Além da investigação dos detalhes construtivos do empreendimento, devem ser observados os seus aspectos operacionais , dentre os quais destacam-se:

Sistema de controle de estoque

A partir do controle de movimentação diária, semanal ou mensal, é possível detectar variações anormais dos estoques de combustíveis, as quais podem ser indicativo de vazamentos na tancagem. Vale lembrar que quando os vazamentos de combustíveis são detectados na sua fase inicial, podem ser evitadas grandes contaminações e situações de riscos.

A aferição do estoque de combustível é efetuada, basicamente, através de dois métodos: o manual e o eletrônico.

O método manual, muito rudimentar, utiliza uma régua de medição, cuja confiabilidade não é total, pois existe a possibilidade de que as pequenas variações no volume do produto estocado não sejam detectadas ou sejam consideradas como uma perda aceitável e normal do sistema e associadas à evaporação do produto. Esse método pode permitir um controle razoável dos estoques de combustíveis, desde que realizados com critérios rígidos e que os dados obtidos sejam analisados adequadamente.

Os sistemas eletrônicos, mais precisos e confiáveis, utilizam equipamentos eletrônicos de medição e monitoração de alta sensibilidade, os quais trabalham conectados a sondas permanentes no interior dos tanques, cujos dados são transmitidos, automaticamente e permanentemente, para computadores dotados de programas especiais de controle. Esse método permite um controle efetivo dos estoques de combustíveis; entretanto, devem ser realizados por pessoal habilitado e que os dados obtidos sejam acompanhados, interpretados e analisados adequadamente, em curtos períodos.

Operação de abastecimento

Muitos vazamentos podem ocorrer durante a operação de abastecimento dos veículos. Dentre as principais causas, destacam-se as falhas operacionais no acionamento do sistema automático de bloqueio do fluxo dos bicos de abastecimento e a movimentação do veículo durante o abastecimento. Esses vazamentos são superficiais e, com freqüência, os produtos atingem as galerias públicas de águas pluviais, em razão da inexistência de canaletas de contenção.

Operação de descarregamento de produto no tanque (Fonte: USEPA)
Operação de descarregamento de produto no tanque
(Fonte: USEPA)

Operação de descarregamento

Por ocasião do descarregamento de combustíveis nos tanques, devem ser adotados todos os cuidados necessários para se evitar a contaminação do piso do estabelecimento e do solo, junto aos bocais de descarga, provocados pelo transbordamento do tanque ou pelo derramamento do produto ainda presente na tubulação de descarga do caminhão-tanque, ao final da operação.

Para que se possa ter uma idéia da gravidade da situação, tomemos o seguinte exemplo: um posto de revenda movimenta, mensalmente, 100.000 litros de gasolina de um tanque subterrâneo, com capacidade para 15.000 litros, e não possui nenhum dispositivo de contenção de vazamentos nas bocas de descarga de combustíveis. Para o abastecimento do referido tanque durante o mês, são realizados 6,6 descarregamentos de combustível. Admitindo-se que, durante todos os descarregamentos realizados, vaze, em média, l litro do produto, teremos 6,6 litros de gasolina infiltrados no solo, mensalmente. Em um ano, este volume será de 79,2 litros e, ao final de 10 anos, teremos 792 litros de gasolina vazados e percolados no solo. Essas quantidades podem ser bem maiores se o mesmo raciocínio for considerado para um grande posto de revenda, cujo movimento mensal chega a atingir 1.000.000 de litros do combustível.