Leroy Merlin e Tereos apresentaram, em reunião online, suas experiências.

A 7ª reunião da Câmara Ambiental de Mudanças Climáticas, em 15/12, foi presidida por Renata Camargo, coordenadora jurídica e de sustentabilidade da União da Indústria de Cana-de-Açúcar – UNICA, e contou com a presença de José Contrera Lopes Neto – CETESB, José Pedro Fittipaldi – INVESTSP e Josilene Ferrer – CETESB, entre outros.

A grande expectativa era a apresentação das iniciativas de sucesso das empresas Tereos e Leroy Merlin. Primeiramente, André Tebaldi, gerente de meio ambiente e sustentabilidade da Tereos, apresentou dois cases referentes ao setor sucroenergético:

Projeto de Biodigestão de Vinhaça

A vinhaça ou o resíduo, o que sobra, do etanol, com carga orgânica muito alta, principalmente de DQO – Demanda Química de Oxigênio, será usada para o projeto de biodigestão. O intuito é gerar biogás, que pode ser transformado em biometano ou gás natural e ser usado para queimar em caldeiras e gerar energia; ou ser um  diesel e ser utilizado em veículos automotores da frota das usinas. O projeto deverá estar implantado até julho de 2021.

A redução de gases de efeito estufa estimada é de 27.114 tCO2eq em combustível e de 18.876 tCO2eq em energia.

Projeto de Compostagem dos Resíduos dos Restaurantes

O segundo caso, apresentado por Tebaldi, diz respeito ao Projeto de Compostagem dos Resíduos dos Restaurantes, que constitui fazer compostagem de restos alimentícios produzidos por cerca de oito mil funcionários, nos sete restantes das usinas, antes destinados ao aterro de São José do Rio Preto. O material resultante é utilizado nas áreas de reflorestamento, de viveiros, de paisagismo em substituição ao adubo antes comprado, além de eliminar o custo de transporte até o aterro.

A redução dos gases de efeito estufa é estimada em 276 tCO2eq/ano.

O case seguinte foi apresentado por Eduardo Borges, gerente comercial da Leroy Merlin, sobre Logística Reversa de uniformes.

Projeto Postera

O Projeto Postera buscou uma adequação na forma de descarte dos uniformes, com ganhos ambientais, sociais e econômicos. Procura atender aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), entre eles o ODS 13 – Ação contra a mudança global do clima. Para tanto, o projeto está baseado no princípio dos 33Rs –Reduzir, Reutilizar, Reciclar.

Em parceria com a Retalhar, a Leroy Merlin dá novos destinos aos uniformes descartados, seja por meio de doações de peças, novos usos, como panos multiúso ou fabricação de cobertores com a reciclagem dos materiais.


Depois das apresentações, a reunião seguiu com a explanação de Thiago Pietrobon, diretor da Ecosuporte Assessoria Ambiental, a respeito da Emenda de Kingali e o setor de refrigeração.

Em 2016, foi criada a Emenda de Kingali, ainda não ratificada pelo Brasil, ao Protocolo de Montreal. Ela basicamente trata da inclusão de gases, como GWP, não ligados à destruição da camada de ozônio, mas que possuem alto potencial de aquecimento global.

Segundo Pietrobon, “dentro de algum tempo, o ar-condicionado deve se tornar o principal item no consumo de energia elétrica residencial e comercial. No ritmo atual, se nada for feito, a refrigeração vai representar 20% das emissões globais de gases de efeito estufa até 2050.”

Terminado os encaminhamentos e as apresentações, nova reunião da Câmara de Mudanças Climáticas ficou agendada para o dia 10 de fevereiro de 2021, com exposição de novos cases pelas instituições Chemours, ABRAVA e Reservas Votorantim.

Estiveram presentes à reunião online representantes das entidades: Ecosuporte/ABRAVA/APAS; AkzoNobel; Sabesp; Aeroportos Brasil Viracopos; ABIOGÁS; Logum Logística; EQAO/BlockC; Toyota Brasil; Savin, Paiva Advogados; Leroy Merlin; CBA; Retalhar; Tereos Açúcar e Energia Brasil; Associação São Martinho; Chemours; FBGA; Usina Pitangueiras; Guarany; INVESTSP.

Texto: Cristina Leite