A direção da CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental recebeu na quinta-feira (15/12), o novo coordenador da JICA no Brasil – agência de cooperação técnica do Japão -, Masahiro Kobayashi, para uma visita de cortesia. Durante o encontro, Kobayashi recebeu informações atualizadas sobre a construção do laboratório de dioxinas e furanos, onde serão instalados equipamentos recebidos do governo japonês, num programa de cooperação internacional com valor aproximado de US$ 800 mil.

“A JICA é uma grande parceira não só da CETESB mas do país e tem os nossos agradecimentos pelos trabalhos de muitos anos de cooperação” salientou o presidente da companhia, Rubens Lara.

Masahiro Kobayashi, em retribuição, ressaltou o papel de destaque que a CETESB ocupa como líder no setor ambiental, tanto no Brasil como na América Latina, destacando a importância do repasse dos conhecimentos técnicos para outros estados e países. O representante da JICA colocou à disposição da CETESB o envio de peritos que poderão treinar os técnicos brasileiros quando o laboratório estiver concluído.

O coordenador da JICA foi informado sobre a publicação, na próxima semana, do edital de licitação para a construção do prédio que abrigará o novo laboratório. A previsão dos técnicos é de que as obras sejam concluídas em seis meses, quando passará por um período de testes durante dois meses. Todo esse cuidado é necessário por ser uma instalação que abrigará um laboratório de controle muito rigoroso, com equipamentos extremamente sensíveis e amostras com alta toxicidade.

Rubens Lara afirmou que a construção deste laboratório é de grande interesse para o governo brasileiro e, em especial, para o Ministério do Meio Ambiente, que também está contribuindo com R$ 500 mil para a sua construção, uma vez que a redução dos POP’s (poluentes orgânicos persistentes) é uma das metas mundiais das Nações Unidas para os próximos anos.

O laboratório para a análise de dioxinas e furanos, conhecidos como poluentes orgânicos persistentes (POPs), oriundos principalmente de processos de combustão. Esses poluentes podem entrar na cadeia alimentar e bioacumular-se no organismo humano, causando problemas de saúde como toxicidade dérmica, imunotoxicidade e carcinogenicidade, com efeitos na reprodução, teratogênicos e endócrinos. Este será o primeiro laboratório de um órgão público no País para realizar este tipo de análise, atualmente existe apenas um laboratório privado, no Rio de Janeiro. O novo laboratório da CETESB vai proporcionar um avanço na área de tecnologia e meio ambiente, oferecendo autonomia na detecção desses poluentes.

As dioxinas e furanos são compostos que integram a lista dos “doze sujos”, conforme deliberação aprovada na Convenção de Estocolmo. As fontes possíveis de formação incluem os incineradores de resíduos perigosos e hospitalares, as queimadas e vários tipos de queima e combustão que ocorrem nos processos industriais, além dos gases de escapamentos de veículos, principalmente diesel.

Texto
Valeria Duarte
Fotografia
José Jorge