, indicando ainda a necessidade de prosseguir com as ações previstas no projeto.

Concluindo, Bevilacqua explicou a importância da dragagem do rio Pinheiros para, além de manter as condições hidráulicas, inclusive evitando enchentes, remover a matéria orgânica e nutrientes do fundo, que dificultam a sua recuperação; e de remover também os contaminantes do passado. Os dados mostram que com a dragagem realizada aliada às ações de controle da CETESB e o progressivo saneamento que vem sendo implantado, o sedimento já apresenta essa importante condição de recuperação, demonstrada por mais de 600 amostras coletadas e analisadas em seus 25 km de extensão.
O encontro contou com a moderação do engenheiro civil Paulo Robinson da Silva Samuel, diretor Regional Sul – Bacia CBH/ Rio Grande Gravataí – Rio Grande do Sul.

Outros temas apresentados no encontro: Inovação e Saneamento no contexto da Covid-19 – dr. Adriano Stringhini, diretor da SABESP; Saneamento Básico e Saúde Pública – Priscila Campos Bueno, OPAS, Brasil; Planejamento da Segurança Sanitária – PSS, dra. Mirna Argueta – vice-presidente técnica da AIDIS, Honduras; O Papel da Aegea no Saneamento no Brasil – dr. Rogério de Paula Tavares – diretor da Aegea Saneamento e Participações S.A., Brasil; O Saneamento Básico na América Latina – dra. Patrícia Segurado – assessora regional em Água e Saneamento (ETRAS) – Escritório Regional da OPS/OMS, do Peru; Medidas de Saneamento Adotados para a Despoluição do Rio Mapocho, engenheiro Cristian Schwertes – gerente de Engenharia de Águas Andinas, Chile.